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Google adere ao Open Compute Project: estamos a caminho do Utility Computing

A Google anunciou sua adesão no projeto fundado pela Facebook cinco anos atrás, o Open Compute Project (OCP). O projeto reúne várias empresas que para o desenvolvimento de hardware aberto. A Google é um colaborador de peso em software livre – open source – e agora assinou um contrato para colaborar no projeto de distribuição de energia de 48 volts para os racks de data centers, com a expectativa de reduzir 30% de sistemas que operam com 12 volts. Isso irá contribuir para a nova geração de hardware, principalmente para apoiar a computação em hiperescala. A Microsoft anunciou que está trabalhando com a Arista, Broadcom, Dell e Mellanox para desenvolver componentes de rede para o projeto. Os grandes data centers já estão comprando hardware diretamente de fornecedores chineses e taiwaneses, incluindo a Google. A Alibaba, Tencent e Baidu também compram localmente, afirmando ser por razões de segurança e nacionalismo. Isso coloca em estado de atenção a indústria de servidores americanas, como a HPE (Hewlett-Packard Enterprise) e a Dell. Tudo indica que estamos convergindo para o Utility Computing, onde teremos serviços de computação padronizados, tornando mais barato e fácil a seleção e migração de uma empresa para outra.

O movimento de compras diretas de fornecedores de servidores na China e em Taiwan fez crescendo nos últimos anos. O mercado de servidores totalizou 2,96 milhões de unidades entregues no quarto trimestre de 2015, com um crescimento de 9,2% comparando com o mesmo trimestre de 2014, de acordo com o Gartner. O crescimento foi liderado pela Lenovo, Huawei e Inspur Electronics. Esses fornecedores ainda estão atrás da HPE e Dell. A HPE diminuiu suas vendas em 2,6% e a Dell em 0,3% no quarto trimestre comparado com 2014, recuando. Ao contrário, a Lenovo cresceu 5,9% com 257 mil unidades, a Huawei cresceu 27% com 150 mil unidades e a Inspur aumentou suas vendas em 53% com 140 mil unidades.

O fato é que os grandes data centers buscam soluções abertas e estão descartando produtos com soluções proprietárias, mesmo que algumas apresentem melhor desempenho. Porém, sabemos que com o trabalho colaborativo de desenvolvimento de soluções abertas essas vantagens localizadas são rapidamente superadas.

A HPE, Dell, IBM e Lenovo estão liberando soluções abertas para a nuvem em seus servidores, incluindo Red Hat com OpenStack, Azure HybridCloud e Nutanix. A compra da EMC pela Dell permite embarcar o VMware nos servidores Dell. A Lenovo está liberando servidores com soluções da Microsoft.

A batalha dos fabricantes de chips para servidores também está acirrada. A Intel que domina o mercado de chips para servidores x86 está sendo atacada pela Qualcomm e IBM, baseado nas arquiteturas ARM e Power, respectivamente.

Esses movimentos de mercado aumentam os desafios de planejamento dos usuários de serviços e desenvolvedores de software, que buscam interoperabilidade, portabilidade, segurança, desempenho e preço baixo.

Minha recomendação é considerar uma infraestrutura aberta usando as especificações do Open Compute Project para hardware, o OpenStack para Software-defined-Storage, as definições do OpenSwitch para switchs físicos e o Open Virtual Switch (OvS) para virtual switch, o OpenDayLight como painel de controle para Software-defined-Networking, e o OpenStack para a orquestração.

Os usuários podem influenciar mais diretamente nesse movimento, acelerando a adoção dessa arquitetura criando escala no mercado. Isso depende dos grandes clientes de serviços, especificando essa arquitetura nas suas RPFs – Resquest-for-Proposal – para aquisição de serviços de data centers ou de compra de hardware e software para seus próprios data centers. Quanto mais “open” forem as soluções mais barato, seguro e confiável serão os serviços.

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