Como avaliar a eficiência dos investimentos de TI nas organizações

Um estudo da IT Mídia com 1000 líderes de TI aponta que, em 2018, 66% projetam crescimento no orçamento de TI, onde 32% afirmam ser superior a 10%. Em 2017, 58% afirmaram que houve aumento no orçamento de TI. Alguns CIOs afirmam que os investimentos estão atrelados aos projetos das áreas de negócios, o que é lógico já que a TI é uma área “enabling” nas organizações. A questão é como avaliar a eficiência dos investimentos de TI nos projetos das empresas.

No novo cenário da economia, tomar riscos calculados é uma das características dos líderes. Aparentemente, os líderes de TI tradicionais são avessos a riscos. Se protegem atrás dos muros do “compliance” dos frameworks ITIL, Cobit e ISO27.000. Esta postura tem um impacto significativo nos custos, sejam de OPEX ou CAPEX. Manter uma opção de uso de um software proprietário, alegando que em “time que está ganhando não se mexe”, ao invés de usar softwares livres, reduz a eficiência dos investimentos de TI nos projetos.

Manter a opção de data center corporativos, alegando que Cloud Computing, ainda não é uma opção para os seus complexos sistemas corporativos, é uma desculpa para não abrir que os sistemas legados são mal estruturados, que não existe documentação e que não sabem como encontrar uma solução melhor para atender as demandas das áreas de negócios.

Acredito que uma característica importante dos novos líderes é ser “conector”, ou seja, entender uma nova tecnologia e encontrar uma aplicação prática para alavancar novos negócios nas empresas. Os CIOs devem pelo menos ter duas características fortes: tomar riscos calculados e ser conector. Estas duas características ajudam a materializar a visão de futuro da empresa mais rapidamente.

Um líder conector depende de fornecedores. Dificilmente, existem especialistas em novas tecnologias dentro da empresa. Logo, o relacionamento com os fornecedores deve ser o mais próximo possível. Trabalhar com fornecedores do modo antigo, usando RFPs para discutir preço não é uma das melhores maneiras para introduzir novas tecnologias nas empresas. Os fornecedores estratégicos devem fazer parte da solução e assumir riscos calculados, incluindo impacto na receita, nos projetos nas empresas. Aqui temos enormes desafios, nos dois lados.

Para avaliar a eficiência dos investimentos de TI nas organizações uma das alternativas é trabalhar, colaborativamente, com outras empresas do setor, através de benchmarking.

Fazer benchmarking com meus concorrentes é possível? Sim. Eu mesmo já fiz um benchmarking na fábrica da FIAT em Betin (MG) quando trabalhava na Ford. Depois, eles fizeram na fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP). Existem regras bem definidas para estes benchmarkings, incluindo nos acordos formais entre as empresas.

Outra alternativa, é a inovação aberta. Como funciona? A empresa cria um desafio descrevendo, detalhadamente, o problema a ser resolvido e envia para startups, empresas júniores, Universidades ou Centros de Pesquisas para buscar soluções “fora da caixa” para resolver o problema. As propostas são comparadas com a solução criada internamente e avalia-se qual é a mais eficiente. A vantagem desta alternativa é que se estimula a criatividade dos especialistas internos na busca de soluções não padronizadas e que desafiem o “compliance”.

A pergunta para os CIOs não deve ser “quanto você projeta crescer seus investimentos em TI?” e sim “quanto de eficiência você projeta nos seus investimentos em TI?”.

O uso do Custeio ABC para TI auxilia na estratégia para aumentar a eficiência dos investimentos. Veja o artigo sobre Custeio ABC para TI que postei anos atrás: Um Modelo de Custeio ABC para TI.