Quais setores da economia brasileira precisam se mover mais rapidamente, para evitar possíveis impactos graves causados por inovações disruptivas?

Quais setores da economia brasileira precisam se mover mais rapidamente, para evitar possíveis impactos graves causados por inovações disruptivas?

Como vimos todos os setores estão ameaçados. Essa é a dinâmica do mercado. No caso brasileiro, vejo a maior ameaça é a substituição das matérias primas que exportamos por novos materiais. Atualmente, o equilíbrio da nossa balança comercial é conseguida pelas exportações de commodities, como o minério de ferro. Se alguém conseguir produzir um material sintético que elimine a necessidade do minério de ferro podemos ter dificuldades. Veja o caso do cobre e do alumínio. Atualmente, as linhas de transmissão de energia e telefonia utilizam o cobre e alumínio como condutor. Estima-se que em 2017 teremos mais de 1 bilhão usuários de telefonia móvel através de IP (VoIP) e cresce o número de empresas e residências (algumas através de cooperativas de moradores) utilizando microgeração de energia. Isso poderá reduzir a necessidade do cobre e alumínio, fazendo cair o seu preço no mercado internacional.

Uma iniciativa disruptiva pode estar vinculada a um país. Veja o caso da China, o pais em si gerou uma disrupção através do custo baixo de sua mão de obra, controle cambial e flexibilização da legislação. A Índia aproveitou o estouro da bolha da Internet e a brutal redução dos custos de telecomunicações por fibra ótica para avançar no mercado de call centers e TI. Hoje existem sinais de aproximação entre a Coréia do Sul e Norte para uma, antes inimaginável, unificação. Imagine combinar a tecnologia da Coréia do Sul com o custo baixo da mão de obra e riquezas da Coréia do Norte. O Brasil tem que criar a sua própria iniciativa disruptiva: infraestrutura, educação, saúde, tributos e flexibilização das leis trabalhistas.