Os data centers agora são os protagonistas

Os data centers saíram dos bastidores e viraram protagonistas nos negócios. Antes estavam escondidos em alguma sala de informática nas empresas, hoje são instalações que abrigam uma complexa e cara infraestrutura de TI que necessitam de sofisticados sistemas de refrigeração e energia. Em função dessa complexidade muitas empresas decidem usar grandes e complexas instalações construídas, exclusivamente, para abrigar a infraestrutura de computadores das empresas, usando salas privadas com acesso exclusivo de seus funcionários, gaiolas ou racks com acesso controlado. Muitas empresas utilizam uma combinação de recursos próprios com os oferecidos pelos data centers como gerenciamento e serviços de nuvem (público, privado ou hibrido). Como qualquer negócio, busca-se a melhor relação custo/beneficio para a operação e contratação, incluindo o quesito de sustentabilidade ambiental.

O primeiro desafio é vencer a cultura interna das grandes empresas de migrar seu data center para uma empresa de data center. O principal receio é perder o controle e flexibilidade da operação. Isso é um equivoco, pois se contratada a modalidade de “colocation” é mantida todas as características da operação local. Nessa modalidade, imediatamente, a empresa passa a contar com recursos de refrigeração e energia de qualidade, além de controle de acesso físico e sistemas contra incêndio. O “colocation” pode utilizar uma sala totalmente fechada com paredes sem visão para o seu interior ou gaiolas com visão externa. A diferença nessas modalidades é a questão da refrigeração.

A evolução natural é contratar o serviço de gerenciamento da infraestrutura, principalmente, se a configuração do hardware e software for um padrão de mercado. Nesse modelo, a empresa pode continuar com seus equipamentos e softwares ou contratar do provedor de data center.  A vantagem de contratar é o ganho em escala que o provedor consegue com os fornecedores.

Com a utilização cada vez maior de ERPs e soluções especialistas de mercado a opção de contratar uma nuvem pública aumenta. O grande receio de uso de nuvens públicas é a questão da segurança no compartilhamento de dados. Atualmente, essa questão já está resolvida e o exemplo são os serviços da Amazon, Microsoft e Google. Entretanto, o uso de soluções híbridas será uma boa opção para a maioria das grandes empresas.

Um data center é uma instalação industrial que reúne equipamentos de TI, refrigeração, cabeamento, sistemas contra incêndios e, principalmente, fontes de energia confiáveis. Atualmente, a maior despesa dos data centers é o consumo de energia. Por essa razão, a preferencia é construí-los em locais onde o custo da energia é mais barata e com mão de obra especializada disponível (a menos que o data center seja operado remotamente).

Os data center são classificado em quatro níveis, de acordo com o Uptime Institute e ratificado pelo Telecommunications Industry Association como TIA-942. Para cada nível o padrão especifica a construção, o nível de segurança, os requisitos mecânicos e de telecomunicações necessários para obter o nível de disponibilidade: 99,671% (28,8 horas de downtime/ano) para Nível 1; 99,741% (22 horas de downtime/ano) para o nível 2; 99,982 % (1,6 horas de downtime/ano) e 99,995% (0,4 horas de downtime/ano) para Tier 4.

Outro ponto importante é o PUE, ou Power Usage Effectiveness . Desenvolvido por consórcio The Green Grid, o PUE é a relação do total de energia utilizada por um data center pela energia utilizada pelos equipamentos de TI. A relação ideal é 1. Os valores reais variam entre 2,5 e 1,1. O Google está na vanguarda da eficiência energética, seu PUE é de 1,12 em todos os seus data centers no 4º trimestre de 2012. Outra forma de expressar o PUE é o seu inverso, que é conhecido como Data Infrastructure Efficiency Center ou DCiE. A pontuação do Google sobre essa métrica é 0.893, ou 89,3 por cento.

Uma pesquisa do Uptime Institute em 2012 mostra que a média do PUE das empresas americanas está entre 1,8 e 1.89. (veja a figura abaixo).

figura-pue-pesquisa-uptime

Outra tendência no setor de data centers é o aumento do interesse nos data centers pré-fabricados modulares e a implantação de ferramentas de DCIM (Data Center Infrastructure Management).

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