Uma pesquisa com 100 profissionais de TI realizada pela SolarWinds em novembro de 2013 no Brasil, mostrou que 61% dos entrevistados apontam as restrições orçamentárias como o principal obstáculo para a implantação de novas tecnologias nas empresas, seguido pela incapacidade para provar o ROI (48%) e a falta de profissionais qualificados (44%). Entretanto, acredito que os obstáculos não são os identificados na pesquisa, e sim a falta de uma estratégia correta para implantar novas tecnologias e a falta de habilidade para negociar com a alta direção da empresa dos profissionais de TI.
Em um curso sobre tecnologia da informação para engenheiros do MIT (Massachusetts Institute of Technology) o professor Dr. George Kocur afirma que os desenvolvedores de software subestimam a duração das tarefas entre 20-30% e omitem entre 30-50% das atividades dos projetos. Como os prazos são perdidos, existe um esforço maior para explicar as razões do atraso e o replanejamento das atividades. Sobre pressão, a quantidade de erros cresce em 40%, aumentando ainda o tempo e os custos dos projetos. O professor ainda afirma que 75% dos desenvolvedores são introvertidos e que apenas 33% têm habilidades de negociação.
Acredito que o ponto fundamental é adotar uma estratégia de implantação de novas tecnologias que diferencie, claramente, os projetos de excelência operacional e os projetos experimentais de inovação.
Os primeiros, devem adotar tecnologias e práticas robustas para garantir redução de custos e melhorar a produtividade. Essa estratégia vale para projetos que atendem a normas regulatórias e de melhoria contínua, adotando as experiências bem sucedidas do mercado.
No segundo caso, os projetos de inovação devem começar pequenos e com critérios de cancelamento bem definidos. Como experimento, o cancelamento é parte do processo e não um erro. Aqueles projetos que se mostrarem viáveis é possível estimar os investimentos e o ROI a partir do seu histórico de desenvolvimento e benefícios para a organização.
Os projetos de excelência operacional já contam com um histórico de implantação no mercado com custos e benefícios conhecidos pelos fornecedores e outros clientes. Querer implantar um projeto de inovação em um processo crítico e consolidado sem um experimento é muito arriscado para o negócio.
O terceiro obstáculo identificado na pesquisa, sobre a falta de pessoal qualificado, é uma questão de gestão. Parafraseando Thomas Friedman em seu livro O Mundo é Plano, a TI é plana. É possível encontrar desenvolvedores qualificados em vários lugares do planeta, e em alguns casos, mais baratos que os profissionais locais.
Portanto, se adotarmos um estratégica que diferencie projetos de melhoria contínua e de inovação teremos muito mais chances de conseguir o dinheiro para implantar novas tecnologias.