Computação cognitiva e IoT: Digitalize-se ou morra

Para aqueles que ainda não se deram conta da nova onda dos negócios. Estamos em uma nova era de tecnologia que está impactando todos os negócios: computação cognitiva, Internet of Things (IoT) e robótica. Para os fãs de Guerra nas Estrelas é a concretização de um sonho.

Na abertura da CES 2016, Consumers Electronics Show, a CEO da IBM,  Ginni Rometty, apresentou as iniciativas da IBM e de três parceiros (Under Armour, Medtronic e SoftBank) na área de computação cognitiva, IoT e robótica. Enfatizou a importância de um ecossistema, incluindo cloud computing, IoT e inteligência artificial. O Watson, um Software as a Service, de computação cognitiva que pode se integrar a várias aplicações de empresas através de API (Application Program Interface).

Rometty começou explicando o impacto da computação cognitiva nos negócios. Disse que a IBM está adquirindo várias empresas, entre elas a empresa de previsão do tempo, The Weather Company (o canal de televisão não foi incluído no negócio). A ideia é incluir informações de milhares de dispositivos IoT e outros parâmetros na análise do tempo utilizando computação cognitiva, através do Watson, para previsões de tempo com muito mais precisão.

Um dos convidados, o CEO da Under Armour, Kevin Plank, mostrou o impacto da computação cognitiva no monitoramento de exercícios físicos e acompanhamento e histórico da saúde das pessoas. Coletando informações de milhões de usuários do software Record by Under Armour, é possível melhor a performance das atividades físicas, podendo até substituir os personal trainers.

Outro convidado, o CEO da Medtronic, Omar Ishrak, mostrou que com dispositivos de IoT e o Watson fazendo analises remotas de amostras de sangue é possível detectar um caso extremo de saúde com até três horas de antecedência. Um aplicativo pode indicar para o usuários quais as comidas que pode ou não comer em um restaurante, baseado no histórico recente do usuários. A revolução disso é impressionante no acompanhamento de pacientes. Com certeza, se aplicado ao setor público de saúde, pode reduzir muito os custos do governo. Os planos de saúde privados também podem se beneficiar com o acompanhamento em tempo real de seus segurados e agindo para evitar tratamentos mais caros.

O CEO da Softbank Robotics, Kenichi Yoshida-san, apresentou o robô Pepper que utiliza a tecnologia de computação cognitiva do Watson. O Softbank está trabalhando com a Nestle e o banco japonês Mizuho para atendimento a clientes. Quando os clientes chegam nas lojas ou nas agencias do banco são recepcionadas pelo Pepper que presta o primeiro atendimento. Segundo Yoshida-san, a interação com um robô é melhor que um aplicativo, pois estabelece um engajamento do cliente.

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Um dado curioso é que a Softbank está ensinando o Pepper a pensar em japonês. Assim como o Bradesco está ensinando o Watson a pensar como os brasileiros (sem piadas por favor).

O mais interessante é que todo esse poder de computação pode ser contratado como serviços e integrado a aplicações através de APIs. A IBM tem uma plataforma de desenvolvimento rápido de aplicativos móveis chamado Bluemix. Isso permite que, literalmente, qualquer empresa possa digitalizar seus serviços utilizando computação cognitiva e dispositivos IoT para uma nova geração de negócios. Veja a apresentação da IBM.

Não tem jeito. Ou as empresas digitalizam seus produtos ou morrem. Não estou falando em automatizar processos internos através de ERPs, isso já foi. Alias, deixem de investir nesse negócio. Usem softwares com processos padrão de mercado em ambientes cloud computing: mais barato, mais seguro e em conformidade com a legislação local.

Invista em digitalizar seus produtos. Se a Ford pode transformar seu negócio de carros para um negócio de mobilidade, porque você não pode transformar seus produtos?

Parece que as empresas centenárias com IBM e Ford estão garantindo seu lugar para os próximos anos. E a sua empresa?