efagundes.com

Tech & Energy Think Tank

Think tank independente com foco em energia, inovação e tendências globais. Análises para apoiar decisões estratégicas com visão de impacto.

Assine a Newsletter no Linkedin

A intermediação e a desintermediação na cadeia de fornecimento

Quando analisamos um trem de valor de fornecimento vemos, basicamente, quatro atores: o criador, o produtor, o distribuidor e o consumidor final. O criador desenvolve ou fabrica um artefato (hardware ou software) que é uma parte de um produto. O produtor faz a integração de vários artefatos que, por sua vez, entrega para um distribuidor vender para o consumidor final. Cada parte vagão do trem de valor é remunerado pelo valor agregado ao processo. Por exemplo, a Microsoft desenvolve o sistema operacional Windows (criador), entrega para a Dell que instala em seus PCs (produtor) que, por sua vez, entrega para uma rede de lojas (distribuidor) para vender para o consumidor final. Neste trem de valor existem diferentes opções, como a Microsoft vende diretamente o Windows para o consumidor final, via download de arquivos ou via distribuidor. A Dell pode vender seus PCs diretamente para o consumidor final, atuando como produtor e distribuidor. As vantagens e desvantagens da intermediação e desintermediação na cadeia de fornecimento deve ser tratada caso a caso.

Trem de valor de fornecimento com diferentes abordagens de venda para o consumidor final

A princípio podemos pensar que o custo final de um produto seria mais barato se eliminarmos os intermediários. Entretanto, isto pode não acontecer. Por exemplo, os grandes portais de vendas online, como Amazon e Mercado Livre, são modelos típicos de intermediários, que agregam alto valor no processo de venda, pois concentram em um único local, em seus marketplaces, vários criadores, produtores e até mesmo distribuidores que se valem da poderosa infraestrutura do portal de vendas, com mecanismos de sugestões, meios de pagamento, sistemas antifraude e um sistema logístico para entrega de encomendas eficiente, com rastreamento das encomendas em tempo real. Sem esta sinergia e compartilhamento de recursos, em muitos casos, os consumidores pagariam mais caro pelos produtos.

Além da infraestrutura de comércio eletrônico dos grandes portais de vendas, eles trazem uma outra grande vantagem, a confiabilidade. Muitos consumidores concordam em pagar um pouco mais por um produto para ter a garantia de entrega e restituição do dinheiro em caso de problema com a compra.

Por outro lado, existem vários outros trens de valor de fornecimento que a intermediação traz grandes vantagens. Por exemplo, no mercado editorial onde o trem clássico é o autor (criador), a editora (produtor) e a livraria (distribuidor) para a venda do livro para o leitor é possível eliminar um ou dois vagões do trem de valor. No caso do serviço Kindle da Amazon o autor pode produzir e publicar o seu livro diretamente no marketplace da Amazon, eliminando a editora e a livraria. Ou ainda, a editora pode vender os livros diretamente para os leitores. Neste exemplo, o vagão mais vulnerável é a livraria, pois outros vagões podem assumir sua função. Isto levou a muitas livrarias a se reinventarem ou outras a fecharem seus negócios.

Durante a pandemia da Covid-19 as vendas online tiveram um grande salto, em função das restrições de circulação das pessoas e pelo fechamento temporário das lojas. Muitos criadores e produtores desenvolveram meios de entregas diretas para os consumidores utilizando os serviços de entregas de aplicativos, como o Rappi e iFood, ou couriers tradicionais, como os Correios.

Em projetos de transformação digital deve-se analisar, cuidadosamente, os modelos de intermediação e desintermediação para decidir qual o melhor para o negócio.

e-Book

Vivemos um tempo em que decisões estratégicas nas empresas são cada vez mais influenciadas por algoritmos — muitas vezes sem que os conselhos compreendam plenamente seus critérios ou impactos. Este e-book convida conselheiros e líderes a refletirem sobre esse novo cenário, por meio de uma narrativa acessível que acompanha a jornada de um conselho diante da inteligência artificial. Com o apoio simbólico do personagem Dr. Algor, os conselheiros descobrem os riscos éticos, os dilemas da automação e a importância da supervisão consciente. Não se trata de um manual técnico, mas de uma ferramenta estratégica para quem deseja manter sua relevância na era algorítmica. Com lições práticas ao final de cada capítulo e uma proposta de formação executiva estruturada, o livro reforça uma mensagem central: a responsabilidade não pode ser automatizada — e cabe aos conselhos liderar com propósito, antes que a máquina decida por eles.

Download Gratuito