Novas tecnologias eliminam a necessidade de Data Centers Tier IV

Durante anos o desejo de todo CTO era ter um data center tier IV, classificação máxima da Uptime Institute, para atender aos negócios com 99,995% de disponibilidade (26 minutos de indisponibilidade por ano). O paradigma era conseguir através da redundância de todos os artefatos de infraestrutura, incluindo fornecedores diferentes para evitar pontos únicos de falha. Isso exigia enormes investimentos e somente em raríssimos caso era justificável. O paradigma começou a mudar com a virtualização de servidores e depois com a introdução do Hadoop, infraestrutura para Big Data, que usa um conceito diferente de armazenamento e processado de dados distribuído, incluindo redundância na gravação de registros. Estas novas tecnologias permitem uso de servidores mais baratos. Lembrando que muitos softwares para grandes instalações são open source, eliminando a necessidade de controlar licenças por servidor ou, absurdamente, por CPU. Agora, com a difusão do Blockchain, tecnologia que permite o armazenamento de dados distribuídos em vários data centers de diferentes fornecedores, reduz-se a necessidade de caros data centers tier IV.

Atualmente, a disponibilidade dos data centers é baseada em software. As redes de fibra ótica garantem a conexão com altíssimas taxas de transmissão, comercialmente, chegando na casa de terabits por segundos em pouco tempo. Isto permite o espelhamento de bases de dados em diferentes data centers em tempo real, facilitando as estratégias de contingência.

O barateamento e padronização do hardware, usando o OCP, Open Compute Project, por exemplo, e o uso de Kubernetes para a configuração de containers nas instalações de data centers, simplificou a configuração dos data centers. O DCIM, Data Center infrastructure Management, integrou as operações de processamento e de infraestrutura, reduzindo paradas por falhas humanas e maximizando o uso dos recursos. Soma-se o DevOps, que integra o processo de desenvolvimento de software com os processos de operação, que automatizam o deployment de aplicações.

Estas novas tecnologias quebraram muitos paradigmas dos antigos data centers, fazendo com que os clientes avaliem mais a infraestrutura de software e os níveis de automação do que as certificações físicas de data centers do passado. Então, nas RFPs – Request for Proposal – foque na configuração de software da infraestrutura ao invés de especificar certificações, isto custa caro para os data centers e, obviamente, é repassado para o custo final.