Eduardo M Fagundes

Tech & Energy Insights

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A era dos grandes bancos globais está chegando ao fim

A venda das operações de varejo do HSBC para o Bradesco e do Citibank para Itaú-Unibanco é apenas um movimento no jogo dos grandes bancos globais para reduzir o tamanho e concentrar suas operações em contas empresariais e grandes fortunas.

O Citibank já se desfez de 69 milhões de clientes de varejo em todo o mundo. Nos Estados Unidos reduziu em mais de dois terços seus escritórios. De 2007 até o segundo trimestre de 2016, reduziu o número de empregados de 374.000 para 220.00, em todo o mundo. Fechou mais de 1.300 agências nos Estados Unidos nos últimos 10 anos. Aumentou a participação do lucro das operações de investimento corporativo e grandes fortunas de 33% em 2006 para 56% de 2015. Reduziu a participação do varejo de 55% em 2006 para 38% em 2015, segundo dados da Bloomberg.

O HSBC reduziu sua carteira de clientes do varejo de 125 milhões em 2007 para 45 milhões em 2015. Reduziu o número de empregados de 330.000 em 2007 para 254.000 até o primeiro trimestre de 2016. Eliminou cerca de 1.600 agências nos Estados Unidos e 500 agências no Reino Unido. Aumentou a participação do lucro das operações de investimento corporativo e grandes fortunas de 53% em 2006 para 75% de 2015. Reduziu a participação do varejo de 42% em 2006 para 23% em 2015, segundo dados da Bloomberg.

Como se percebe a mudança de estratégia dos bancos iniciou antes da crise econômica mundial, embora a crise ainda gere perdas para os grandes bancos mundiais. Um exemplo, é o processo entre o Deutsche Bank com o Departamento de Justiça americano devido a negócios de hipotecas nos Estados Unidos, que trará perdas bilionárias.

Em cenários econômicos de baixa inflação e juros baixos o negócio de varejo dos bancos, aparentemente, não é atraente. Outro fenômeno é o rápido crescimento das Fintechs, empresas financeiras com novos modelos de negócios apoiadas com alta tecnologia da informação. Essas empresas de nicho operam com baixo custo operacional, sem agências, e taxas de serviços mais atraentes. Um exemplo é o Nubank que não cobra taxa do cartão de crédito.

Acredito que em pouco tempo os grandes bancos nacionais seguirão a mesma estratégia, iniciando com a redução drástica do número de agências, por fusões e automação, e investindo em Fintechs para operar em diferentes nichos de mercado.

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