Eduardo M Fagundes

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Coletânea de artigos técnicos e reflexões de Eduardo M. Fagundes publicados entre 2011 e 2017

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Autor: Eduardo Fagundes

  • Como aumentar o Capital Intelectual da sua empresa

    A vantagem competitiva das empresas está no seu conhecimento e na capacidade de aprender coisas novas. Na economia moderna, criar e compartilhar conhecimento aumenta o valor do capital intelectual da organização. Entende-se por Capital Intelectual a capacidade que a empresa tem para lidar, sobreviver, crescer e atingir o sucesso nos negócios e mantê-lo. Esse artigo apresenta uma sugestão de como aumentar o Capital Intelectual das empresas.

    A boa gestão do Capital Intelectual melhora a lucratividade, a posição estratégica da empresa, aproveita melhor as inovações adquiridas de outras empresas, aumenta a fidelidade dos clientes, reduz os custos operacionais e aumenta a produtividade.

    Para empresas de capital aberto, as evidências da boa gestão do Capital Intelectual e seus resultados impactam positivamente no valor e a atratividade das ações.

    Podemos analisar o Capital Intelectual por quatro categorias: (1) Capital Humano, que trata da capacidade pessoal, conhecimento e experiência dos empregados, associado a um sistema de recompensa; (2) Capital de Relacionamento, trata da satisfação e relacionamento com os clientes; (3) Capital da Inovação, que define a capacidade de criatividade e inovação para desenvolver novos produtos e modelos de negócios; e, (4) Capital Organizacional, refere-se ao ambiente da empresa para gerar e gerenciar o conhecimento de forma eficaz.

    A gestão do Capital Humano envolve o processo de contratação de empregados, seu desenvolvimento e avaliação de seus resultados frente aos seus objetivos de entrega e comportamentais, resultando em uma recompensa.

    Contratar um novo empregado é adquirir conhecimento externo e, dependendo do seu perfil, abrir novas oportunidades para aumentar o Capital Intelectual da empresa. Em mercados altamente competitivos onde a inovação é fundamental, o potencial do empregado em aumentar o Capital Intelectual pode ser mais relevante que sua experiência. Desta forma, deve-se rever os critérios e o processo de seleção de pessoal. Avaliar até que ponto as empresas especializadas em seleção estão alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa. O envio de um simples perfil de candidato para as consultorias pode não ser suficiente para demonstrar a importância estratégia do Capital Humano da empresa.

    A empresa deve acompanhar os profissionais que já passaram pela empresa, principalmente de estagiários e trainees, para avaliar seu desempenho no mercado e considerar seu retorno, somado com novas experiências. Empresas competitivas conhecem os melhores profissionais e podem abordá-los diretamente. Ou seja, uma boa gestão de Capital Humano é gerenciar os profissionais dentro e fora da empresa.

    O Capital de Relacionamento deve garantir a satisfação dos clientes. O custo de manter a fidelidade de um cliente é muito menor que a aquisição de novos. Manter a satisfação exige que continuamente a empresa encante os clientes. Esse encantamento vem com a inovação.

    Uma boa prática é promover programas para que todos os empregados façam atividades ligadas diretamente com os clientes pelo menos uma vez por ano. Essa experiência permite que os empregados reavaliem seus processos de trabalho e busquem o foco no cliente.

    O Capital da Inovação é a garantia de sustentabilidade, longevidade e prosperidade das organizações. As empresas deve ter manter programas de inovação com metodologia e incentivos aos seus empregados para criar projetos de inovação. Uma questão é importante é desenvolver um ambiente onde os erros sejam encarados como aprendizado.

    Um programa de inovação deve incorporar técnicas e modelos de gestão de melhoria contínua de processos, como o Six-Sigma. Ter a capacidade de identificar e mensurar os problemas é o primeiro passo para criar soluções criativas. Tecnologias como Big Data e ferramentas de análise avançada de dados podem ser usadas para ampliar a capacidade de inovação.

    A boa gestão do Capital Organizacional garante que o conhecimento do conjunto de empregados viabilize a inovação, a melhoria de produtividade, a satisfação dos clientes, a redução dos custos operacionais e o aumento da lucratividade. A gestão do conhecimento é fundamental para o sucesso e crescimento do Capital Intelectual das organizações.

    Um dos pontos é rever a estratégia de treinamento. Um estudo da consultoria americana Gartner Group em 2012, mostrou o nível de retenção de conteúdo pelos alunos em diversas modalidade de ensino: Aulas presenciais, apenas 5%; Leitura, 10%; Audiovisual, 20%; Demonstração, 30%; Grupo de Discussão, 50%; Praticar, 75%; e, Ensinar os outros, 90%.

    Antes de contratar um curso você deve avaliar a metodologia de ensino observando se o curso explora os critérios de retenção do conteúdo.

    Pessoalmente, tenho preferência por cursos fechados para empresas, os chamados in company. Essa modalidade permite a discussão de problemas reais da empresa e buscar soluções a partir do conteúdo do curso.

    Um paradigma que foi superado é da dúvida sobre a eficiência do ensino a distância. Atualmente, essa modalidade de ensino está difundida e faz parte de programas universitários e corporativos. Tive a oportunidade de participar do Projeto FORDSTAR da Ford-US que começou a treinar funcionários das concessionárias de veículos nos Estados Unidos à distância, em 1995. O projeto conseguiu ampliar a oferta de treinamento, melhorou os serviços e reduziu custos. Os instrutores cobriram entre 20-30% mais conteúdo durante o telecurso, as notas dos alunos foram 20% melhores e o tempo fora dos escritórios e concessionárias foi reduzido em mais de 50%. Através do FORDSTAR, a equipe a treinamento foi capaz de atingir mais de 45.000 técnicos e 50.000 vendedores em questão de dias. A tecnologia de aprendizado reduziu o treinamento em classe de uma média de 31 dias para somente nove, e um grande número de pessoas podem ser treinadas simultaneamente.

    Um exemplo de gestão de treinamento com foco no Capital Intelectual é a metodologia da nMentors (www.nMentors.com.br) que explora os principais critérios de retenção de conteúdo. A partir do planejamento detalhado dos objetivos do treinamento, os tópicos são divididos em breves exposições teóricas com recursos multimídia. O curso é apresentado de forma presencial para um grupo de funcionários que terão a função de multiplicadores. Os tópicos com conteúdo teórico são apresentados sem interrupção e gravados. Após a apresentação é realizado uma dinâmica para provocar uma discussão do assunto e atividades práticas. Concluído o treinamento, as gravações são editadas e publicadas na Intranet da empresa. Os vídeos podem ser acessados por outros funcionários de acordo com o critério estabelecido pela empresa. Cada vídeo pode receber contribuições de conteúdo dos funcionários, ampliando o conhecimento. Os vídeos podem ser utilizados pelos multiplicadores para sessões internas de treinamento, consolidando ainda mais o conhecimento.

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    O importante é que cada curso apresentado na empresa é compartilhado com outros funcionários, ou seja, o investimento em treinamento é preservado dentro da empresa e cresce à medida que novas contribuição são incorporadas.

    Resumindo, o Capital Intelectual faz parte das boas práticas da Governança Corporativa e influencia na vantagem competitiva das empresas e no seu valor de mercado. Devem ser desenvolvidas estratégias para o gerenciamento das quatro categorias que envolvem o Capital Intelectual: Capital Humano, Capital de Relacionamento, Capital de Inovação e Capital Organizacional.

     

     

     

  • Big Data: O desafio da coleta, transformação e carga de dados

    Comentar sobre os benefícios do Big Data é desnecessário no atual estágio do mercado. Quem ainda não se convenceu está fora do jogo. Basta lembrar que o McKinsey Global Institute apontou o Big Data entre as cinco oportunidades para o crescimento da economia americana. Um dos desafios para muitas empresas é a coleta, transformação e carga de dados. O outro é ter uma equipe capacitada para fazer análise avançada de dados. Esse artigo comenta sobre a coleta, transformação e carga de dados.

    Para quem tem experiência em implantação de ERPs consolidando vários sistemas legados conhece o desafio do ETL (Extract, Transformation and Load) dos dados. Ao longo do tempo as empresas constroem vários sistemas e, no passado, sem uma visão empresarial integrada para a definição da arquitetura de dados e taxonomia. Ou seja, as estruturas de dados foram criadas para classificar os elementos dentro dos próprios sistemas. Quando se tenta consolidar os dados em um único sistema encontramos dificuldades para compatibilizá-los.

    Um exemplo simples da necessidade de transformação de dados é a unidade de medida utilizada em sistemas diferentes. Em um sistema a unidade é quilograma e em outro é tonelada.  Entretanto, os desafios são maiores quando um determinado dado foi calculado por um outro sistema e você precisa desenvolver um algoritmo para descobrir os elementos que foram usados para o cálculo.

    Depois da extração e transformação dos dados, a próxima etapa é a carga nos bancos de dados. A complexidade dessa tarefa varia de acordo com o volume de dados a ser carregado. Para grandes volumes é necessária uma infraestrutura de I/O (input/output) robusta e veloz.

    Olhando uma organização típica, vemos que apenas 20% dos dados da organização estão estruturados nos sistemas de aplicações. Os outros 80% estão espalhados em planilhas eletrônicas, processadores de texto, apresentações, arquivos vetoriais de CAD, etc. Cada um possui uma estrutura de dados específica. Esses dados são tão ou mais importantes para as tomadas de decisão que os dados estruturados dos sistemas.

    Com o crescimento do número de sensores remotos usando tecnologia de Internet of Things o volume de aquisição de dados tem evoluído, exponencialmente. No setor elétrico, a coleta de dados de medidores eletrônicos deve aumentar o volume de dados coletas em quase 4.000 vezes. Alguns medidores eletrônicos têm 250 registradores de dados.

    Além dos dados empresariais, dados de entidades externas são importantes para a análises e tomadas de decisão. Dados das redes sociais são importantes para conhecer o perfil dos consumidores e direcionar as estratégias de vendas e novos produtos. As redes sociais, como Facebook e Twitter, possuem kits de desenvolvimento de software (SDK) para interagir com seus ambientes.

    Com a Internet of Things e as redes sociais a análise de dados é realizada em tempo real com os dados em memória e não mais armazenadas em discos mecânicos tradicionais. Novos mecanismos de troca de dados entre clusters, como o ACE+TAO usado pelo Facebook, melhoram a qualidade de serviço (QoS) da troca e qualidade das comunicações de dados.

    As principais soluções de software para Big Data são open source e estão disponíveis para todas as empresas. Embora, a arquitetura seja complexa os kits de desenvolvimento facilitam o acesso e manipulação de dados. Identificando claramente os objetivos dos projetos de Big Data o retorno do investimento é garantido.

  • Estrutura organizacional e Estratégia de TI para Digital Business

    As tradicionais estruturas organizacionais de TI são obsoletas para as estratégias de digital business das empresas. As novas organizações de TI devem ser escaláveis, atender ao time-to-market, ter custos por demanda, atender aos requisitos legais, ter alta disponibilidade de serviços e promover a inovação e a melhoria contínua dos processos de negócios. Este artigo apresenta uma sugestão de modelo organizacional associado com uma estratégia para digital business.

    A estratégia é ter uma organização de TI enxuta e ter escalabilidade usando serviços especializados. A estrutura sugerida é um staff mínimo de sete especialistas e um CIO. As áreas propostas são: Budget e Gestão de Contratos, Inovação, Excelência Operacional e Compliance, Big Data e Análise Avançada de Dados, Infraestrutura, Gestão de Portfólio de Projetos e Segurança da Informação.

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    A área de Budget e Gestão de Contratos é responsável pelo planejamento e acompanhamento das despesas operacionais (OPEX), dos investimentos de TI (CAPEX) e da gestão dos contratos com os fornecedores e pelo processo de aquisição de produtos e serviços. Isso garante a segregação de função do processo de compra, retirando das outras áreas a responsabilidade de negociação com os fornecedores.

    A área de Inovação tem a responsabilidade de apoiar com metodologia e ferramentas de inovação as áreas de negócios na busca de soluções inovadoras para os processos críticos e apoiar o desenvolvimento de novos produtos e modelos de negócios. A partir do levantamento de requisitos e protótipos desenvolver as especificações dos novos softwares. Para ter escalabilidade, a área deve contar com o apoio de empresas especializadas em desenvolvimento de sistemas, preferencialmente, segmentada por especialidade. A codificação dos softwares deve ser entregue para fábricas de softwares independentes. Isso evita conflitos de interesse entre quem especifica o sistema e quem executa a codificação. Cria a oportunidade de usar mais de uma fábrica de software para atender ao time-to-market dos projetos. Minimiza o processo de substituição de fornecedores.

    Minha posição é que apenas sejam desenvolvidos softwares de projetos de inovação que implementem novas práticas e modelos de negócios. Caso contrário, adquire-se software de mercado.

    A área de Excelência Operacional e Compliance é responsável pelos softwares de mercado, incluindo o ERP, e todas as ações necessárias em TI para garantir o atendimento a legislação. Essa área deve garantir que a empresa está utilizando as melhores práticas de negócio do mercado para que a empresa tenha, no mínimo, o mesmo nível de competitividade do melhor concorrente do mercado. É responsável pela interação com os fornecedores de software e projetos de melhoria contínua junto com as áreas de negócios.

    A área de Big Data e Análise Avançada de Dados é responsável pelos dados não estruturados da empresa, coleta de dados externos, transformação e upload para a infraestrutura de Big Data. Deve apoiar as áreas de negócios no uso de ferramentas de análise avançada de dados para identificar mudança de comportamento de consumidores, detectar fraudes e identificar potenciais falhas de processos.

    A área de Infraestrutura de TI é responsável por manter os recursos necessários para garantir a disponibilidade dos serviços de acordo com os requisitos de negócios. A sugestão é contratar uma empresa especializada para fazer a monitoração e controle da infraestrutura dos data centers e telecomunicações. Os data centers, no mínimo dois para atender o plano de recuperação de desastre (DRP), serão contratados de forma independente. O ideal é fazer uma distribuição de carga entre os dois data centers. A modalidade contratada deve ser Cloud Computing. Nesta configuração, uma eventual troca de fornecedor tem seus impactos minimizados.

    A área de Infraestrutura ainda é responsável pelos serviços e equipamentos internos e ao atendimento aos usuários, que deve ser prestado por uma empresa especializada.

    A área de Gestão de Portfólio de Projeto tem a responsabilidade de gerenciar todos os projetos da organização de TI e suas interfaces com as áreas de negócios e as equipes contratadas (desenvolvimento de sistemas, fábricas de software, data centers e outros).

    A área de Segurança da Informação é responsável por definir as políticas de segurança da empresa e garantir que as áreas internas e os fornecedores estejam em conformidade. Deve prestar apoio consultivo a todos os projetos para assegurar sua aderência as normas de segurança.

    O número de pessoas nesse modelo de organização de TI irá variar com o porte da empresa. Obviamente, todas as áreas devem trabalhar em sintonia perfeita para alcançar os melhores resultados para a empresa.

     

  • Produtividade na Gestão de Projetos de Software

    Para melhorar a produtividade na gestão de desenvolvimento de software deve-se usar uma metodologia que garanta a repetitividade de tarefas, medição e definição de processos e que incentive a melhoria contínua.

    A metodologia deve prever que a fase de definição de requisitos de um novo software é um processo criativo, diferente da implantação de um software de mercado. Para novos softwares é necessário adotar um modelo interativo com protótipos para aperfeiçoar a ideia inicial. O número de interações depende do tempo estipulado para essa atividade ou do consenso dos patrocinadores que as especificações atendem as expectativas.

    Para softwares de mercado é possível adotar um modelo de gestão linear e sequencial uma vez que já existe um processo definido e testado de implantação. Não existe criatividade e inovação na implementação de um software de mercado. Ele implementa as melhores práticas do mercado e garante que a empresa chegue mais rápido a processos com excelência operacional. Neste caso, é possível ter previsibilidade de prazo e custo. Entretanto, se a empresa decidir propor muitas alterações do software original, com certeza, nem prazos nem orçamento serão cumpridos.

    Temos aqui que diferenciar a simples automatização de um processo existente para melhorar a produtividade e controle, de softwares que implementam novos modelos de negócios. Automatizar processos existentes é melhoria contínua. Softwares para novos modelos de negócios é inovação. No primeiro caso temos previsibilidade e conseguimos estimar os benefícios. No segundo, trabalhamos com um grau de incerteza, porém se obtivermos sucesso os resultados serão significativos.

    Desenvolver cronogramas de novos softwares é um desafio. A começar pela evolução das expectativas dos patrocinadores ao longo do desenvolvimento do projeto. Notem que mudar de ideia durante o desenvolvimento de um software não é um pecado. Pode custar caro se utilizar um modelo linear e sequencial de desenvolvimento. Para atender a fase de levantamento de requisitos e o amadurecimento das ideias, o melhor modelo de desenvolvimento é o espiral. Esse modelo permite várias interações com os patrocinadores através de protótipos para convergir para a especificação do projeto final.

    O passo seguinte no desenvolvimento de software é estabelecer o cronograma do projeto. Aqui outros desafios. Os desenvolvedores, analistas e consultores costumam subestimar em média 20-30% a duração das tarefas. Pior, chegam a omitir entre 30-50% das tarefas. Isso torna inevitável atrasos e estouros de orçamentos. Quando isso acontece a perda de produtividade é acentuada, pois perde-se muito tempo em explicações e replanejamento. Isso acaba afetando a moral da equipe, a qualidade do projeto e a confiança dos patrocinadores na equipe.

    Aqui fica um alerta para quem contrata serviços de desenvolvimento de software. Estudos mostram que 75% dos desenvolvedores de software são introvertidos e apenas 33% tem habilidades de negociação. Se houver pressão sobre eles para aceitar prazos não realistas para um projeto, provavelmente, eles concordarão. Mesmo com o conhecido heroísmo dos desenvolvedores em trabalhar por longas horas para atender prazos, existe um grande risco dos projetos não atingirem as expectativas de qualidade, prazo e orçamento.

    Na prática, quem contrata o desenvolvimento de novos softwares pode fixar duas entre as três opções: produto, prazo e orçamento. Por exemplo, se você quiser um produto de qualidade em um prazo determinado, você terá que ter um orçamento flexível. Se escolher ter prazo e orçamento determinados, você terá uma incerteza sobre a qualidade do produto.

    Mas afinal como melhorar a produtividade? Repetindo tarefas que deram certo, medindo o desempenho de cada tarefa, definindo processo e adotando um programa de melhoria contínua. Para isso você precisa ter uma equipe experiente e que trabalhe juntos há pelo menos três anos dentro da filosofia de buscar, continuamente, a melhoria da produtividade.

    Uma equipe de alta performance no desenvolvimento de sistemas tem que ter histórico e evidencias documentadas, como: medição, processo definidos, métricas e objetivos de aumento de produtividade. Um bom roteiro a seguir é modelo CMMI – Capability Mature Model Integration – que define um método para avaliação e melhoria de processos.

    Para processos já consolidados a melhor alternativa é adotar pacotes de software de fornecedores especializados. Esses softwares já implementam as melhores práticas de mercado e podem ser implantados fixando prazo e custo, pois a qualidade do produto já foi consolidada.

    Para novos softwares que embutem um certo grau de incerteza e, obviamente, um maior risco deve-se entregar o desenvolvimento para equipes internas ou externas que tenham experiência e metodologia para ter previsibilidade, eficácia e controle.

  • Pare de reclamar e esperar a ajuda do governo. Aumente sua produtividade e lucre mais.

    O empresariado brasileiro precisa resolver o problema da nossa baixa produtividade, ponto. Viver sob a tutela dos subsídios do governo não cria condições para saltos, significativos, de produtividade. Temos parar de reclamar e esperar a ajuda do governo. Podemos trabalhar em cinco áreas para melhorar nossa produtividade: educação; tecnologia e inovação; burocracia; infraestrutura; e, competição externa. Esse artigo explora os desafios e apresenta algumas ideias para debate.

    A produtividade no trabalho (PT) é a medida econômica que mede a produção de cada trabalhador por hora. A medida para um país é a divisão do PIB pelos trabalhadores ocupados ou o total de horas trabalhadas, considerando as horas extras. Nas empresas, é a divisão da produção total pelo número de horas/homem, incluindo não apenas as horas dedicadas ao processo de manufatura, mas os processos de gerenciamento e supervisão.

    Segundo a entidade Conference Board que pesquisa a produtividade nos países, em 2013, o Brasil teve a menor entre os países latino americanos. Nesse período, a média brasileira foi de US$10,8, enquanto o Chile foi de US$20,8, México de US$16,8 e a Argentina de US$13,9.

    A mesma entidade mostrou que em 2013 nossa produtividade cresceu apenas 0,8%, ante a um declínio de 0,4% em 2012. Como comparação, a China em 2013 teve um aumento de 7,1%.

    A educação é um fator importante para o aumento da produtividade. Países como a Coreia do Sul que investiram em educação décadas atrás obtiveram aumentos significativos de produtividade e, consequentemente, crescimento econômico. Uma das razões para a educação não contribuir com o aumento da produtividade é a falta de alinhamento entre o currículo escolar e as necessidades do mercado.

    O ensino técnico é importante para melhorar a produtividade. Entidades como o SENAI e o programa de PRONATEC contribuem no esforço de melhorar a produtividade. O FIES, financiamento estudantil, facilita o acesso dos estudantes a Universidade.

    Aumentamos em dois anos do nível de escolaridade dos trabalhadores nos últimos anos, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), entretanto, esse fato pouco afetou na melhoria da produtividade. Um fator que prejudica o desempenho dos estudantes é o fato que, segundo o Instituto Paulo Monteiro, cerca de 40% dos nossos estudantes universitários são analfabetos funcionais.

    Na área de tecnologia e inovação temos outro desafio. Isentar as altas taxas de importação de equipamentos só se não existir um similar nacional com a mesma função, mesmo que este use tecnologia ultrapassada. Embora essa medida proteja a indústria nacional, prejudica nossa produtividade se as empresas locais de equipamentos não investirem em pesquisa e desenvolvimento e ficarem com tecnologias obsoletas. Ou seja, importar equipamentos avançados pode ser inviabilizado pelos custos de importação.

    O governo incentiva a inovação através da Lei do Bem, que oferece subsídios fiscais para investimentos em inovação. O FINEP oferece subvenção para empresas que contratem pesquisadores (doutores e mestres) para projetos de inovação. Existem vários programas federais e estaduais de incentivo a inovação, alguns a fundo perdido, como o Programa de P&D do setor elétrico que destina 0,25% da receita liquida das concessionárias para projetos de pesquisa.

    Apesar dos incentivos, segundo o escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello, especializado em propriedade intelectual, o Brasil fez 215 registros de patentes nos Estados Unidos em 2011, contra 3.174 da China, 1.234 da Índia e 298 da Rússia.

    O excesso de burocracia no Brasil é crônico. As empresas têm que manter um contingente de pessoas na área administrativa para atender aos requisitos legais. A quantidade de impostos e o avanço do controle do governo sobre as contas das empresas exige a implantação de sistemas de informação que tem como único retorno de investimento o custo evitado de multas fiscais ou previdenciárias.

    Nossa infraestrutura requer uma atenção à parte. Nossa malha ferroviária foi sucateada. Nossas rodovias quando boas, como no Estado de São Paulo, são caras devidos aos pedágios. Quando ruins, em sua maioria, deterioram os caminhões e ônibus exigindo mais manutenção, são perigosas e atrasam o escoamento da produção do agronegócio e de manufaturados, como os da Zona Franca de Manaus. Nossos portos estão esgotados. Apesar da nossa imensa costa marítima, temos poucos portos de grande capacidade para escoar nossa produção e importação de produtos e matéria prima. Os governos municipais priorizam obras de transporte público e automóveis interligando seus principais centros econômicos aos bairros residenciais. As empresas de taxis e motoristas independentes têm subsídios para a aquisição de carros, porém não tem subsídios para combustíveis e manutenção.

    Os serviços de telecomunicações são caros e disponíveis com certa qualidade apenas nos grandes centros urbanos que trazem retorno de investimentos atrativos para as operadoras. Nossa produção e transmissão de energia é um fator que limita o desenvolvimento e a expansão da economia. Em 2014, o déficit das distribuidoras de energia deve fechar em cerca de R$60 bilhões devido a compra de energia mais cara das termelétricas e da impossibilidade de repasse dos preços para o consumidor por estratégia do governo. Esta dívida será paga pelos consumidores ao longo do tempo. Nosso saneamento básico, mesmo nos grandes centros urbanos, é precário.

    Nossa competição externa é comprometida pela nossa baixa produtividade e supervalorização do Real. Além disso, o país tem poucos acordos bilaterais que incentivem o comercio e a transferência tecnologia. Incentivamos relações com países que oferecem pouco retorno a nossa economia, como países africanos e latino americanos, incluindo Cuba.

    Por todos esses fatores e outros ainda mais complexos nossa economia tem crescimento próximo a zero. Nosso baixo índice de desemprego em torno de 5% não considera as pessoas que desistiram de procurar emprego e as pessoas do mercado informal. As empresas contratam vários empregados, com salários baixos, para compensar a falta de produtividade.

    Reclamar não adianta. Nas últimas eleições, a maioria da população optou pela continuidade do atual governo e, dificilmente, o cenário governamental se altere.

    Mas afinal, o que podemos fazer para melhorar a economia do nosso país, não esquecendo a sustentabilidade ambiental?

    Irei compartilhar algumas ideias para debate. Salve o melhor juízo.

    Na área da educação, as associações de classe e os sindicatos patronais poderiam se mobilizar para desenvolver currículos acadêmicos alinhados com as necessidades do setor que representam. Esses currículos seriam compartilhados com as faculdades locais para a criação de curso de extensão universitária, aperfeiçoamento e especialização. Esses cursos podem ser implantados rapidamente com aprovações internas das entidades de ensino, sem a interferência do MEC. Para os cursos técnicos, as associações e sindicatos podem requer aperfeiçoamento de cursos existentes e novos cursos do PRONATEC alinhados com as necessidades das empresas locais.

    As empresas poderiam criar Universidades Corporativas em parcerias com empresas de treinamento especializadas ou Universidades para formar seus empregados com contrapartidas de ambos os lados. Compromissos com aumento de produtividade e aumento real de salários das pessoas comprometidas.

    O ensino à distância deve ser incentivado pelas escolas e empresas. Vários estudos demonstram que o EaD é mais produtivo que o ensino presencial. Participei do projeto FORDSTAR da Ford nos Estados Unidos para treinamento de técnicos e vendedores das concessionárias. Nesse projeto os instrutores puderam cobrir entre 20-30%mais conteúdo durante o telecurso, as notas dos alunos foram 20% melhores e o tempo fora dos escritórios e oficina foi reduzido em mais de 50%. Através do FORDSTAR, a equipe treinamento foi capaz de atingir mais de 45.000 técnicos e 50.000 vendedores em questão de dias. A tecnologia de aprendizado reduziu o treinamento em classe de uma média de 31 dias para somente nove, e um grande número de pessoas puderam ser treinadas simultaneamente.

    Na área de tecnologia e inovação, as associações e sindicatos patronais poderiam reivindicar novos critérios para a importação de equipamento de tecnologia avançadas. Um dos critérios seria o índice de produtividade que o equipamento traria para a empresa. Se ficar provado que o índice de produtividade é maior do equipamento a ser importado do que o similar nacional, seria aplicado um redutor nas alíquotas de importação. Isso incentivaria a indústria nacional a buscar a inovação, tanto do lado de equipamentos como das empresas usuárias desses equipamentos.

    As Universidades, Centros Universitários, Faculdades e Centros de Pesquisa deveriam propor leis de incentivos fiscais federais, estaduais e municipais para investimentos de empresas em projetos de pesquisa e desenvolvimento. Atualmente, a maior parte dos fundos são provenientes do FINEP e outros órgãos governamentais de incentivo a inovação, como a FAPESP, limitando a capacidade de investimentos.

    Novas tecnologias devem ser utilizadas para melhorar a produtividade, tais como: Cloud Computing; Big Data; Análise Avançada de Dados; Aplicativos Móveis; e, Internet of Things.

    O Cloud Computing permite compartilhar uma fração de recursos computacionais de um grande fornecedor, reduzindo esforços de segurança, atualização tecnológica, operação, treinamento, eficiência energética e emissão de gases do efeito estufa. Além de reduzir o espaço físico e infraestrutura de refrigeração necessárias para um data center.

    Big Data e ferramentas analíticas permitem manipular e analisar “montanhas” de dados para identificar tendências comportamentais de consumidores e ativos físicos. Na área de Marketing, os benefícios são enormes para a definição de novos produtos e modelos de negócios. Na área de monitoração e manutenção pode-se antecipar defeitos, evitando ou minimizando seus impactos. Também, são utilizadas para reduzir fraudes e mitigar riscos operacionais.

    A Internet of Things (Internet das Coisas) permite a interação máquina a máquina (M2M), permitindo uma melhorar integração entre os atributos pessoais e de ativos físicos com aplicações móveis e outros sistemas. Por exemplo, é possível monitorar remotamente os sinais vitais de pacientes através do uso de sensores em contato com o corpo.

    Para minimizar os efeitos da burocracia nas empresas uma solução é terceirizar os processos que não agregam valor para a empresa. Não faz sentindo manter funcionários na empresa apenas para atender as exigências fiscais e trabalhistas. Essas pessoas impactam no índice de produtividade de trabalho. O BPO – Business Process Outsourcing – são contratos de serviços que transfere parte da responsabilidade e operação de processos específicos de negócios para empresas especializadas. Nessa modalidade o fornecedor se responsabiliza por eventuais multas aplicadas por erros no processo, evitando desembolsos da empresa. Embora, a empresa seja, formalmente, responsabilizada. Muitos serviços de BPO envolve o uso do software do fornecedor, simplificando ainda mais o processo. Isso significa que todas as alterações de legislação e cumprimento de prazos legais ficam sob a responsabilidade do fornecedor.

    Para mitigar os impactos da falta de infraestrutura existem várias alternativas. Uma ação é mapear onde os funcionários residem e montar escritórios próximo a suas casas. Isso evitaria o trajeto diário para o escritório central que, normalmente, fica localizado em centros empresarias. Isso aumentaria a qualidade de vida dos funcionários. Alguns poderão até almoçar em casa. Dependendo da localização, a manutenção do escritório tem custo menor por metro quadrado. Ajuda na retenção de talentos. Os escritórios servem, naturalmente, como estratégia de continuidade de negócios em caso de inoperância do escritório central. Se várias empresas adotarem a descentralização dos escritórios haverá uma redução do trânsito nas cidades e transportes públicos com menos passageiros.

    Associado com a descentralização dos escritórios, o uso intensivo de ferramentas de colaboração remota trará um enorme salto de produtividade. O uso de videoconferência, compartilhamento de documentos, integração do sistema de voz corporativo com os smartphones pessoais entre outros, são exemplos de funcionalidades que aumentam a produtividade.

    Para aumentar nossa competitividade externa temos que avançar no desenvolvimento de produtos inteligentes com alto valor agregado em software embarcado. Se não somos competitivos na manufatura de produtos, temos que agregar valor de outra forma. O desenvolvimento de produtos com tecnologia de Internet of Things é um dos caminhos para o crescimento. Ou seja, fazer com que nossos produtos, mesmo que parte fabricada no exterior, incorpore funcionalidade de interação para monitoração e controle por software. Com isso podemos desenvolver aplicativos móveis que interajam com os produtos. Como resultado conseguiremos coletar milhões de dados de clientes e criar novas gerações de produtos.

    Software é um produto altamente escalável e não exige elevados investimentos de manufatura. Poderemos ser reconhecidos pela criatividade de soluções de interação com produtos físicos.

    Se você tem outras ideais compartilhe.

  • A globalização é baseada em localidades e não em países

    Em 2008, Richard Florida publicou o livro “Who’s your city?” sugerindo que o mundo não era plano como afirmava Thomas Friedman em seu livro “The World is Flat” de 2005, mas organizado por localidades. O relatório DHL Global Connectedness Index 2014, publicado em outubro de 2014 por Pankaj Ghemawat e Steven Altman, parece dar razão a Richard Florida.

    A crise econômica de 2008, mostrou a fragilidade da globalização e das conexões entre países. O relatório da DHL mostra que entre 2011-2013 o fluxo de informações e capital cresceu entre os países, porém o fluxo de pessoas e comércio permaneceram estagnados. Ainda mostra que a conectividade dos países da América do Sul, Central e Caribe aumentou, porém não ao ponto de gerar resultados significativos devido ao tamanho de suas economias. Os destaques na Ásia são Malásia, Vietnam, Camboja e Hong Kong (China) e Singapura, explicado por suas características estruturais e desenvolvimento de suas economias. A Europa é a região de maior conectividade, explicado pela sua história, e a América do Norte possui os maiores índices de fluxo de informação e capital. Uma ameaça para o crescimento da globalização são as intervenções protecionistas impostas pelos países. O relatório indica que o crescimento econômico mundial entre 2014-2019 será maior que as últimas três décadas.

    A globalização tem dois lados. O primeiro é a dispersão geográfica das funções econômicas de rotina, tais como commodities, manufatura ou serviços (serviços de Call Center na Índia, por exemplo). O segundo é de atividades econômicas mais sofisticadas como inovação, design, finanças e mídia que estão limitadas a um pequeno número de localidades.

    Dentro desse contexto, os fluxos de informação, pessoas, capital e comércio devem ser analisados por localidades e não por países. Veja o caso da China, as regiões de Shangai e Hong Kong são as localidades de maior destaque. Imaginar que o Brasil, por ser um país continental, tem um amplo mercado para a economia global não é verdade.

    Vamos analisar o Estado de São Paulo. O PIB do Estado somou R$1,2 trilhão em 2012, representando 33% do PIB brasileiro. A análise da participação dos setores de atividade econômica na geração de riquezas indica o significativo predomínio dos serviços (69%) em relação à indústria (29%) e à agropecuária (2%). São Paulo concentra mais da metade da produção das instituições financeiras brasileiras, sobressaindo–se também nos serviços prestados às empresas (45%), serviços de informação (46%), saúde e educação (42%).

    Cerca de 54,7% da população ocupada do Estado está concentrada na Região Metropolitana de São Paulo, segundo o Ministério do Trabalho. Essa concentração da atividade econômica prioriza os investimentos de infraestrutura das concessionárias e empresas de serviços.

    A percentual da receita das empresas de TI que estão localizadas na cidade de São Paulo é de 53,32%. As cidades de Barueri, São Bernardo do Campo, Santana de Parnaíba, Cotia e São Caetano do Sul, representam 24% da receita. Outro polo de tecnologia importante é a região de Campinas, Hortolândia e Jaguariúna, representando 12% da receita.

    Seguindo essa linha de raciocínio, a região metropolitana de São Paulo é uma das localidades globais aptas para estabelecer conexões com outras localidades mundiais para desenvolver negócios mais sofisticados da economia. Embora, São Paulo esteja sob forte influência da conjuntura economia, social e política do Brasil, a região tem capacidade econômica, mão de obra especializada, boa infraestrutura tecnológica e de serviços, incluindo financeiros, para se descolar da realidade nacional e buscar conexões globais para alavancar seu crescimento. Internamente, as empresas devem identificar outras localidades no país para estabelecer conexões, permitindo dessa forma ampliar os negócios.

  • Estratégia de TI para Negócios Disruptivos

    Uma pergunta recorrente é como as organizações de TI podem agregar valor ao negócio. Uma contribuição é garantir controles eficientes dos processos de negócios. Em ambientes de negócios regulados é fundamental que os controles estejam em conformidade com a legislação. A outra contribuição é ter artefatos de software para apoiar a excelência operacional dos processos de negócio. Atendendo esses dois requisitos a TI garante a operação da empresa e sua competitividade no mercado. Assumindo a premissa que nenhuma empresa é sustentável sem inovação, a TI deve apoiar o desenvolvimento de novos produtos e modelos de negócios disruptivos para saltos de crescimento e competitividade.

    O primeiro passo em rumo da inovação é quebrar o paradigma que a TI é uma organização tático operacional. Essa visão drena a maior parte dos recursos para a manutenção dos sistemas e infraestrutura de TI. Essa estratégia, no máximo, garante um processo de inovação incremental que não gera grandes saltos de competitividade e crescimento.

    Empresas que adotam a estratégia de inovação incremental apenas seguem os líderes do setor que atua. Para se tornarem líderes e impulsionar, significativamente, seu crescimento devem desenvolver produtos e modelos de negócios disruptivos.

    Como a TI pode ajudar?

    Negociando com as áreas de negócios o uso de softwares como serviços para os processos que a empresa “tem que ter” (por exemplo, o SPED fiscal e Social) e dos processos operacionais de práticas conhecidas e adotadas pelo mercado com “excelência operacional”. Concentrar os recursos de TI na “experimentação” de novos produtos e serviços da empresa. Aqueles projetos que se mostrarem viável e “disruptivos” servirão para a empresa dar um grande salto de competitividade e crescimento.

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    Adotar Software como Serviços (SaaS – Software as a Services), se bem selecionado, garante conformidade com a legislação e uso das melhores práticas de negócios. Esses softwares contemplam as regras de negócios desenvolvidas por especialistas e testadas em várias empresas, incluindo os competidores da empresa.

    Existem várias vantagens, destacando: redução do número de especialistas de processos; reduz o impacto da rotatividade de pessoal; assegura a implantação de novas normas regulatórias dentro dos prazos legais; adota práticas de melhoria contínua oferecidas pelo software, garantido o nível de competitividade no mercado; atualização tecnológica sob a responsabilidade do fornecedor; vantagens tributárias pela contratação como serviço, entre outras.

    A simples adoção do SaaS com o mínimo de ajustes possível garante a conformidade e competitividade da empresa. Desta forma, é possível liberar recursos para desenvolver projetos de inovação e buscar estratégias marcantes que irão impulsionar o crescimento da empresa.

    Em uma estratégia de TI orientada a inovação disruptiva, a equipe de analistas de sistemas e programadores estarão focados no desenvolvimento de projetos experimentais e softwares para processos críticos e marcantes para a empresa. Obvio, que isso requer a introdução de novos conceitos, novas técnicas de definição de requisitos de sistemas, novas metodologias de desenvolvimento de sistemas e fortes conhecimentos de negócios do pessoal de TI. Em outras palavras, uma nova TI.

    Algumas dessas estratégicas marcantes e inovadoras poderão se tornar o “core business” da empresa. Por exemplo, a Amazon.com desenvolveu práticas inovadoras de centros de distribuição para o seu negócio. Hoje, ela vende essa estrutura para lojas virtuais de concorrentes. Para apoiar o seu negócio foi necessário criar uma gigantesca infraestrutura de TI que, hoje, tornou-se um negócio independente e lucrativo.

  • Cientista de Dados: a profissão do futuro

    Estamos iniciando um ciclo tecnológico com ampla capacidade de processamento, armazenamento de dados e comunicação que permite análises avançadas de gigantescos volumes de dados. Isso muda os atuais paradigmas da computação.

    Nesse cenário, é possível considerar não apenas os 15% dos dados estruturados das empresas, mas todos aqueles disponíveis em e-mails, planilhas, textos, figuras, vídeos, áudio, dados públicos e das redes sociais. Associando as tecnologias de Big Data, Internet das Coisas e ferramentas avançadas, teremos tomadas de decisão mais acertadas. Entretanto, para isso funcionar, precisamos do elemento mais importante: o  cientista de dados.

    A tecnologia exigida para as redes sociais está mudando o paradigma da computação. O Twitter deve gerar diariamente 35 Zettabytes (ZB) em 2020, mais do que os 7 ZB por dia, atualmente. Um Zettabyte equivale a 10^21 bytes, enquanto um Gigabyte equivale a 10^9 bytes. Os impactos desse fenômeno implicam na mudança da arquitetura de servidores, na forma de armazenamento de dados e na seleção da linguagem de programação. Por exemplo: o Twitter obteve 10 vezes mais velocidade de processamento com o JMV do que com o Ruby.

    Na área de energia, as aplicações vão desde a seleção do local para a instalação de uma planta de geração até o combate a fraudes. Por exemplo, a seleção do local para a instalação de uma planta de energia eólica deve ser determinada por múltiplos fatores, como temperatura, precipitação de chuvas, velocidade do vento, umidade, pressão atmosférica e muitos outros. A correta tomada de decisão reduz os riscos dos investimentos multimilionários.

    Na área de saúde, as aplicações são imensas. Correlacionar grandes volumes de dados de variadas fontes ajudará a detectar a causa-raiz de doenças e impedir o surgimento de epidemias de impacto significativo nas populações. Sobretudo, ajudará a prevenir doenças e melhorar os diagnósticos clínicos.

    Um cientista de dados deve reunir várias habilidades, como ter fortes conhecimentos estatísticos e matemáticos, fazer modelagem preditiva, conhecer estratégias de negócios para construir algoritmos necessários para fazer as perguntas certas e ter as respostas certas. Eles devem ser capazes de traduzir as conclusões em uma linguagem de negócios de forma escrita, oral e visual. Eles precisam entender como os produtos são desenvolvidos, como projetar arquiteturas de computadores e conhecer linguagens de programação orientadas a Big Data. Além disso, devem garantir a privacidades dos consumidores e responsabilidade ética.

    Grandes cientistas de dados podem ter diferentes origens, como engenharia, ciência da computação, bioestatística, econometria, física e matemática aplicada. Mestrado e doutorado serão altamente recomendados para a formação dos cientistas de dados.

    Como dá para perceber, teremos poucos grandes cientistas de dados. Aqui se colocam desafios tanto para os profissionais quanto para as empresas: o profissional deve se empenhar na formação e as empresas, na seleção e investimentos para aperfeiçoar as habilidades dos cientistas de dados.