A introdução das tecnologias na indústria é feita em ondas. A Internet tem gerado várias ondas, começou com B2C (Business-to-Consumer), B2B (Business-to-Bussiness) e eGov (Governo Eletrônico). Avançou para dispositivos móveis (smartphones, tablets, console de games), ou seja, a Internet está em todos os lugares – Internet Everywhere. Agora chegou a vez da automação da operação através de dispositivos que trocam dados entre si e geram montanhas de dados. O avanço da automação irá reduzir ainda mais os custos de produção e, principalmente, a análise avançada de dados fará previsões mais precisas para evitar falhas e do comportamento dos consumidores. Tais previsões, permitirão que as empresas se reinventem constantemente, criando produtos e modelos de negócios disruptivos. Acredito que não há dúvidas que só sobreviverão as empresas que tiverem a habilidade de adotar e manipular de forma eficiente as novas tecnologias.
As tecnologias estão cada vez mais acessíveis e baratas. O modelo de computação em nuvem usando a Internet (Cloud Computing), permite ajustar a infraestrutura e custos dinamicamente. Isso cria a oportunidade para pequenas empresas adotarem novas tecnologias e ter vantagem competitiva no mercado onde atua.
Tecnologias como Internet of Things (IoT), Big Data, Analytics estão saindo dos laboratórios das empresas de software e hardware e indo para o mercado de consumo. Os paradigmas de segurança do ambiente de Cloud Computing foram superados, não restando dúvidas que o ambiente é mais seguro que os ambientes locais. Gigantes da indústria de software já estão oferendo seus produtos na modalidade SaaS (Software as a Services), como SAP, Microsoft, Google (iniciou nessa modalidade), IBM, Oracle e muitas outras. Para as empresas de software, Cloud Computing é uma questão de sobrevivência.
A indústria de equipamentos de hardware está passando por uma forte transformação. O novo data center do Facebook inaugurou um novo padrão de equipamento, definido por ela, compartilhado com o mercado através da comunidade OCP (Open Compute Project) e fabricado por fornecedores asiáticos de baixo custo. Grandes data centers, como Amazon e Google, já produzem seus próprios equipamentos.
Com a redução de custos dos sensores remotos, é possível distribuí-los por toda a linha de produção para coletar dados e analisa-los em tempo real. Detectada uma anomalia em algum parâmetro dispara um alarme para investigação, evitando a paralização da produção.
Na área da logística, é possível acompanhar a distribuição dos produtos em tempo real, monitorando localização, temperatura, pressão, vibração, entre outros itens críticos para assegurar a qualidade dos produtos até a entrega.
No setor elétrico, cada dispositivo de geração, transmissão, proteção e medição podem ser monitorados em tempo real. Com tecnologias para Big Data e Analytics, falhas podem ser detectadas com antecedência e ações de contorno acionadas para evitar a interrupção do fornecimento, além de evitar perdas técnicas e comerciais (os gatos).
Na gestão de cidades as aplicações são enormes, incluindo o controle mais eficiente do trânsito, melhor gestão da iluminação pública, aumento da segurança pública, melhoria na qualidade de informações para o cidadão, entre outras.
Onde está o maior desafio? Na educação. Existe um consenso na comunidade empresarial global que não existe qualificação profissional suficiente para trabalhar nessas novas tecnologias. Existe uma escassez de Cientistas de Dados, profissionais com capacidade analítica, associativa, capazes de construir algoritmos de pesquisa complexos e interpretar seus resultados. A capacidade de análise e execução de ações não se delega, ela é parte do core business das organizações.
Atualmente, uma das alternativas é as empresas formarem seus próprios Cientistas de Dados. As Universidades devem contribuir com cursos de formação nessas novas tecnologias com sofisticadas ferramentas de análise de dados.
O governo deve apoiar essas iniciativas com linhas especiais de pesquisa e incentivos fiscais para as empresas que adotarem essas soluções. Afinal, se as empresas não se modernizam perdem a competitividade e mercado, gerando desemprego e menos impostos.
Resumindo, para manter a competitividade e aumentar a produtividade é importante desenvolver uma estratégia digital disruptiva baseada nas novas tecnologias e investir na formação de pessoal qualificado.