Fintechs e Retail techs são as primeiras a se beneficiar das Dapps

As Fintechs e as Retail techs usando Blockchain devem investir em aplicações distribuídas para aumentar a disponibilidade e segurança. Está mais do que provado que sistemas com bancos de dados centralizados são ineficientes, pouco seguros e caros, independentemente, se estão em datacenters corporativos ou em Cloud Computing. Por outro lado, aplicações distribuídas usando bancos de dados distribuídos, como Blockchain, são mais resilientes, transparentes e devem mudar o cenário tecnológico nos próximos anos.

No dia 7 de maio de 2018, uma segunda-feira, os clientes do aplicativo do Banco Itaú ficaram sem acesso gerando enormes transtornos. A orientação do banco foi ir até uma agência ou usar o serviço por telefone. Difícil imaginar uma instituição com gigantescos recursos computacionais e pessoal especializado pudesse passar por tal situação. O banco não emitiu nenhum “Fato Relevante”, típico de empresas no mercado de ações, para explicar o que aconteceu. Podemos inferir que foi algo bastante grave, pois os procedimentos de retorno não funcionaram.

Imagine se as informações dos clientes estivem em replicados em vários bancos de dados em diferentes datacenters (não apenas no datacenter de backup do banco) usando tecnologia Blockchain. Simplificando, blockchain é um “livro de registros” organizado em “blocos” que são ligados por validação criptográfica, em um armazenamento digital consensual. Este “livro de registros” não é armazenado em um único local e nem gerenciado por uma única entidade. O sistema de validação de bloco faz com que novas transações sejam adicionadas irreversivelmente e transações antigas sejam preservadas para sempre para todos, daí a transparência e resiliência. O software de código aberto que aproveita a tecnologia é chamado de Dapps.

Com o tempo teremos definições melhores para as Dapps, por enquanto, vamos definir suas principais características: código aberto, execução descentralizada, devem ser recompensados de acordo com os tokens criptográficos e terem um protocolo com um algoritmo criptográfico aceito pela comunidade (como o PoW do Bitcoin).

No Blockchain, usamos contratos inteligentes, os Smart Contracts, implementados através do Ethereum, uma plataforma de software aberta que permite o desenvolvimento de aplicativos descentralizados. Um Smart Contract no ambiente do Blockchain executa, automaticamente, um processo quando condições específicas são atendidas. Esta automação elimina qualquer possibilidade de censura, tempo de inatividade, fraude ou interferência de terceiros.

Um aplicativo descentralizado (Dapp), desenvolvido com Ethereum, serve a algum propósito particular para seus usuários. O Bitcoin, por exemplo, é um Dapp que fornece aos seus usuários um sistema de dinheiro eletrônico peer-to-peer que permite pagamentos on-line do Bitcoin. Como os aplicativos descentralizados são compostos de código executado em uma rede blockchain, eles não são controlados por nenhuma entidade individual ou central.

O uso de Blockchain privados restringem a capacidade de uso de banco de dados distribuídos, eliminando algumas vantagens da tecnologia. O uso de consórcio, onde apenas um número pré-selecionado de nós está autorizado a gravar e ler dados, como na compensação bancária, pode ser uma boa alternativa para aumentar a segurança.

Apesar de trazer uma série de benefícios, os aplicativos descentralizados não são perfeitos. A partir de um erro no código de um aplicativo pode ser difícil conter um ataque de hackers. Para minimizar esta fraqueza, intrínseca ao desenvolvimento de software por humanos, é necessário aplicar testes exaustivos nos programas.

Da mesma forma que as Fintechs, as Retail Techs podem se beneficiar dos benefícios dos aplicativos descentralizados com Blockchain.

A indústria e varejistas já utilizam Blockchain para monitorar a origem, pontos de beneficiamento e logística de distribuição dos produtos. A distribuição destes dados garantiria maior segurança e alta disponibilidade dos serviços.

Cada vez mais o uso de novas tecnologias irá distinguir as empresas e a sua competitividade no mercado.