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O uso da tecnologia para reinventar o Estado

O pensamento sobre o papel do Estado passou por três grandes revoluções. Thomas Hobbes (1588-1679) argumentava que a função do Estado era proteger as pessoas da morte. Beatrice Webb (1858-1943) e Sidney Webb (1859-1947) diziam que o papel do Estado era prover o bem-estar das pessoas. Margaret Thatcher (1925-2013) e Ronald Reagan (1911-2004) entenderam que o Estado havia ficado grande demais, reduzindo sua eficiência, e tentaram reduzir seu tamanho. Agora, a quarta revolução do Estado é usar o poder da tecnologia e do pensamento político moderno para disciplina-lo, segundo o historiador inglês Adrian Wooldridge. O historiador afirma que o modelo de governo burocrático e inchado criou frustações e precisa ser repensado, onde a saída é o uso intensivo de tecnologia.

Singapura

O Estado quanto maior seu tamanho, mais indisciplinado fica e oferece cada vez mais serviços ineficientes. Da mesma forma que a tecnologia aumenta a produtividade nas empresas, a tecnologia é fundamental para tornar os serviços públicos mais eficientes. Singapura é um exemplo bem-sucedido de uso da tecnologia para melhorar os serviços público, atraindo negócios e provendo educação e outros serviços de qualidade para a população. Os suecos experimentaram as consequências maléficas de um Estado grande e tomaram ações para reduzi-lo e aplicaram princípios de mercado, competição e autonomia.

Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, afirmou em uma palestra em São Paulo que Washington se isolou e se afastou dos cidadãos. Muitos pensam o mesmo sobre Brasília.

Diante desse cenário, parece que a solução é fortalecer os prefeitos e estes investirem em soluções de tecnologia avançada para tornar as cidades inteligentes, melhorando a vida dos munícipes e atraindo mais investimentos para as cidades, com serviços mais eficientes e com custos menores.

Obviamente, isto não é fácil. Aqui no Brasil, isto requer mudanças constitucionais e grande vontade política. Existem grandes obstáculos, como perda do poder do executivo, legislativo e judiciário, e algumas correntes políticas que acreditam que o Estado centralizado e grande é a única forma de garantir a redução das desigualdades sociais no país.

Entretanto, as parcerias público-privadas municipais e a formação de consórcios públicos, que reúnem em uma entidade jurídica várias cidades, podem avançar na modernização das cidades e aumentar a representatividade dos prefeitos, que pode provocar no médio e longo prazo um novo pensamento político no país.

A implantação desta estratégia depende de uma forte interação entre os prefeitos, a iniciativa privada e as Universidades para definir rotas de desenvolvimento e como aplicar a tecnologia para melhorar a eficiência dos serviços públicos em prol dos cidadãos.

A norma internacional ISO 37.120, define e estabelece metodologias para um conjunto de indicadores relacionados ao desenvolvimento sustentável, com o objetivo de orientar e medir o desempenho de serviços urbanos e qualidade de vida.

Cabe aos prefeitos criarem desafios, através de chamadas públicas, para que as empresas privadas e Universidades apresentarem soluções para melhorar os indicadores de suas cidades.

Em minhas palestras, cursos e projetos para cidades inteligentes reforço a importância das parcerias público-privadas e apresento maneiras para identificar e priorizar projetos para avançar nos indicadores da ISO 37.120.

e-Book

Vivemos um tempo em que decisões estratégicas nas empresas são cada vez mais influenciadas por algoritmos — muitas vezes sem que os conselhos compreendam plenamente seus critérios ou impactos. Este e-book convida conselheiros e líderes a refletirem sobre esse novo cenário, por meio de uma narrativa acessível que acompanha a jornada de um conselho diante da inteligência artificial. Com o apoio simbólico do personagem Dr. Algor, os conselheiros descobrem os riscos éticos, os dilemas da automação e a importância da supervisão consciente. Não se trata de um manual técnico, mas de uma ferramenta estratégica para quem deseja manter sua relevância na era algorítmica. Com lições práticas ao final de cada capítulo e uma proposta de formação executiva estruturada, o livro reforça uma mensagem central: a responsabilidade não pode ser automatizada — e cabe aos conselhos liderar com propósito, antes que a máquina decida por eles.

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