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Tech & Energy Think Tank

Think tank independente com foco em energia, tecnologia e tendências globais. Análises para apoiar decisões estratégicas com visão de impacto.

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Autor: Eduardo Fagundes

  • Novas tecnologias eliminam a necessidade de Data Centers Tier IV

    Durante anos o desejo de todo CTO era ter um data center tier IV, classificação máxima da Uptime Institute, para atender aos negócios com 99,995% de disponibilidade (26 minutos de indisponibilidade por ano). O paradigma era conseguir através da redundância de todos os artefatos de infraestrutura, incluindo fornecedores diferentes para evitar pontos únicos de falha. Isso exigia enormes investimentos e somente em raríssimos caso era justificável. O paradigma começou a mudar com a virtualização de servidores e depois com a introdução do Hadoop, infraestrutura para Big Data, que usa um conceito diferente de armazenamento e processado de dados distribuído, incluindo redundância na gravação de registros. Estas novas tecnologias permitem uso de servidores mais baratos. Lembrando que muitos softwares para grandes instalações são open source, eliminando a necessidade de controlar licenças por servidor ou, absurdamente, por CPU. Agora, com a difusão do Blockchain, tecnologia que permite o armazenamento de dados distribuídos em vários data centers de diferentes fornecedores, reduz-se a necessidade de caros data centers tier IV.

    Atualmente, a disponibilidade dos data centers é baseada em software. As redes de fibra ótica garantem a conexão com altíssimas taxas de transmissão, comercialmente, chegando na casa de terabits por segundos em pouco tempo. Isto permite o espelhamento de bases de dados em diferentes data centers em tempo real, facilitando as estratégias de contingência.

    O barateamento e padronização do hardware, usando o OCP, Open Compute Project, por exemplo, e o uso de Kubernetes para a configuração de containers nas instalações de data centers, simplificou a configuração dos data centers. O DCIM, Data Center infrastructure Management, integrou as operações de processamento e de infraestrutura, reduzindo paradas por falhas humanas e maximizando o uso dos recursos. Soma-se o DevOps, que integra o processo de desenvolvimento de software com os processos de operação, que automatizam o deployment de aplicações.

    Estas novas tecnologias quebraram muitos paradigmas dos antigos data centers, fazendo com que os clientes avaliem mais a infraestrutura de software e os níveis de automação do que as certificações físicas de data centers do passado. Então, nas RFPs – Request for Proposal – foque na configuração de software da infraestrutura ao invés de especificar certificações, isto custa caro para os data centers e, obviamente, é repassado para o custo final.

  • O fim dos Data Centers Corporativos nas empresas

    A ODATA começa a operar seu data center em Santana de Parnaíba (SP) e anunciou investimentos na Colômbia, Chile, Peru, Argentina e México. A Mandic compra parte das operações da Ascenty, que passa a se dedicar a infraestrutura e conectividade. A Angola Cables inicia a construção de um Data Center em Fortaleza. Os investimentos envolvem centenas de milhões de dólares que são aportados por fundos nacionais e internacionais. A grande oferta de serviços de data centers criar maior competição, melhoria de serviços e custos mais justos. Isto começa a inviabilizar a manutenção dos data centers nas empresas, principalmente, com um cenário de baixo crescimento econômico, onde as empresas precisam reduzir custos.  
    Os maiores serviços de data centers globais, como AWS da Amazon, Google Cloud e Azure da Microsoft começam a ser atacados por empresas menores em áreas de nicho, como colocation e prestação de serviços de monitoração de aplicações. Outra solução de nicho é ofertar ERPs com serviços de data centers integrados, tirando os altos custos de upgrades de versão da conta dos cientes. (mais…)

  • Tempo de mudanças nos modelos de negócios das empresas de energia e telecomunicações

    Qualquer modelo de negócio tem seu tempo de validade. Agora chegou o fim do ciclo dos modelos de negócios das empresas de telecomunicações e energia. As empresas de telecomunicações já sofrem o ataque dos novos serviços de Internet desde o surgimento do Skype, que simplesmente destruiu o negócio das caras chamadas telefônicas de longa distância, nacionais e internacionais. A reação das telcos foi criar novos negócios, tais como serviços de Data Centers, segurança da informação, Call Centers e outros serviços agregados na Internet. Agora chegou a vez das empresas de energia buscarem novos serviços agregados para manter a rentabilidade e garantir o retorno dos investimentos e custos operacionais. O crescimento da geração distribuída, novos equipamentos com baixo consumo de energia, projetos de eficiência energética, baixo crescimento da economia global e aumento da consciência ambiental estão reduzindo a demanda por energia, reduzindo as margens de lucro das empresas. O reflexo inicial é nas distribuidoras de energia que sofre a redução do consumo, porém precisam manter a infraestrutura operando. (mais…)

  • Oportunidade de uso do Blockchain no projeto de rastreabilidade de medicamentos da Anvisa

    Em maio de 2017, entrou em vigor a resolução normativa RCD nº 157/2017 que dispõe sobre a implantação do Sistema de Controle de Medicamentos e os mecanismos e procedimento para rastreamento de medicamentos no Brasil. Esta resolução faz parte da Lei nº 13410/16 sobre o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos. Esta resolução aplica-se a uma lista de medicamentos que fará parte da fase piloto do sistema. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, firmou convênio com a USP para desenvolver o projeto de rastreabilidade dos medicamentos, em 19/04/2017. Aqui temos uma oportunidade de implantar uma infraestrutura de comunicação e armazenamento de dados segura e distribuída através da tecnologia Blockchain. (mais…)