Processos de negócios estão se tornando commodity

Os processos de negócios estão se tornando commodity. Cada vez mais as empresas adotam modelos de processos recomendados por entidades que desenvolvem as “melhores” práticas de negócios. Muitas dessas recomendações são incorporadas as normas ISO da Organização Internacional de Padronização e normas regulatórias dos governos. Essa última deve ser cumprida sem discussão.

O forte argumento para investir em uma certificação é o reconhecimento pelo mercado e investidores. A comprovação que a empresa usa as melhores práticas é feita através de uma auditoria que segue um roteiro de verificação pré-definido.

A implantação dos modelos exigem profissionais certificados pelas entidades que criaram os modelos. A vantagem dessa estratégia é forçar o uso de práticas comprovadas e ter mecanismos de controle e de melhoria contínua.

Nesse modelo existe pouco espaço para a criatividade. Qualquer processo de inovação embute uma componente de risco e o uso de modelos é justamente para mitigar os riscos.

Os modelos certificados colocam as pessoas na zona de conforto. Muitas se negam a pensar em inovação usando o modelo como defesa. Alegam que se mudarem o processo receberão comentários de não conformidade da auditoria.

Ainda nessa linha, as empresas só contratam profissionais ou consultorias certificadas e com experiência para replicar as melhores práticas do mercado na empresa. Pronto. Fechou o círculo.

Infelizmente, mesmo com os altos investimentos na adoção de melhores práticas e controles as empresa não ficam imunes ao risco, nem seus acionistas e clientes. A crise econômica de 2008 é uma prova que os investimentos na Lei americana Sarbanes-Oxley (SoX) não eliminaram os riscos de fraudes.

Isso mostra que é um equivoco colocar os processos antes das pessoas. Primeiro temos que educar e engajar as pessoas e a partir dai, com elas, desenvolver os processos adequados para a empresa.

Os modelos são importantes para orientar “o quê” é recomendável ser feito e controlado. Agora, o “como” deve ser uma ação interna que pode ou não contar com a ajuda de facilitadores externos.

O processo deve ter espaço para a criatividade e inovação. Esse será o diferencial da empresa. O resultado será avaliado pelos clientes, fornecedores e acionistas.