O que são créditos de carbono e por que eles existem
Créditos de carbono são instrumentos financeiros que representam a compensação por uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (tCO₂e) evitada ou removida da atmosfera. São utilizados por empresas, governos e instituições para neutralizar suas emissões de gases de efeito estufa e cumprir metas climáticas.
Esses créditos surgiram no contexto de acordos internacionais como o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris. Seu objetivo é incentivar financeiramente a redução de emissões por meio do financiamento de projetos ambientais certificados.
Mercado voluntário e mercado regulado: diferenças e convergências
Dois sistemas convivem atualmente:
- O mercado voluntário de carbono, onde empresas e indivíduos compram créditos por decisão própria, geralmente para melhorar sua imagem ESG.
- O mercado regulado, estabelecido por leis e metas obrigatórias de redução de emissões.
No Brasil, o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) foi instituído pela Lei nº 15.042/2024 e está em fase de regulamentação. A expectativa é que o sistema esteja plenamente operacional até 2030, com as primeiras negociações a partir de 2027.
Como são criados os créditos de carbono
O processo de geração de um crédito de carbono envolve seis etapas principais:
- Concepção técnica do projeto
- Validação metodológica
- Monitoramento das emissões evitadas ou removidas
- Verificação por auditor independente
- Certificação por padrão reconhecido (como VCS ou Gold Standard)
- Emissão em registro digital
Após a compensação, os créditos são “aposentados” para evitar recontagem.
Quem gera créditos de carbono no Brasil
Projetos elegíveis incluem:
- Reflorestamento e conservação florestal (REDD+)
- Energia solar, eólica e biogás
- Agricultura regenerativa
- Gestão de resíduos e saneamento
Os geradores incluem comunidades tradicionais, pequenos produtores, cooperativas, empresas de infraestrutura e consórcios intermunicipais. Muitos enfrentam barreiras como altos custos de certificação, falta de apoio técnico e insegurança jurídica.
Como os créditos são comercializados
A comercialização ocorre por meio de:
- Plataformas digitais e marketplaces ambientais
- Bolsas de valores e contratos forward
- Parcerias institucionais, como a entre o Banco do Brasil e a Eletrobras
No Brasil, despontam iniciativas como a CarbonFair, a Moss e estruturas integradas com bancos e empresas estatais. Tecnologias como blockchain estão sendo testadas para dar mais rastreabilidade e segurança às transações.
Preço, valor e risco dos créditos
O preço de um crédito de carbono varia conforme:
- O tipo de projeto
- A certificação utilizada
- Os co-benefícios sociais e ambientais
- A reputação da origem e do emissor
Sem controle adequado, há riscos de especulação, dupla contagem e uso de créditos com impacto ambiental duvidoso.
Dilemas éticos e controvérsias
O artigo discute cenários sensíveis, como:
- Empresas que continuam poluindo localmente e se dizem “net zero” com base em créditos distantes
- A compra de créditos como barreira à entrada de concorrentes
- O risco de comunidades abrirem mão de futuros direitos territoriais ao comercializar créditos
Esses pontos exigem avaliação crítica e mecanismos de governança robustos.
O papel das consultorias e especialistas
Consultorias ambientais e técnicas são essenciais para:
- Levantamento de dados de emissões
- Planejamento de mitigação
- Estruturação de projetos elegíveis
- Navegação regulatória
- Suporte em auditorias e certificações
Empresas que desejam atuar com responsabilidade nesse mercado precisam contar com suporte técnico qualificado.
Oportunidades para o Brasil
O Brasil reúne vantagens únicas:
- Potencial de geração de créditos em larga escala
- Biodiversidade e extensão territorial
- Cadeias produtivas com espaço para regeneração e inovação
- Visibilidade internacional com a chegada da COP30
Com uma regulação sólida, apoio à ponta ofertante e instrumentos de rastreabilidade digital, o país pode se tornar um polo global de soluções climáticas confiáveis.
Para quem este conteúdo é indicado
Este sumário é ideal para:
- Executivos e conselheiros que desejam tomar decisões informadas sobre neutralidade de carbono
- Profissionais ESG, analistas de risco e responsáveis por compliance ambiental
- Políticos, reguladores e formuladores de políticas públicas
- Consultores e agentes locais interessados em estruturar projetos certificados
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