O avanço das empresas chinesas de energia no Brasil

A empresa chinesa de energia Three Gorges irá comprar os ativos da Duke Energy no Brasil por US$1,2 bilhões. A sua compatriota State Grid comprou 23% de participação da CPFL Energia por US$1,8 bilhões em setembro de 2016. Em paralelo, o BNDES divulgou novas condições de financiamento para o setor de energia, onde participará com 50% a 80% dos itens financiáveis, elevou o crédito para energia fotovoltaica e reduziu o apoio as hidrelétricas. Isso cria mais oportunidades para investimentos chineses no Brasil para hidrelétricas.

A aquisição dos ativos da Duke Energy ainda está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

O avanço dos chineses no setor elétrico cria oportunidades para toda a cadeia de fornecedores chineses no Brasil, desde empresas de TI até fornecedores de turbinas. Isso pode gerar um grande impacto na indústria nacional do setor.

Sabemos que o futuro da energia é a energia renovável. Além disso, estamos caminhando para a abertura dos mercados e uma participação mais ativa dos consumidores na gestão da demanda de energia. Os sinais já começam a aparecer com o crescimento do mercado livre e redução sistemática do mercado cativo de energia. Entre 2016 e 2015, a previsão na variação de consumidores livre e especiais é de 76%, segundo a Comerc Energia. O mercado cativo caiu 1,4% em janeiro e 2,5% em fevereiro de 2016, segundo a ABRADEE.

A China tem uma participação significativa na produção de soluções de energia renovável e um grande projeto de implantação de energia fotovoltaica no país para reduzir os impactos das mudanças climáticas. Isso gera economia em escala, com redução significativa de custos de produção, permitindo avançar em outros mercados com preços altamente competitivos.

Ao que tudo indica teremos o domínio chinês na geração de energia no Brasil.