Eduardo M Fagundes

Tech & Energy Insights

Análises independentes sobre energia, tecnologias emergentes e modelos de negócios

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Empreendimentos adaptáveis as crises: o novo normal

Em países democráticos o direito individual a liberdade civil é fundamental. O jornalista tem o direito de divulgar um furo de reportagem. O juiz tem o direito de tornar público conteúdo de processos sensíveis que podem afetar o funcionamento das instituições. O comentarista político tem o direito de explorar uma notícia polêmica. O cidadão derrotado em suas ideias tem o direito de se reunir com outros para expressar sua opinião em passeatas e greves. O político tem o direito de mudar de posição conforme a conveniência. O funcionário público tem o direito de expressar sua opinião, mesmo que possa afetar o funcionamento das instituições pelas quais tenha o dever de defende-las. O investidor em bolsa de valores tem o direito de especular em situações de instabilidade econômica. O direito individual gera cenários políticos, econômicos e sociais imprevisíveis, criando ambientes de negócios instáveis. Neste contexto, os empresários têm o direito de tomar medidas de cautela, reduzindo e adiando investimentos, e criando negócios adaptáveis a cenários imprevisíveis.

O Brasil não tem uma democracia perfeita, ocupando a desconfortável 51ª posição no ranking das democracias mundiais no ano de 2015. Nossa pior avaliação foi em participação política, entre os cinco quesitos avaliados: processo eleitoral e pluralismo; funcionamento de governo; participação política; cultura política; e, liberdades civis.

Uma democracia plena promove o bem-estar social que gera confiança no sistema e nivela as desigualdades, o que, por sua vez, gera confiança nas instituições democráticas. Um dos efeitos das democracias plena é criação de ambientes estáveis de negócios e, consequentemente, crescimento econômico e melhor qualidade de vida para os seus cidadãos.

Curiosamente, o exercício pleno da cidadania às vezes pode levar a decisões de consenso que não parecem compatíveis com certos valores da democracia. Como por exemplo, a decisão de um referendo na Suíça que proibiu a construção de minaretes em mesquitas, criando um obstáculo para a integração da comunidade mulçumana no país.

Diante de cenários futuros imprevisíveis, imperfeito para planejamentos de longo prazo, os empresários devem adotar um novo normal: empreendimentos adaptáveis as crises.

Vários pontos devem ser considerados para um negócio adaptável a crises. Um dos pontos é a velocidade para sair do negócio com o mínimo impacto financeiro. Isto exige contratos com fornecedores, distribuidores, empregados e clientes flexíveis com clausulas de saída bem elaboradoras. O segundo ponto é definir períodos curtos para o retorno do investimento. Projetar retorno de investimento (ROI) de longo prazo aumenta, consideravelmente, o risco de perdas financeiras. Para investidores é melhor apostar em empresas já estabelecidas do que investir em startups, melhorando a previsibilidade de retorno do investimento. Evitar investimentos onde seja necessário mudar o comportamento dos consumidores e onde não exista regulamentação especifica. Embora a rentabilidade possa ser menor no médio e longo prazo, o risco é menor.

Outro ponto é a localização da empresa. O ideal é se instalar em um país de democracia plena, como o Uruguai na América do Sul, 19ª no ranking e uma posição acima dos Estados Unidos, na classificação de 2015. Criar offshores, empresa que tem a sua contabilidade num país distinto daquele onde exerce a sua atividade, não é proibido. Obviamente, deve-se seguir os critérios legais e transparência.

Resumindo, em países onde as crises é o “novo normal”, investidores, empresários, empreendedores e trabalhadores devem encontrar novos modelos de negócios, mais flexíveis e adaptativos.

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