A injustiça social da desigualdade

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A desigualdade social cresce no mundo. O relatório do banco Credit Suisse de 2015 sobre a riqueza global, mostra que a concentração de renda mundial alcançou níveis tão críticos quanto o do mundo industrializado antes da Primeira Guerra Mundial.

Em vários países a limitada recuperação da economia após a crise de 2008 fez com que a riqueza fluísse para os bolsos dos privilegiados, enquanto as classes médias e popular ficaram ainda mais pobres pela estagnação dos salários reais, o aumento do desemprego e o maior endividamento.  Na Espanha, por exemplo, o número de milionários em dólares cresceu de 127,1 mil em 2008 para 178 mil em 2014, enquanto a a renda per capita caiu de 35,6 mil para 30,3 mil, o desemprego subiu de 11% para 26% e a dívida publica saltou de 39,4% para 99,3% do PIB.

Nos Estados Unidos, o 1% mais rico absorveu 95% do crescimento após a crise financeira e o empobrecimento da camada inferior reflete-se até na mortalidade.

O efeito do crescimento das dívidas na riqueza líquida foi tão forte que hoje há entre os 10% mais pobres mais europeus e norte-americanos do que chineses. Nem todos vivem na miséria, mas vivem em situação precária onde uma nova crise ou doença inesperada desequilibrará seu padrão de vida.

Reunindo os 85 mais ricos (com 13,4 bilhões ou mais) iguala-se a renda de 3,7 bilhões de seres humanos (2,4 bilhões de adultos), cujos patrimônios somados igualam os mesmos 2,1 trilhões de dólares.

Comparando em termos mundiais, a “classe média” brasileira é composta pelas camadas A2 (3,6%) e a metade superior da B1 (9,6%). A camada A1 conta com 0,5% da população.

Se a lógica se confirmar (embora na economia a lógica é relativa) podemos inferir que a atual crise econômica que o Brasil atravessa a riqueza fluirá para os mais ricos e os pobres ficarão ainda mais pobres. Isso significa que será neutralizado todos os avanços sociais que conseguimos nas últimas décadas.