Inovação por subtração e produtividade é a saída para superarmos a crise econômica

Os sinais da economia brasileira e internacional mostram que temos um gigantesco desafio a frente, incluindo empresas, governo e nós mesmos. Nossa dívida pública associada com juros altos e crescimento negativo do PIB está levando o Brasil a bancarrota. A cada dia a situação piora, aumentando a dívida e reduzindo, drasticamente, a capacidade do governo investir em infraestrutura e deteriorando os serviços públicos e programas sociais. O número de desempregados aumenta e a inflação coroe o poder de compra de quem trabalha. Para quem lembra dos anos 80s fica ainda mais atormentado com essa situação. Bom, não podemos ficar parados esperando o pior, temos que agir imediatamente para proteger nossas empresas e o nosso patrimônio. Uma saída é desenvolvermos produtos e serviços com inovação por subtração e aumentarmos a produtividade nas empresas.

Sou de opinião que em qualquer cenário temos que assumir o controle da situação. Sempre trabalho com cenários prospectivos para planejamentos de médio e longo prazo. Sim, é possível criar cenários futuros, mesmo em situações de incerteza como vivemos atualmente. (veja meu artigo Planejamento baseado em cenários prospectivos).

O governo está com um enorme dilema para definir e aprovar medidas eficazes para tirar o país da crise. Com uma dívida pública crescente de R$2,79 trilhões, maior patamar desde que o índice começou a ser medido em 2004, teve um crescimento recorde de 21,7% em 2015, segundo dados do Tesouro Nacional. Em termos nominais, o crescimento da dívida em 2015 foi de R$498 bilhões (21,7%), contra um crescimento de R$173 bilhões em 2014 (8,15%) e de R$115 bilhões em 2013 (5,7%). Esses números do Tesouro Nacional mostram que se a escalada da dívida continuar chegaremos a um ponto que será impagável e prejudicará de forma direta as próximas gerações.

A dívida pública é contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Para ser atrair investidores os títulos públicos da dívida devem ser atraentes, oferecendo alta rentabilidade, superior a outros investimentos. Com a taxa Selic a 14,25 ao ano, é um tremendo negócio comprar títulos do governo, onde qualquer um de nós pode comprar através do Tesouro Direto. Bancos, empresas e pessoas físicas compram títulos financiando os investimento e despesas do governo. A dívida em si não é problema, desde que os recursos captados sejam utilizados para gerar mais riqueza na economia e aumentar a receita do governo para pagar a dívida. Os Estados Unidos e Japão têm dívidas maiores que o PIB, mas com juros baixos ou negativos, como no Japão, o governo preserva a capacidade de pagar a dívida.

Infelizmente, a situação do Brasil e diferente, pois estamos gastando o dinheiro captado para cobrir o déficit das despesas obrigatórios, definidas pela Constituição de 1988, tirando a capacidade do governo de investir em infraestrutura e programas para aumentar o crescimento do Brasil. A situação se agravará quando se não for alterada a atual legislação da Previdência Social.

No curto prazo, quem tem dinheiro está ganhando mais dinheiro. Os bancos com empréstimos pessoais e comprando títulos da dívida pública. As empresas aplicando em fundos de renda fixa atreladas a taxa Selic, pessoas com grandes fortunas, investidores especulativos internacionais e pequenos investidores. Estudos mostram que em período de crise economia existe mais concentração de renda. Com o rebaixamento do selo de bom pagador do Brasil pelas agências de risco internacionais (S&P e Moody) – investment grade – vários fundos internacionais estão proibidos de comprar títulos da dívida do Brasil. As agências de risco também rebaixam os índices de 13 bancos brasileiros em 2015 por terem muitos títulos da dívida, incluindo Bradesco, Itaú e Banco do Brasil.

Obviamente, os bancos não assumem os riscos sozinhos, eles transferem o risco aos investidores que contratam suas carteiras de investimentos, onde na “cesta de investimento” existem títulos públicos, tornando-as mais atrativas.

Claro que existe um ponto de ruptura e quem é profissional do ramo sabe quando a bomba explodirá. Quem está ganhando dinheiro agora está transferindo parte do principal e os juros para fundos mais seguros no exterior e ativos estáveis como o ouro, dentro de uma engenharia econômica que maximiza os rendimentos. Agora, adivinha quem ficará com os títulos podres caso o Brasil resolva não pagar a dívida, como está alertando as agências de risco? O pequeno investidor, como sempre.

Como o governo não conseguir captar o dinheiro que precisa através dos atuais impostos e de títulos do Tesouro Nacional ele precisa aumentar e criar novos impostos, como a CPMF.

Para o Brasil conseguir pagar os títulos da dívida, com os atuais juros, e pagar as crescentes despesas da máquina pública, a nossa economia teria que crescer 2 dígitos por ano. Entretanto, a situação é oposta, estamos em recessão nos últimos três anos. Nosso PIB potencial, segundo alguns analistas, é de 2,5% devido a limitações na infraestrutura. Por exemplo, não teremos energia para movimentar as fábricas. Como estamos em uma espiral negativa, as empresas que venceram os leilões de energia estão tendo dificuldades para captar investimentos para implantar os projetos de geração já contratados pela Aneel, potencializando o risco de falta de energia no futuro.

Seguindo o atual pensamento econômico do governo e sua baixa capacidade de influência para aprovar projetos no Congresso para mudanças radicais na economia para frear a dívida pública e o aumento de suas despesas estamos caminhando rapidamente para o ponto de ruptura da economia. Lembrando que tem gente ganhando dinheiro e poder até o ponto de ruptura. Outros apostam conseguir mais poder depois do ponto de ruptura.

No desespero para resolver o problema e manter um nível mínimo de emprego, o governo tem duas saídas: declarar moratória da dívida ou começar a emitir mais moeda, gerando uma hiperinflação. Nessa situação, para evitar a evasão de moeda para o exterior, devem ser criados decretos mais restritos para conversão da moeda. Lembro que em 1987 tive que pagar 25% do valor da passagem aérea para a Europa e na compra de moeda estrangeira, como imposto compulsório. O dólar paralelo na época disparou.

Para o governo e para nós as duas saídas são ruins. A moratória impediria a captação de novos recursos para obras de infraestrutura, a fuga de capitais e destruiria ainda mais nossa imagem no exterior. Emitir mais dinheiro criando uma hiperinflação destruiria o poder de compra das pessoas, geraria escassez de produtos e desordem social.

Mas afinal, como saímos dessa?

Em primeiro lugar proteja seu patrimônio. A desbancarização é uma alterativa buscando investimentos em fundos seguros aqui e fora do país, de forma legal seguindo a legislação brasileira.

As empresas devem criar produtos desprovidos de sofisticação que funcionem apenas para atender as necessidades básicas dos consumidores com preços muito baixos. Uma das formas de criar esses produtos é usar a inovação por subtração, eliminando aqueles atributos de valor que não são percebidos ou dificultam o uso de seus produtos. (assista o meu curso online gratuito Processo para Inovação Disruptiva).

Outra questão fundamental é aumentar a produtividade dos processos e pessoas. Tenho certeza, que a maioria das empresas já reduzir e simplificou ao máximo os processos e número de empregados buscando maior produtividade e proteção financeira. O próximo patamar de produtividade é mudar a forma de fazer as coisas, mudando completamente os paradigmas atuais. Sei que isso é um grande desafio, pois muitas empresas não possuem capacitação interna para executar uma transformação de negócios. Uma alternativa é contratar consultores externos.

Bom, mãos à obra.