Um dos atrativos dos carros elétricos da Tesla era a recarga de energia gratuito nos Supercharges. Isso assegurava longas viagens e impulsionou a venda dos carros. Com a popularização dos carros elétricos, começaram as longas filas para carregar os carros. Com isso a Tesla passará a cobrar pela recarga dos novos carros a partir de 15 de janeiro de 2017, dando uma franquia inicial de 400kWh, suficiente para rodar 1.600 quilômetros. O anúncio afirma que o preço será menor que abastecer com gasolina. Isso coloca uma pauta uma discussão sobre o cenário futuro dos carros elétricos.
Hoje os carros com motor flex podem circular em qualquer região do mundo, optando por gasolina e metanol. Os carros com motor a gás e elétricos sofrem com a escassez de pontos de reabastecimento.
No Brasil, está em discussão quem será responsável pelos pontos de recarga dos carros elétricos. A questão parece ser “quem veio antes, o ovo ou galinha”, os fabricantes de carros elétricos só irão investir se houver pontos de recarga suficientes para assegurar viagens de longa distância. Por outro lado, os provedores de serviços de recarga só investirão se houver uma grande quantidade de carros elétricos para justificar o investimento. A princípio, o governo sugere que as distribuidoras de energia sejam as responsáveis pelos pontos de recarga, o que, obviamente, elas estão relutantes.
Outro ponto é o espaço físico requerido para os pontos de recarga. Hoje em menos de 5 minutos você abastece seu carro e segue viagem. Com os carros elétricos o cenário é diferente. Você poderá optar por cargas rápidas ou lentas (se estiver em um hotel de estrada, por exemplo), para cada situação o local deverá contar com áreas maiores de estacionamento. Espaço custo dinheiro, que deverá ser repassado para o custo do kWh.
Nos Estados Unidos, a Tesla afirma que você poderá dirigir de Los Angeles para Nova York por apenas US$120 e de Paris para Roma por US$64. Nestas condições, acredito que vale a pena pegar uma fila para recarregar.