Uma pesquisa recente conduzida pela KPMG revelou um dado alarmante: 58% das empresas participantes sofreram impactos econômicos em decorrência de ataques cibernéticos. Um exemplo palpável é o recente ataque enfrentado pelos sites da B2W – Americanas, Shoptime e Submarino – que resultou na interrupção de suas operações. De acordo com o portal Exame, apenas a Americanas sofreu prejuízos estimados em mais de R$325 milhões durante 72 horas de inatividade. Esta realidade lança luz sobre a urgência de robustecer a segurança cibernética, incorporar novas tecnologias e elaborar planos de continuidade de negócios.
No cerne da questão, encontra-se uma problemática inerente: o ambiente tecnológico atual é vulnerável. Mesmo com investimentos massivos em ferramentas e equipes de segurança, os riscos de ataques cibernéticos permanecem altos. Diante da multiplicação desses ataques, é evidente que as arquiteturas de sistemas de informação atuais já não correspondem às exigências de segurança de dados. Assim, do mesmo modo que a revolução do Big Data transformou o armazenamento e recuperação de informações, é imperativo repensar nossa abordagem de sistemas.
Sistemas centralizados são intrinsecamente suscetíveis a falhas. Uma única vulnerabilidade pode comprometer todas as operações de negócios vinculadas. Isso questiona a viabilidade dos tradicionais ERPs, onde todos os dados corporativos são armazenados em bancos de dados centralizados.
Hiperconvergência: Blockchain, MultiCloud e Microsserviço
A solução emergente para essa ameaça cibernética está na descentralização das informações. E isso pode ser alcançado por meio da confluência de três pilares tecnológicos: Blockchain, MultiCloud e Microsserviço.

- Blockchain: Uma cadeia crescente de registros interligados criptograficamente. Devido à sua natureza, modificar um registro altera todos os subsequentes, tornando as alterações retroativas quase impossíveis. A descentralização dos dados oferece recuperação robusta em caso de comprometimento.
- MultiCloud: Utiliza diversos serviços de armazenamento e computação em nuvem, distribuindo ativos e sistemas em vários ambientes, reduzindo a dependência de um único provedor.
- Microsserviços: São pequenas unidades de software independentes que se comunicam por meio de APIs, proporcionando agilidade no desenvolvimento.
A sinergia entre essas três tecnologias oferece aos sistemas de informação corporativos uma armadura contra ameaças cibernéticas, garantindo operações mais resilientes, flexíveis e seguras.
Vale mencionar que essa abordagem hiperconvergente também favorece a integração com toda a cadeia de valor das empresas.
Em face dos riscos, o investimento na conversão de sistemas tradicionais pode parecer oneroso. No entanto, quando comparado com potenciais perdas – como as sofridas pelas Americanas – a decisão torna-se clara.