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Em inovação estamos na quarta divisão

No Oiweek Open Innovation (março, 2018), evento que reuniu 100 startups para apresentar seus projetos para grandes empresas, um dos organizadores afirmou que o Brasil está na quarta divisão da inovação no cenário global, fazendo uma analogia com o futebol.

Participei de um encontro de acadêmicos no evento, onde discutimos oportunidades da academia participar mais de projetos de inovação aberta. Entre encontro participaram pesquisadores, empreendedores e representantes de grandes empresas de várias áreas de interesse, mostrando a pluralidade dos projetos de inovação. Um dos comentários é existem várias iniciativas governamentais e fundos de incentivos, porém dispersos. Uma das sugestões foi criar um mecanismo para orquestrar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Open Innovation Week

Realmente, existem várias iniciativas para o desenvolvimento de P&D no Brasil e fundos incentivados que podem tirar do papel projetos inovadores, desde que bem elaborados e relevantes para o mercado. Estes fundos não apenas incentivam projetos acadêmicos, mas projetos da iniciativa privada, como o PIPE da FAPESP.

Em 2017, o Brasil ficou na 69ª posição no Índice Nacional de Inovação, elaborado pela Universidade de Cornell, pela escola de negócios Insead e pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) entre as 130 economias pesquisadas.

Se existe dinheiro, mesmo em tempos de crise, para incentivar a inovação, porque estamos na quarta divisão?

A primeira explicação é que a grande maioria dos empreendedores no Brasil não desenvolve tecnologia e processos inovadores, apenas as aplicam em seus negócios. Isto não cria um oceano azul de negócios (baixa concorrência e lucros atraentes) e a competição no mercado fica no preço (oceano vermelho). Neste cenário, os empreendedores lutam para sobreviver e não têm tempo para projetos de inovação.

A segunda explicação é a dificuldade de as pesquisas realizadas nas Universidades chegarem ao mercado consumidores. Algumas vezes, as barreiras são criadas pelos próprios pesquisadores, que priorizam papers acadêmicos e participação em congressos científicos ao invés de focar na aplicabilidade de suas pesquisas.

Outra explicação é baixa qualidade dos projetos que não conseguem se qualificar para obter os fundos incentivados.

Coloco neste contexto o baixo desempenho dos alunos no Brasil, evidenciado pelas últimas provas de avaliação mundial entre alunos de até 15 anos. O Brasil continua nas últimas posições no ranking de educação, infelizmente.

Isto reduz o número de pesquisadores e empreendedores que se qualificam a criar projetos realmente inovadores.

Isto cria um gigantesco desafio para garantir uma renda mínima para os trabalhadores que perderão seus empregos pela inovação tecnológica crescente, ampliando a desigualdade social e potenciando nossas atuais fraquezas, como a violência urbana.

Acredito que temos condições de reagir e levar nosso time para a primeira divisão da inovação, basta focarmos nisto e deixar as distrações de lado. Iniciativas como a 100 Open Startups ajudam a virar o jogo.

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