A regulamentação dos postos de recarga de veículos elétricos

No dia 1/6/2016 aconteceu uma audiência pública no senado federal para discutir a obrigatoriedade de instalação de pontos de recarga de energia para veículos elétricos em locais públicos, residenciais e comerciais. A PLC nº 65/2014 propõe que as concessionárias de distribuição de energia instalem pontos de recargas em locais que permitam que usuários de carros elétricos tenham autonomia para fazer longos deslocamentos. Os veículos são classificados de várias formas: levíssimos (bicicleta, scooter), leves e pesados.

A questão é complexa e polêmica. De um lado a ANFAVEA e a ABVE, associações de veículos, apoiam a medida, pois é uma condição importante de incentivo e expansão do setor. Do outro lado, a ANEEL tem preocupações em compartilhar os investimentos necessários para instalar os pontos de recarga com todos os usuários de energia, embora apenas uma pequena parcela venha a se beneficiar, entre eles os de maior poder aquisitivo.

A ANEEL defende a criação de um novo setor que invista em soluções de abastecimento dos veículos, independentemente, das concessionárias de distribuição, de forma que os investimentos não incidam nas tarifas de energia elétrica da população. Mostrou que a maioria dos países que já implantaram pontos de recarga adotam um novo modelo de negócio com investimentos próprios.

Um aspecto importante é a normalização das conexões para recarga dos veículos elétricos. Atualmente, segundo o presidente da ANFAVEA, existem pelo menos oitos modelos em uso, o que dificulta a adoção dos pontos de recarga, pois precisam oferecer todos os modelos de conexão. Entre essas conexões estão para recargas lentas que podem levar até 8 horas e recargas rápidas que podem varias de 10 minutos até 2 horas.

Segundo um representante da CPFL, que tem um projeto piloto de recarga de veículos elétricos, a previsão é que em 2030 cerca de 10% dos veículos no Brasil sejam elétricos. Com essa quantidade, o sistema elétrico não terá impacto no fornecimento, segundo o especialista.

A ANEEL comentou que a geração distribuída com energia fotovoltaica, por exemplo, poderia ser utilizada para a recarga dos veículos elétricos e híbridos com plugin (carros que utilizam combustível fóssil e baterias recarregáveis a partir de pontos de recarga).

Houve consenso que a discussão deve ser mais ampla, contemplando outros aspectos e incentivos governamentais. Atualmente, algumas cidades, como São Paulo, já oferece redução de 50% do IPVA, liberação do rodízio de carros e incentivos adicionais para táxis movidos a energia elétrica.