Depois da revolução da informação, estamos vivendo a revolução da sustentabilidade. A preocupações globais com o meio ambiente e direitos humanos assumiram as agendas de executivos e fazem parte das estratégias corporativas. A transformação digital está perdendo espaço nas organizações e crescendo o conceito de transformação sustentável, baseado em critério do ESG – Environmental, Social and Governance.
A governança da sustentabilidade deve estar inserida na governança corporativa, assim como outros critérios de avaliação de desempenho das organizações. Desta forma, é importante conhecer os critérios do G do ESG.
A tabela a seguir apresenta oito critérios importantes, baseados nos estudos da RobecoSAM, uma gestora de ativos conhecida por sua Avaliação de Sustentabilidade Corporativa (CSA), resultando em uma pontuação geral de sustentabilidade para empresas.
Critérios | Tópicos |
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Governança corporativa | Estrutura do conselho, diversidade, eficácia, experiência, posse Remuneração executiva Exigência de propriedade gerencial |
Códigos de conduta empresarial | Códigos de conduta Corrupção e suborno Sistemas/procedimentos Relatórios de violações |
Gerenciamento de riscos e crises | Governança de risco e cultura Análise de sensibilidade e testes de estresse Riscos emergentes |
Gestão da cadeia de suprimentos | Conhecimento da cadeia de suprimentos e exposição ao risco Código de conduta fornecedor Integração do ESG na cadeia de suprimentos |
Estratégia fiscal | Estratégia fiscal Relatórios fiscais Governança fiscal |
Materialidade Influência política Medição de impacto | Materialidade Contribuições Avaliação e divulgação de impacto |
O primeiro critério é a governança corporativa, que avalia os sistemas que garantem que uma empresa seja administrada no interesse de seus acionistas, baseado nos princípios de transparência, prestação de contas, responsabilidade corporativa e equidade. Estes princípios são a base de qualquer empresa, principalmente as de capital aberto listadas nas bolsas de valores.
Os códigos de conduta empresarial abordam a ética empresarial e se o código de conduta e as práticas de conformidade da empresa são robustos o suficiente para prevenir o suborno e a corrupção na organização, principalmente em países com leis anticorrupção fracas que ficam mais expostas a riscos de reputação e legais.
A gestão de riscos e crises avalia a eficácia da organização e práticas de gestão de riscos da empresa, incluindo a independência da gestão de riscos das linhas de negócios, bem como a identificação de riscos de longo prazo, seu impacto potencial e os esforços de mitigação da empresa. Importante que a organização evite situações de conflitos de interesse dentro da organização.
O gerenciamento da cadeia de suprimentos está se tornando cada vez mais importante à medida que as empresas se expandem para operar em nível global. Quando uma empresa terceiriza sua produção, serviços ou processos de negócios, ela também terceiriza suas próprias responsabilidades corporativas e sua reputação. As empresas precisam ter estratégias para gerenciar os riscos e oportunidades associados apresentados por sua cadeia de suprimentos.
Os critérios de estratégia fiscal avaliam o grau em que a empresa possui uma política clara na abordagem das questões fiscais e uma consciência dos riscos extra financeiros associados às práticas fiscais da empresa.
A pontuação de materialidade visa avaliar a capacidade da empresa de identificar as fontes de criação de valor de longo prazo, compreender a ligação entre as questões de longo prazo e os casos de negócios, desenvolver métricas de longo prazo e relatar publicamente esses itens de forma transparente, baseado nos princípios de governança corporativa.
A influência de políticas avalia a quantidade de dinheiro que as empresas estão alocando para organizações cuja função principal é criar ou influenciar políticas públicas, legislação e regulamentos. As empresas também são solicitadas a divulgar as maiores contribuições para esses grupos.
A medição e avaliação de impacto procura avaliar se as empresas têm programas sociais, como investimentos sociais estratégicos, e se estão medindo e avaliando seus impactos sociais com métricas consistentes. As empresas devem analisar os impactos das externalidades que não estão refletidas atualmente na contabilidade financeira, mas que, com o tempo, podem ter o potencial de se tornar precificadas.
Estes critérios adicionais as práticas de governança tradicionais são necessários para alinhar as organizações no novo cenário de negócios baseado em questões ambientais e sociais dentro de uma nova conjuntura econômica.