Eduardo M Fagundes

Artigos

Coletânea de artigos técnicos e reflexões de Eduardo M. Fagundes publicados entre 2011 e 2017

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Tag: estratégia de ti

  • Estrutura organizacional e Estratégia de TI para Digital Business

    As tradicionais estruturas organizacionais de TI são obsoletas para as estratégias de digital business das empresas. As novas organizações de TI devem ser escaláveis, atender ao time-to-market, ter custos por demanda, atender aos requisitos legais, ter alta disponibilidade de serviços e promover a inovação e a melhoria contínua dos processos de negócios. Este artigo apresenta uma sugestão de modelo organizacional associado com uma estratégia para digital business.

    A estratégia é ter uma organização de TI enxuta e ter escalabilidade usando serviços especializados. A estrutura sugerida é um staff mínimo de sete especialistas e um CIO. As áreas propostas são: Budget e Gestão de Contratos, Inovação, Excelência Operacional e Compliance, Big Data e Análise Avançada de Dados, Infraestrutura, Gestão de Portfólio de Projetos e Segurança da Informação.

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    A área de Budget e Gestão de Contratos é responsável pelo planejamento e acompanhamento das despesas operacionais (OPEX), dos investimentos de TI (CAPEX) e da gestão dos contratos com os fornecedores e pelo processo de aquisição de produtos e serviços. Isso garante a segregação de função do processo de compra, retirando das outras áreas a responsabilidade de negociação com os fornecedores.

    A área de Inovação tem a responsabilidade de apoiar com metodologia e ferramentas de inovação as áreas de negócios na busca de soluções inovadoras para os processos críticos e apoiar o desenvolvimento de novos produtos e modelos de negócios. A partir do levantamento de requisitos e protótipos desenvolver as especificações dos novos softwares. Para ter escalabilidade, a área deve contar com o apoio de empresas especializadas em desenvolvimento de sistemas, preferencialmente, segmentada por especialidade. A codificação dos softwares deve ser entregue para fábricas de softwares independentes. Isso evita conflitos de interesse entre quem especifica o sistema e quem executa a codificação. Cria a oportunidade de usar mais de uma fábrica de software para atender ao time-to-market dos projetos. Minimiza o processo de substituição de fornecedores.

    Minha posição é que apenas sejam desenvolvidos softwares de projetos de inovação que implementem novas práticas e modelos de negócios. Caso contrário, adquire-se software de mercado.

    A área de Excelência Operacional e Compliance é responsável pelos softwares de mercado, incluindo o ERP, e todas as ações necessárias em TI para garantir o atendimento a legislação. Essa área deve garantir que a empresa está utilizando as melhores práticas de negócio do mercado para que a empresa tenha, no mínimo, o mesmo nível de competitividade do melhor concorrente do mercado. É responsável pela interação com os fornecedores de software e projetos de melhoria contínua junto com as áreas de negócios.

    A área de Big Data e Análise Avançada de Dados é responsável pelos dados não estruturados da empresa, coleta de dados externos, transformação e upload para a infraestrutura de Big Data. Deve apoiar as áreas de negócios no uso de ferramentas de análise avançada de dados para identificar mudança de comportamento de consumidores, detectar fraudes e identificar potenciais falhas de processos.

    A área de Infraestrutura de TI é responsável por manter os recursos necessários para garantir a disponibilidade dos serviços de acordo com os requisitos de negócios. A sugestão é contratar uma empresa especializada para fazer a monitoração e controle da infraestrutura dos data centers e telecomunicações. Os data centers, no mínimo dois para atender o plano de recuperação de desastre (DRP), serão contratados de forma independente. O ideal é fazer uma distribuição de carga entre os dois data centers. A modalidade contratada deve ser Cloud Computing. Nesta configuração, uma eventual troca de fornecedor tem seus impactos minimizados.

    A área de Infraestrutura ainda é responsável pelos serviços e equipamentos internos e ao atendimento aos usuários, que deve ser prestado por uma empresa especializada.

    A área de Gestão de Portfólio de Projeto tem a responsabilidade de gerenciar todos os projetos da organização de TI e suas interfaces com as áreas de negócios e as equipes contratadas (desenvolvimento de sistemas, fábricas de software, data centers e outros).

    A área de Segurança da Informação é responsável por definir as políticas de segurança da empresa e garantir que as áreas internas e os fornecedores estejam em conformidade. Deve prestar apoio consultivo a todos os projetos para assegurar sua aderência as normas de segurança.

    O número de pessoas nesse modelo de organização de TI irá variar com o porte da empresa. Obviamente, todas as áreas devem trabalhar em sintonia perfeita para alcançar os melhores resultados para a empresa.

     

  • Estratégia de TI para Negócios Disruptivos

    Uma pergunta recorrente é como as organizações de TI podem agregar valor ao negócio. Uma contribuição é garantir controles eficientes dos processos de negócios. Em ambientes de negócios regulados é fundamental que os controles estejam em conformidade com a legislação. A outra contribuição é ter artefatos de software para apoiar a excelência operacional dos processos de negócio. Atendendo esses dois requisitos a TI garante a operação da empresa e sua competitividade no mercado. Assumindo a premissa que nenhuma empresa é sustentável sem inovação, a TI deve apoiar o desenvolvimento de novos produtos e modelos de negócios disruptivos para saltos de crescimento e competitividade.

    O primeiro passo em rumo da inovação é quebrar o paradigma que a TI é uma organização tático operacional. Essa visão drena a maior parte dos recursos para a manutenção dos sistemas e infraestrutura de TI. Essa estratégia, no máximo, garante um processo de inovação incremental que não gera grandes saltos de competitividade e crescimento.

    Empresas que adotam a estratégia de inovação incremental apenas seguem os líderes do setor que atua. Para se tornarem líderes e impulsionar, significativamente, seu crescimento devem desenvolver produtos e modelos de negócios disruptivos.

    Como a TI pode ajudar?

    Negociando com as áreas de negócios o uso de softwares como serviços para os processos que a empresa “tem que ter” (por exemplo, o SPED fiscal e Social) e dos processos operacionais de práticas conhecidas e adotadas pelo mercado com “excelência operacional”. Concentrar os recursos de TI na “experimentação” de novos produtos e serviços da empresa. Aqueles projetos que se mostrarem viável e “disruptivos” servirão para a empresa dar um grande salto de competitividade e crescimento.

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    Adotar Software como Serviços (SaaS – Software as a Services), se bem selecionado, garante conformidade com a legislação e uso das melhores práticas de negócios. Esses softwares contemplam as regras de negócios desenvolvidas por especialistas e testadas em várias empresas, incluindo os competidores da empresa.

    Existem várias vantagens, destacando: redução do número de especialistas de processos; reduz o impacto da rotatividade de pessoal; assegura a implantação de novas normas regulatórias dentro dos prazos legais; adota práticas de melhoria contínua oferecidas pelo software, garantido o nível de competitividade no mercado; atualização tecnológica sob a responsabilidade do fornecedor; vantagens tributárias pela contratação como serviço, entre outras.

    A simples adoção do SaaS com o mínimo de ajustes possível garante a conformidade e competitividade da empresa. Desta forma, é possível liberar recursos para desenvolver projetos de inovação e buscar estratégias marcantes que irão impulsionar o crescimento da empresa.

    Em uma estratégia de TI orientada a inovação disruptiva, a equipe de analistas de sistemas e programadores estarão focados no desenvolvimento de projetos experimentais e softwares para processos críticos e marcantes para a empresa. Obvio, que isso requer a introdução de novos conceitos, novas técnicas de definição de requisitos de sistemas, novas metodologias de desenvolvimento de sistemas e fortes conhecimentos de negócios do pessoal de TI. Em outras palavras, uma nova TI.

    Algumas dessas estratégicas marcantes e inovadoras poderão se tornar o “core business” da empresa. Por exemplo, a Amazon.com desenvolveu práticas inovadoras de centros de distribuição para o seu negócio. Hoje, ela vende essa estrutura para lojas virtuais de concorrentes. Para apoiar o seu negócio foi necessário criar uma gigantesca infraestrutura de TI que, hoje, tornou-se um negócio independente e lucrativo.