Eduardo M Fagundes

Tech & Energy Insights

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Projetos de Inteligência Artificial: o que todo conselheiro e executivo precisa saber antes de aprovar um orçamento

Inteligência Artificial: de promessa técnica a decisão estratégica

A inteligência artificial deixou de ser uma inovação restrita a laboratórios. Hoje, ela representa uma alavanca concreta para aumentar eficiência, reduzir riscos, acelerar decisões e transformar modelos de negócio. Mas nem toda iniciativa de IA gera valor — e o que diferencia os projetos que entregam resultados daqueles que ficam no piloto é o entendimento claro de três pontos: onde aplicar, como conduzir e por que investir.

Este briefing apresenta, de forma objetiva e sem jargões, o que conselheiros e executivos precisam compreender para avaliar propostas de IA com critério — e tomar decisões orçamentárias bem fundamentadas.

O que realmente é um projeto de IA?

Um projeto de inteligência artificial é uma iniciativa orientada a dados que visa melhorar uma decisão de negócio com apoio de modelos preditivos, classificadores ou mecanismos automatizados de recomendação. Ele não é um software pronto. É um processo que aprende com dados históricos e precisa ser desenhado, validado, integrado e acompanhado de forma contínua.

Pense assim:

IA não é uma nova máquina. É uma nova forma de pensar e decidir.

Três perguntas que orientam toda decisão sobre IA

  1. Qual problema de negócio será resolvido?
  • O foco não é “usar IA”, mas resolver um gargalo relevante — como reduzir cancelamentos, antecipar fraudes ou priorizar atendimentos críticos.
  1. Quais decisões serão impactadas?
  • Um bom projeto de IA melhora diretamente decisões humanas ou automatiza partes críticas de processos.
  1. Existe dado de qualidade para sustentar a solução?
  • Sem dados adequados, o projeto fracassa. Não por falha técnica, mas por falta de insumo estratégico.

Por que projetos de IA são diferentes (e complexos)

Projetos de IA não seguem o ciclo tradicional de software. Eles envolvem variáveis menos previsíveis, como disponibilidade de dados, mudanças no comportamento dos usuários e necessidade de reavaliação constante do modelo.

Um bom projeto percorre cinco etapas:

  • Definição do problema e validação estratégica
  • Mapeamento e preparação dos dados
  • Desenvolvimento e teste do modelo
  • Implantação integrada aos sistemas existentes
  • Monitoramento contínuo e ajustes com base no uso real

A omissão ou simplificação de qualquer uma dessas fases compromete o retorno do investimento.

O que pode ser ganho — e o que pode dar errado

Quando bem conduzida, a IA pode:

  • Reduzir custos operacionais em processos repetitivos
  • Aumentar a eficiência de times de vendas, suporte ou análise
  • Diminuir perdas e fraudes com maior previsibilidade
  • Antecipar riscos e comportamentos do mercado ou dos clientes
  • Agilizar decisões críticas com apoio de dados

Mas quando mal conduzida, a IA:

  • Gera modelos que não saem do laboratório
  • Consome orçamentos sem entrega real
  • Reforça vieses ou cria riscos reputacionais
  • Perde apoio interno por falta de entendimento e comunicação

Como avaliar uma proposta de projeto de IA

Antes de aprovar um orçamento, conselheiros e executivos devem exigir clareza em cinco pontos:

  1. Qual o problema de negócio que se quer resolver?
  2. Como o projeto se conecta à estratégia da empresa?
  3. Quais áreas serão envolvidas (negócio, tecnologia, dados)?
  4. Como será medida a entrega de valor (indicadores reais)?
  5. Como será garantida a manutenção e evolução do modelo?

Projetos robustos trazem essas respostas desde o início — e já preveem um plano de integração, governança e acompanhamento.

E quanto custa?

O custo de um projeto de IA depende do escopo, da qualidade dos dados e da necessidade de integração. O erro mais comum é considerar apenas o custo técnico (equipe, ferramentas) e ignorar o que vem depois: integração com sistemas, manutenção contínua e atualização dos modelos com novos dados.

Investir em IA não é um gasto pontual — é o início de uma nova capacidade operacional.

Como tal, deve ser tratado como investimento estratégico, com payback em eficiência, ganho de margem e competitividade.

Conclusão: por que conselheiros devem entender IA

A inteligência artificial está moldando os setores mais competitivos do mundo — e sua adoção, cada vez mais, deixa de ser opcional. Mas adotar com responsabilidade é mais importante do que adotar rapidamente.

Conselheiros e executivos não precisam entender os algoritmos — mas precisam entender o raciocínio de negócio, a complexidade operacional e os critérios de sucesso que fazem de um projeto de IA uma vantagem — e não um risco.

A aprovação de um orçamento deve vir acompanhada de uma pergunta simples:

Estamos resolvendo o problema certo, com o time certo, pelo caminho certo?

Se a resposta for sim, a IA deixa de ser uma promessa — e passa a ser um diferencial.

Quer saber mais? Leia o artigo Projetos de Inteligência Artificial

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