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Mais vale um funcionário com vontade de aprender que um especialista desinteressado

Tenho a felicidade de conviver com jovens e acompanhar a transformação das gerações “baby boomer”, X, Y e Z, tanto no ambiente acadêmico como nas empresas. As mudanças são marcantes, desde funcionários totalmente submissos a hierarquia organizacional aos jovens que questionam as regras e buscam, constantemente, novas oportunidades de crescimento e qualidade no ambiente de trabalho. Obviamente, essas transformações impactam a operação das empresas e geram conflitos entre gerações. O lado, extremamente, positivo é o constante alinhamento das práticas de negócios e produtos ao mercado.

Pessoas motivadas

Dentro deste contexto, o desafio é saber contratar. Usar apenas o critério técnico é valido para projetos que exigem conhecimento especifico e pontual. A contratação de pessoal para quadros fixos da organização exige focar mais no comportamento que nas habilidades atuais e experiência anterior. Meu argumento é que a empresa contrata colaboradores para transformar a empresa alinhando com as necessidades do mercado ao longo do tempo.

Ressalto três características importantes: ética, qualificação acadêmica compatível com a função e vontade de aprender.

A ética resguarda a empresa de uso de práticas indesejáveis pelos clientes e pela legislação do país. Cria um ambiente de trabalho mais saudável com menos intrigas e conflitos pessoais. Melhora a satisfação dos clientes com o desenvolvimento de produtos e serviços em conformidade com as expectativas do mercado, dentro da legislação e com responsabilidade socioambiental, resultando em melhores resultados financeiros.

A qualificação acadêmica compatível é essencial para exercer funções regulamentadas, como engenharia. A graduação assegura acesso a cursos de especialização e participação em fóruns e associações de classe para influenciar no uso de novas tecnologias, práticas de negócios e desenvolvimento de novos negócios.

A última, porém tão ou mais importante que as duas primeiras, é a vontade de aprender. Pessoas com esse perfil questionam os processos, buscam fazer as coisas de forma diferente, encaram os erros como parte do processo de aprendizado, buscam conhecimento e habilidades em cursos e profissionais mais experientes e assumem riscos controlados para aplicar aquilo que aprenderam. Encaram a empresa como um meio para aprender e evoluir profissionalmente.

As empresas se beneficiam com profissionais que querem aprender de várias formas. Para aprender essas pessoas preferem fazer que contratar, reduzindo o custo das operações e projetos. Por não terem medo de errar quebram paradigmas organizacionais e ultrapassam limites estabelecidos por funcionários mais experientes. Aprendendo mais rápido e usando novas tecnologias absorvem o conhecimento de outros funcionários, acelerando as transformações na empresa. Essas atitudes fazem que outros funcionários deixem suas zonas de conforto e reajam para não perderem seus empregos e status quo.

Infelizmente, os maiores sabotares desse processo são a cultura da empresa e chefes que não estão dispostos a aceitar mudanças e riscos.

Empresas que têm a cultura de punir erros, mesmo daqueles que querem acertar, inibem a criatividade e controlam seus funcionários pelo medo, resultando em baixo desempenho organizacional e alta rotatividade de pessoal, principalmente os mais jovens e talentosos. Nas empresas sem cultura de aprendizado, os treinamentos são para desenvolver habilidades técnicas para exercer funções especificas, para atender a regulamentação e programas de conformidade. Ao contrário, empresas com cultura de aprendizado permitem que seus funcionários desenvolvam habilidades em outras áreas, permitindo o desenvolvimento de uma visão holística que contribuirá para melhorar o ecossistema da empresa.

Para não perder tempo, não comentarei sobre chefes que apenas controlam tarefas e exigem que seus subordinados ajam conforme suas regras e visão de mundo.

Agora, como superar o desafio de recrutar pessoas que querem aprender? Se for sua empresa tiver uma cultura de aprendizado, os talentos baterão na sua porta. As dinâmicas de seleção e recrutamento atuais são suficientes para identificar os melhores talentos. Encontrando talentos contrate-os, mesmo que não tenha um posição no momento. Coloque-os em projetos e em departamentos de baixo desempenho como observadores. Os programas de trainees são excelentes para recrutar talentos. Outro processo são parcerias com Universidade e escolas técnicas para identificar alunos com potencial e investir em programas de estágio.

A “vontade de aprender” não está associado a idade da pessoa e sim a uma característica. Pessoas com mais experiência e vontade de aprender são ideais para serem mentores dos mais jovens, pois veem a oportunidade de continuar a aprender.

Profissionais com vontade de aprender são mais valiosos que especialistas altamente qualificados que não estão dispostos a quebrar paradigmas e contribuir para o desenvolvimento da empresa.

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