Bancos: os dois lados da moeda tecnológica

O CIAB 2015, congresso e exposição do setor bancário, mostrou novas tecnologias de informação para o setor. Novos equipamentos e softwares, além dos tradicionais serviços de outsourcing. Sem dúvida, os bancos oferecem serviços modernos aos seus clientes, como aplicações móveis e sistemas de acesso mais seguros. Entretanto, se olharmos o núcleo dos principais sistemas de informação encontramos antigos programas COBOL executando em mainframes com tecnologias ultrapassadas e limitadas. Para atender as expectativas dos clientes com aplicações modernas é necessários construir sistemas satélites integrados aos sistemas legados através de vários tipos de conectores de software ou acesso direto as bases de dados nos mainframes. Essa fragmentação de sistemas aumenta o risco de inconsistência das informações.

Os bancos têm um gigantesco desafio para migrar seus sistemas legados para novas tecnologias da informação. O risco da mudança e o investimento são muito altos, fazendo que constantemente os projetos sejam adiados. O desafio é ainda maior devido as frequentes mudanças regulatórias dos órgãos de controle governamentais.

Atualmente, uma boa parte dos sistemas bancários é mantida por funcionários experientes e especialistas nas tecnologias legadas. Entretanto, existem limites para esse suporte, um é a aposentadoria dos funcionários e outro é a falta interesse dos grandes fornecedores de hardware e software de continuar mantendo as tecnologias. Quanto mais se posterga a migração dos sistemas maior é o risco de falta de suporte futuro.

Um projeto de migração desse porte é muito complexo, principalmente, devido às frequentes mudanças do cenário de negócio. Entretanto, esse desafio deverá ser encarado pelos bancos e deverá contar com o apoio dos órgãos relatórios sob o risco de no futuro prejudicar todo o sistema financeiro do país.