Iluminação Pública a porta de entrada para uma cidade inteligente

A partir de 2015 todas as prefeituras assumirão os ativos e serviços de iluminação pública de seus municípios. Na maioria dos casos, as prefeituras contratavam esse serviço das concessionárias de distribuição de energia da sua região que incluía os ativos e atendimento ao cidadão. Cada domicilio com uma ligação de energia paga na conta de luz uma Contribuição para Custeio da Iluminação Pública (Cosip), que varia de município para município, determinada pela Câmara de Vereadores. A delegação para a concessionária de energia operar o serviço de iluminação necessitava de um decreto de lei municipal. Atualmente, existem mais de 15 milhões de pontos de iluminação pública no Brasil.

Existem, basicamente, duas estratégias das prefeituras para operar o serviço: criar um departamento próprio ou estabelecer uma parceria público privada (PPP). Algumas prefeituras estão criando consórcios públicos para operar o serviço em conjunto. As licitações para a formação das PPPs preveem a substituição das lâmpadas tradicionais por iluminação LED, de forma gradativa. Algumas licitações, como a do município de São Paulo, preveem a remuneração do serviço por luminária acessa com um sistema de monitoração integrado ao Centro de Controle Operacional.

Entretanto, pelo que tenho acompanhado, as prefeituras estão focando apenas no serviço de iluminação pública, deixando escapar a oportunidade de iniciar um projeto mais abrangente de cidade inteligente.

Os postes de iluminação púbica estão presentes na maioria das concentrações habitacionais e comerciais. Eles são altos e possuem, obviamente, energia. Se tornássemos cada poste de iluminação em um poste inteligente levaríamos muito mais serviços para a população, dentro do conceito de cidades inteligentes.

Com a tecnologia de Internet of Things é possível, via Internet, monitorar e controlar vários dispositivos remotos instalados nos postes inteligentes. Poderíamos por exemplo:

  • Variar a intensidade da iluminação por faixa de horário ou por detecção de movimento, reduzindo o consumo de energia;
  • Instalar câmeras de monitoração que inibiriam assaltos e ajudariam a identificar os assaltantes, além de identificar veículos estacionados em locais proibidos e outras infrações;
  • Instalar radares de controle de velocidade;
  • Aproveitar os pontos de telecomunicações para oferecer Internet gratuita para os cidadãos;
  • Identificar locais de estacionamento vagos para auxiliar os motoristas via aplicativo móvel, reduzindo o tempo de busca e economizando combustível;
  • Identificar acidentes de trânsito ou incêndios em casas ou em terrenos baldios;
  • Usar o sistema de telecomunicações dos postes para apoiar os serviços de medição e controle de fornecimento de água e eletricidade (Smart Grid).

Todos esses serviços reduziriam, significativamente, a necessidade de funcionários em campo, aumentando a eficiência dos serviços aos cidadãos através da automação de processos. Todas essas informações seriam concentradas no Centro de Controle Operacional do município, aumentando a sinergia entre os órgãos de segurança municipal e estadual, entre as concessionárias de serviços público e departamentos de trânsito.

Um projeto integrado de cidade inteligente reduz a emissão de gases do efeito estufa e aumenta a eficiência energética do município, sendo parte integrante do Plano Municipal de Mudanças Climáticas que tem financiamento e suporte do governo federal.