Uma estratégia para implantar IA e Machine Learning nas empresas

As tecnologias de inteligência artificial (IA) e ferramentas avançadas de Machine Learning (ML) estão no topo da lista de tendências tecnológicas do Gartner para 2017. Muito se comenta sobre essas tecnologias e seus impactos nos negócios e na sociedade. Alguns até invocam o temos da substituição do homem pelas máquinas. Os conceitos não são novos. O que temos hoje é alta capacidade de processamento e armazenamento com novas tecnologias em ambientes escaláveis de Cloud Computing. Entretanto, seguindo os modelos atuais de tomada de decisão é difícil aprovar um projeto de IA e ML, pois os resultados financeiros são incertos. A solução é elaborar um protótipo de aplicação em parceria com uma Universidade.

Inteligência artificial é uma tecnologia que tenta emular o processo de tomada de decisão humano. Tenta compreender contextos complexos, estabelece diálogos naturais com as pessoas para aprimorar o desempenho cognitivo humano ou substituir as pessoas em tarefas não rotineiras.

Machine Learning são algoritmos compostos de várias tecnologias (deep learning, redes neurais e processamento de linguagem natural) usados para o aprendizado, baseado em informações existentes.

Estudos e pesquisas sobre Inteligência Artificial são comuns em Universidades há muito tempo (estudei para a minha dissertação de mestrado em 1996). Existem vários especialistas acadêmicos no assunto que adorariam ter desafios empresariais para desenvolver soluções de problemas e novos produtos. Por outro lado, muitas empresas têm dificuldade para aprovar projetos usando IA ou ML por não conseguir desenvolver uma proposta de valor que seja aprovada pela diretoria. Uma alternativa ganha-ganha é as empresas compartilharem seus desafios com as Universidades para a busca de soluções técnicas. Isso é muito simples. Basta estabelecer um convênio entre a empresa e a Universidade, na grande maioria dos casos sem custo para ambas as partes.

Os pesquisadores conhecendo os desafios podem elaborar as propostas de projetos, que poderão ser utilizados como iniciação cientifica para trabalhos de conclusão de curso, temas de dissertação de mestrado, teses de doutorado ou, a grande vantagem para as empresas, a definição de um produto ou solução corporativa.

As leis de incentivo e fundos subsidiados apoiam a inovação (Lei do Bem) e chamadas públicas com fundos de agencias de incentivo em várias esferas do governo. Em certas circunstâncias 40% da remuneração dos pesquisadores são incentivos fiscais.

Interessante observar que mesmo com incentivos fiscais e excelentes oportunidades para trabalhar com especialistas nas Universidades, apenas 36% das empresas brasileiras investem em inovação. No Brasil, mais de 90% das patentes são geradas pelas Universidades, diferente de outros países, onde as Universidades produzem menos de 3% das patentes e o restante pelas empresas.

As Universidades são excelentes para hackathons, com a capacidade de mobilizar centenas de estudantes para jornadas de criatividade e trabalho duro de desenvolvimento de novos produtos. Estas iniciativas são capitalizadas como “inovação aberta” e “responsabilidade social” pelas empresas, ou seja, ganham ideias e marcam pontos no Balanço Social.

Mãos à obra! Procure uma Universidade para estabelecer um convênio e compartilhe seus desafios. Você irá se surpreender com os resultados.