O modelo de negócio multicloud ganha força

Participei do AWS Summit 2018 em São Paulo e foi curioso encontrar stands de seus principais concorrentes, como: Tivit, UOLDiveo, Equinix e Mandic. Curioso, mais inteligente. Se não consegue concorrer, alie-se. O modelo de negócio destas empresas passa a ser multicloud, a deles com o da AWS, Google Cloud, Microsoft, IBM Cloud, Alibaba e outras. Isto abre oportunidades para startups criarem serviços de datacenters virtuais, focando em serviços especializados, como configuração e monitoração. Contratando uma grande quantidade de recursos, e obtendo descontos significativos, podem oferecer serviços para pequenos clientes com preços mais atrativos que os próprios provedores de datacenters.

Os serviços de Cloud Computing concentraram-se em poucas empresas de datacenters. A AWS, Microsoft e Google representam 55% do mercado de Cloud Computing. No primeiro trimestre de 2018, a AWS ficou com 33%, a Microsoft com 13%, a IBM com 8%, a Google com 6% e o Alibaba com 4%.

Comparando o primeiro trimestre de 2017 com o de 2018 houve um aumento de 46,8% da receita, de US$11,5 bilhões para US$16,9 bilhões.

As vantagens do uso de Cloud Computing são claras e dificilmente, hoje, alguém conseguiria uma lista de desvantagens para inviabilizar um projeto corporativo. Uma pesquisa global realizada pela Google em parceria com o MIT SMR Custom Studio, com mais de 500 tomadores de decisão da área TI, apontou que três entre cada quatro entrevistados estão mais confiantes na segurança da nuvem. A pesquisa apontou que 45% acreditam que agilidade, segurança e velocidade são os principais benefícios da nuvem.

O armazenamento de dados ainda é a maior carga de trabalho na nuvem, principalmente, com a projeção de crescimento de aplicações de Machine Learning e Deep Learning (redes neurais). Quase impossível viabilizar aplicações de IoT (Internet of Things) fora de um ambiente de nuvem.

A migração de aplicações corporativas on-premises (computadores dentro das empresas) para a nuvem é inevitável. Exceções a algumas aplicações de missão crítica hospedadas em micro datacenters.

Este movimento cria enormes oportunidades para startups com superespecialistas em áreas especificas e uso intensivo de inteligência artificial para monitoração e controle do ambiente computacional. A exemplo das MVNO (Mobile Virtual Network Operator), onde uma operadora de celular usa a infraestrutura de uma grande operadora para oferecer serviços especializados. Uma MVNO compra grandes volumes minutos e acessos com descontos significativos e revende, com serviços agregados ou não, para pequenos clientes com preços atraentes, repassando parte do desconto conseguido.

O mesmo pode ocorrer em serviços de Cloud Computing. Um dos possíveis negócios seria criar uma central de controle 24×7 e, essencialmente, vender serviços de configuração, controle e monitoração para as aplicações dos clientes. Este serviço seria mais atrativo utilizando o conceito de multicloud com diferentes provedores. Automaticamente, atenderia o “compliance” de ter diferentes infraestruturas e fornecedores para planos de continuidade de negócios.

Possivelmente, em futuro breve teremos centenas de provedores de Cloud Computing especializados usando a infraestrutura das três ou quatro maiores provedores de nuvem global. Se destacará quem oferecer o melhor serviço, uma vez que a infraestrutura será cada vez mais robusta e homogênea entre os provedores.