Eduardo M Fagundes

Artigos

Coletânea de artigos técnicos e reflexões de Eduardo M. Fagundes publicados entre 2011 e 2017

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Tag: produtividade

  • O desafio do crescimento do Brasil será vencido através da produtividade e criatividade

    Parece que existem dois consensos entre os economistas, a necessidade de um ajuste fiscal e o aumento da produtividade da indústria. A previdência é uma bomba relógio que se não desarmada agora destruirá a aposentadoria no futuro. De dezembro de 2014 até agosto de 2016 a massa trabalhadora perdeu R$10 bilhões, como resultado do desemprego e redução dos rendimentos. A recuperação projetada acontecerá, gradativamente, até o final de 2018. O desemprego recuará pouco de 11,9% em 2016 para 10,2% em 2020, enquanto a variação anual da massa salarial real atingirá 3,7% em 2020, menor que em 2004.

    Segundo o IBGE, a produtividade nacional caiu de 3,4% em 2013 para -1,7% em 2015, onde produtividade é a relação entre a Produção Física e o Número de Horas Pagas. Existem outras formas de calcular a produtividade, como a relação entre PIB (Produto Interno Bruto) e o total de horas pagas trabalhadas ou ainda, a relação entre o PIB e a massa trabalhadora empregada.

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  • Inovação por subtração e produtividade é a saída para superarmos a crise econômica

    Os sinais da economia brasileira e internacional mostram que temos um gigantesco desafio a frente, incluindo empresas, governo e nós mesmos. Nossa dívida pública associada com juros altos e crescimento negativo do PIB está levando o Brasil a bancarrota. A cada dia a situação piora, aumentando a dívida e reduzindo, drasticamente, a capacidade do governo investir em infraestrutura e deteriorando os serviços públicos e programas sociais. O número de desempregados aumenta e a inflação coroe o poder de compra de quem trabalha. Para quem lembra dos anos 80s fica ainda mais atormentado com essa situação. Bom, não podemos ficar parados esperando o pior, temos que agir imediatamente para proteger nossas empresas e o nosso patrimônio. Uma saída é desenvolvermos produtos e serviços com inovação por subtração e aumentarmos a produtividade nas empresas.

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  • Objetivos dos empresários brasileiros para 2015

    Uma pesquisa da ABRASCA, Associação Brasileira das Companhias Abertas, mostra que 73% dos empresários acreditam em um crescimento da economia superior a 1% em 2015. Foram pesquisadas 65 empresas da BM&FBovespa que representam 70% do valor total da bolsa. Nessa pesquisa, 24% afirmaram que aumentarão os investimentos em 2015, 50% manterão os investimentos de 2014 e 26% reduzirão os investimentos. Dos empresários consultados, 47% temem a alta da inflação, 43% acreditam na estabilidade e 9% apostam na redução. Estão preocupados com os aumentos dos preços de itens de consumo controlados, como o da energia, que deverão aumentar acima da inflação geral. Os aumentos dos preços dos produtos e serviços, dificilmente, conseguirão ser repassados para os consumidores. Dentro deste contexto, seus objetivos deverão ser: melhorar a qualidade dos produtos; lançar novos produtos; racionalizar processos; e, reduzir os custos com mão de obra.

    Melhorar a qualidade dos produtos implica em desenvolver programas para identificar as causas raiz dos problemas, planejar melhorias, implanta-las e medir seus resultados. Isso requer metodologia, treinamento, engajamento dos funcionários, feedback rápido dos clientes e acordos com os atuais fornecedores ou busca de novos. A melhoria da qualidade nos produtos e serviços gera redução de custos. O investimento em qualidade tem retorno garantido.

    Em uma economia com baixo crescimento e incertezas com relação a manutenção do emprego, os consumidores deverão substituir alguns itens por similares mais baratos. Lançar produtos apenas com atributos essenciais e mais baratos garante a fidelidade dos clientes e evita que eles busquem alternativas na concorrência.

    Acredito que depois de anos difíceis as empresas estão operando no limite. Executam apenas os processos vitais para a manutenção das operações e para atender as conformidades legais. Nessa fase, para racionalizar processos é pensar em inovação e mudanças de paradigmas por completo. Imagino que para as companhias de capital aberto, não exista mais espaço para melhoria contínua de processos, a única alternativa é a transformação de processos.

    Para reduzir custos com mão de obra, a princípio, existem três alternativas: aumentar a produtividade com novas ferramentas e processos, contratar funcionários com salários menores ou contratar serviços especializados para substituir alguns processos internos. Acredito que a combinação das três alternativas traga resultados mais positivos.

    Neste cenário, 2015 será mais um ano de desafios que poderá ser superado com inovação, tecnologia e transformação de processos, não esquecendo a sustentabilidade ambiental.

    Desenvolvi um curso online gratuito sobre inovação que poderá ajudar no planejamento e inovação de produtos e processos. Link: http://www.efagundes.com/webcast/index.php/processo-para-inovacoes-disruptivas/

    Outro curso online gratuito é sobre Reengenharia de processos de negócios que poderá ajudar no planejamento. Link http://www.efagundes.com/webcast/index.php/como-fazer-uma-reengenharia-de-processos-de-negocios/

     

     

     

  • Produtividade na Gestão de Projetos de Software

    Para melhorar a produtividade na gestão de desenvolvimento de software deve-se usar uma metodologia que garanta a repetitividade de tarefas, medição e definição de processos e que incentive a melhoria contínua.

    A metodologia deve prever que a fase de definição de requisitos de um novo software é um processo criativo, diferente da implantação de um software de mercado. Para novos softwares é necessário adotar um modelo interativo com protótipos para aperfeiçoar a ideia inicial. O número de interações depende do tempo estipulado para essa atividade ou do consenso dos patrocinadores que as especificações atendem as expectativas.

    Para softwares de mercado é possível adotar um modelo de gestão linear e sequencial uma vez que já existe um processo definido e testado de implantação. Não existe criatividade e inovação na implementação de um software de mercado. Ele implementa as melhores práticas do mercado e garante que a empresa chegue mais rápido a processos com excelência operacional. Neste caso, é possível ter previsibilidade de prazo e custo. Entretanto, se a empresa decidir propor muitas alterações do software original, com certeza, nem prazos nem orçamento serão cumpridos.

    Temos aqui que diferenciar a simples automatização de um processo existente para melhorar a produtividade e controle, de softwares que implementam novos modelos de negócios. Automatizar processos existentes é melhoria contínua. Softwares para novos modelos de negócios é inovação. No primeiro caso temos previsibilidade e conseguimos estimar os benefícios. No segundo, trabalhamos com um grau de incerteza, porém se obtivermos sucesso os resultados serão significativos.

    Desenvolver cronogramas de novos softwares é um desafio. A começar pela evolução das expectativas dos patrocinadores ao longo do desenvolvimento do projeto. Notem que mudar de ideia durante o desenvolvimento de um software não é um pecado. Pode custar caro se utilizar um modelo linear e sequencial de desenvolvimento. Para atender a fase de levantamento de requisitos e o amadurecimento das ideias, o melhor modelo de desenvolvimento é o espiral. Esse modelo permite várias interações com os patrocinadores através de protótipos para convergir para a especificação do projeto final.

    O passo seguinte no desenvolvimento de software é estabelecer o cronograma do projeto. Aqui outros desafios. Os desenvolvedores, analistas e consultores costumam subestimar em média 20-30% a duração das tarefas. Pior, chegam a omitir entre 30-50% das tarefas. Isso torna inevitável atrasos e estouros de orçamentos. Quando isso acontece a perda de produtividade é acentuada, pois perde-se muito tempo em explicações e replanejamento. Isso acaba afetando a moral da equipe, a qualidade do projeto e a confiança dos patrocinadores na equipe.

    Aqui fica um alerta para quem contrata serviços de desenvolvimento de software. Estudos mostram que 75% dos desenvolvedores de software são introvertidos e apenas 33% tem habilidades de negociação. Se houver pressão sobre eles para aceitar prazos não realistas para um projeto, provavelmente, eles concordarão. Mesmo com o conhecido heroísmo dos desenvolvedores em trabalhar por longas horas para atender prazos, existe um grande risco dos projetos não atingirem as expectativas de qualidade, prazo e orçamento.

    Na prática, quem contrata o desenvolvimento de novos softwares pode fixar duas entre as três opções: produto, prazo e orçamento. Por exemplo, se você quiser um produto de qualidade em um prazo determinado, você terá que ter um orçamento flexível. Se escolher ter prazo e orçamento determinados, você terá uma incerteza sobre a qualidade do produto.

    Mas afinal como melhorar a produtividade? Repetindo tarefas que deram certo, medindo o desempenho de cada tarefa, definindo processo e adotando um programa de melhoria contínua. Para isso você precisa ter uma equipe experiente e que trabalhe juntos há pelo menos três anos dentro da filosofia de buscar, continuamente, a melhoria da produtividade.

    Uma equipe de alta performance no desenvolvimento de sistemas tem que ter histórico e evidencias documentadas, como: medição, processo definidos, métricas e objetivos de aumento de produtividade. Um bom roteiro a seguir é modelo CMMI – Capability Mature Model Integration – que define um método para avaliação e melhoria de processos.

    Para processos já consolidados a melhor alternativa é adotar pacotes de software de fornecedores especializados. Esses softwares já implementam as melhores práticas de mercado e podem ser implantados fixando prazo e custo, pois a qualidade do produto já foi consolidada.

    Para novos softwares que embutem um certo grau de incerteza e, obviamente, um maior risco deve-se entregar o desenvolvimento para equipes internas ou externas que tenham experiência e metodologia para ter previsibilidade, eficácia e controle.

  • Pare de reclamar e esperar a ajuda do governo. Aumente sua produtividade e lucre mais.

    O empresariado brasileiro precisa resolver o problema da nossa baixa produtividade, ponto. Viver sob a tutela dos subsídios do governo não cria condições para saltos, significativos, de produtividade. Temos parar de reclamar e esperar a ajuda do governo. Podemos trabalhar em cinco áreas para melhorar nossa produtividade: educação; tecnologia e inovação; burocracia; infraestrutura; e, competição externa. Esse artigo explora os desafios e apresenta algumas ideias para debate.

    A produtividade no trabalho (PT) é a medida econômica que mede a produção de cada trabalhador por hora. A medida para um país é a divisão do PIB pelos trabalhadores ocupados ou o total de horas trabalhadas, considerando as horas extras. Nas empresas, é a divisão da produção total pelo número de horas/homem, incluindo não apenas as horas dedicadas ao processo de manufatura, mas os processos de gerenciamento e supervisão.

    Segundo a entidade Conference Board que pesquisa a produtividade nos países, em 2013, o Brasil teve a menor entre os países latino americanos. Nesse período, a média brasileira foi de US$10,8, enquanto o Chile foi de US$20,8, México de US$16,8 e a Argentina de US$13,9.

    A mesma entidade mostrou que em 2013 nossa produtividade cresceu apenas 0,8%, ante a um declínio de 0,4% em 2012. Como comparação, a China em 2013 teve um aumento de 7,1%.

    A educação é um fator importante para o aumento da produtividade. Países como a Coreia do Sul que investiram em educação décadas atrás obtiveram aumentos significativos de produtividade e, consequentemente, crescimento econômico. Uma das razões para a educação não contribuir com o aumento da produtividade é a falta de alinhamento entre o currículo escolar e as necessidades do mercado.

    O ensino técnico é importante para melhorar a produtividade. Entidades como o SENAI e o programa de PRONATEC contribuem no esforço de melhorar a produtividade. O FIES, financiamento estudantil, facilita o acesso dos estudantes a Universidade.

    Aumentamos em dois anos do nível de escolaridade dos trabalhadores nos últimos anos, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), entretanto, esse fato pouco afetou na melhoria da produtividade. Um fator que prejudica o desempenho dos estudantes é o fato que, segundo o Instituto Paulo Monteiro, cerca de 40% dos nossos estudantes universitários são analfabetos funcionais.

    Na área de tecnologia e inovação temos outro desafio. Isentar as altas taxas de importação de equipamentos só se não existir um similar nacional com a mesma função, mesmo que este use tecnologia ultrapassada. Embora essa medida proteja a indústria nacional, prejudica nossa produtividade se as empresas locais de equipamentos não investirem em pesquisa e desenvolvimento e ficarem com tecnologias obsoletas. Ou seja, importar equipamentos avançados pode ser inviabilizado pelos custos de importação.

    O governo incentiva a inovação através da Lei do Bem, que oferece subsídios fiscais para investimentos em inovação. O FINEP oferece subvenção para empresas que contratem pesquisadores (doutores e mestres) para projetos de inovação. Existem vários programas federais e estaduais de incentivo a inovação, alguns a fundo perdido, como o Programa de P&D do setor elétrico que destina 0,25% da receita liquida das concessionárias para projetos de pesquisa.

    Apesar dos incentivos, segundo o escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello, especializado em propriedade intelectual, o Brasil fez 215 registros de patentes nos Estados Unidos em 2011, contra 3.174 da China, 1.234 da Índia e 298 da Rússia.

    O excesso de burocracia no Brasil é crônico. As empresas têm que manter um contingente de pessoas na área administrativa para atender aos requisitos legais. A quantidade de impostos e o avanço do controle do governo sobre as contas das empresas exige a implantação de sistemas de informação que tem como único retorno de investimento o custo evitado de multas fiscais ou previdenciárias.

    Nossa infraestrutura requer uma atenção à parte. Nossa malha ferroviária foi sucateada. Nossas rodovias quando boas, como no Estado de São Paulo, são caras devidos aos pedágios. Quando ruins, em sua maioria, deterioram os caminhões e ônibus exigindo mais manutenção, são perigosas e atrasam o escoamento da produção do agronegócio e de manufaturados, como os da Zona Franca de Manaus. Nossos portos estão esgotados. Apesar da nossa imensa costa marítima, temos poucos portos de grande capacidade para escoar nossa produção e importação de produtos e matéria prima. Os governos municipais priorizam obras de transporte público e automóveis interligando seus principais centros econômicos aos bairros residenciais. As empresas de taxis e motoristas independentes têm subsídios para a aquisição de carros, porém não tem subsídios para combustíveis e manutenção.

    Os serviços de telecomunicações são caros e disponíveis com certa qualidade apenas nos grandes centros urbanos que trazem retorno de investimentos atrativos para as operadoras. Nossa produção e transmissão de energia é um fator que limita o desenvolvimento e a expansão da economia. Em 2014, o déficit das distribuidoras de energia deve fechar em cerca de R$60 bilhões devido a compra de energia mais cara das termelétricas e da impossibilidade de repasse dos preços para o consumidor por estratégia do governo. Esta dívida será paga pelos consumidores ao longo do tempo. Nosso saneamento básico, mesmo nos grandes centros urbanos, é precário.

    Nossa competição externa é comprometida pela nossa baixa produtividade e supervalorização do Real. Além disso, o país tem poucos acordos bilaterais que incentivem o comercio e a transferência tecnologia. Incentivamos relações com países que oferecem pouco retorno a nossa economia, como países africanos e latino americanos, incluindo Cuba.

    Por todos esses fatores e outros ainda mais complexos nossa economia tem crescimento próximo a zero. Nosso baixo índice de desemprego em torno de 5% não considera as pessoas que desistiram de procurar emprego e as pessoas do mercado informal. As empresas contratam vários empregados, com salários baixos, para compensar a falta de produtividade.

    Reclamar não adianta. Nas últimas eleições, a maioria da população optou pela continuidade do atual governo e, dificilmente, o cenário governamental se altere.

    Mas afinal, o que podemos fazer para melhorar a economia do nosso país, não esquecendo a sustentabilidade ambiental?

    Irei compartilhar algumas ideias para debate. Salve o melhor juízo.

    Na área da educação, as associações de classe e os sindicatos patronais poderiam se mobilizar para desenvolver currículos acadêmicos alinhados com as necessidades do setor que representam. Esses currículos seriam compartilhados com as faculdades locais para a criação de curso de extensão universitária, aperfeiçoamento e especialização. Esses cursos podem ser implantados rapidamente com aprovações internas das entidades de ensino, sem a interferência do MEC. Para os cursos técnicos, as associações e sindicatos podem requer aperfeiçoamento de cursos existentes e novos cursos do PRONATEC alinhados com as necessidades das empresas locais.

    As empresas poderiam criar Universidades Corporativas em parcerias com empresas de treinamento especializadas ou Universidades para formar seus empregados com contrapartidas de ambos os lados. Compromissos com aumento de produtividade e aumento real de salários das pessoas comprometidas.

    O ensino à distância deve ser incentivado pelas escolas e empresas. Vários estudos demonstram que o EaD é mais produtivo que o ensino presencial. Participei do projeto FORDSTAR da Ford nos Estados Unidos para treinamento de técnicos e vendedores das concessionárias. Nesse projeto os instrutores puderam cobrir entre 20-30%mais conteúdo durante o telecurso, as notas dos alunos foram 20% melhores e o tempo fora dos escritórios e oficina foi reduzido em mais de 50%. Através do FORDSTAR, a equipe treinamento foi capaz de atingir mais de 45.000 técnicos e 50.000 vendedores em questão de dias. A tecnologia de aprendizado reduziu o treinamento em classe de uma média de 31 dias para somente nove, e um grande número de pessoas puderam ser treinadas simultaneamente.

    Na área de tecnologia e inovação, as associações e sindicatos patronais poderiam reivindicar novos critérios para a importação de equipamento de tecnologia avançadas. Um dos critérios seria o índice de produtividade que o equipamento traria para a empresa. Se ficar provado que o índice de produtividade é maior do equipamento a ser importado do que o similar nacional, seria aplicado um redutor nas alíquotas de importação. Isso incentivaria a indústria nacional a buscar a inovação, tanto do lado de equipamentos como das empresas usuárias desses equipamentos.

    As Universidades, Centros Universitários, Faculdades e Centros de Pesquisa deveriam propor leis de incentivos fiscais federais, estaduais e municipais para investimentos de empresas em projetos de pesquisa e desenvolvimento. Atualmente, a maior parte dos fundos são provenientes do FINEP e outros órgãos governamentais de incentivo a inovação, como a FAPESP, limitando a capacidade de investimentos.

    Novas tecnologias devem ser utilizadas para melhorar a produtividade, tais como: Cloud Computing; Big Data; Análise Avançada de Dados; Aplicativos Móveis; e, Internet of Things.

    O Cloud Computing permite compartilhar uma fração de recursos computacionais de um grande fornecedor, reduzindo esforços de segurança, atualização tecnológica, operação, treinamento, eficiência energética e emissão de gases do efeito estufa. Além de reduzir o espaço físico e infraestrutura de refrigeração necessárias para um data center.

    Big Data e ferramentas analíticas permitem manipular e analisar “montanhas” de dados para identificar tendências comportamentais de consumidores e ativos físicos. Na área de Marketing, os benefícios são enormes para a definição de novos produtos e modelos de negócios. Na área de monitoração e manutenção pode-se antecipar defeitos, evitando ou minimizando seus impactos. Também, são utilizadas para reduzir fraudes e mitigar riscos operacionais.

    A Internet of Things (Internet das Coisas) permite a interação máquina a máquina (M2M), permitindo uma melhorar integração entre os atributos pessoais e de ativos físicos com aplicações móveis e outros sistemas. Por exemplo, é possível monitorar remotamente os sinais vitais de pacientes através do uso de sensores em contato com o corpo.

    Para minimizar os efeitos da burocracia nas empresas uma solução é terceirizar os processos que não agregam valor para a empresa. Não faz sentindo manter funcionários na empresa apenas para atender as exigências fiscais e trabalhistas. Essas pessoas impactam no índice de produtividade de trabalho. O BPO – Business Process Outsourcing – são contratos de serviços que transfere parte da responsabilidade e operação de processos específicos de negócios para empresas especializadas. Nessa modalidade o fornecedor se responsabiliza por eventuais multas aplicadas por erros no processo, evitando desembolsos da empresa. Embora, a empresa seja, formalmente, responsabilizada. Muitos serviços de BPO envolve o uso do software do fornecedor, simplificando ainda mais o processo. Isso significa que todas as alterações de legislação e cumprimento de prazos legais ficam sob a responsabilidade do fornecedor.

    Para mitigar os impactos da falta de infraestrutura existem várias alternativas. Uma ação é mapear onde os funcionários residem e montar escritórios próximo a suas casas. Isso evitaria o trajeto diário para o escritório central que, normalmente, fica localizado em centros empresarias. Isso aumentaria a qualidade de vida dos funcionários. Alguns poderão até almoçar em casa. Dependendo da localização, a manutenção do escritório tem custo menor por metro quadrado. Ajuda na retenção de talentos. Os escritórios servem, naturalmente, como estratégia de continuidade de negócios em caso de inoperância do escritório central. Se várias empresas adotarem a descentralização dos escritórios haverá uma redução do trânsito nas cidades e transportes públicos com menos passageiros.

    Associado com a descentralização dos escritórios, o uso intensivo de ferramentas de colaboração remota trará um enorme salto de produtividade. O uso de videoconferência, compartilhamento de documentos, integração do sistema de voz corporativo com os smartphones pessoais entre outros, são exemplos de funcionalidades que aumentam a produtividade.

    Para aumentar nossa competitividade externa temos que avançar no desenvolvimento de produtos inteligentes com alto valor agregado em software embarcado. Se não somos competitivos na manufatura de produtos, temos que agregar valor de outra forma. O desenvolvimento de produtos com tecnologia de Internet of Things é um dos caminhos para o crescimento. Ou seja, fazer com que nossos produtos, mesmo que parte fabricada no exterior, incorpore funcionalidade de interação para monitoração e controle por software. Com isso podemos desenvolver aplicativos móveis que interajam com os produtos. Como resultado conseguiremos coletar milhões de dados de clientes e criar novas gerações de produtos.

    Software é um produto altamente escalável e não exige elevados investimentos de manufatura. Poderemos ser reconhecidos pela criatividade de soluções de interação com produtos físicos.

    Se você tem outras ideais compartilhe.

  • Simplificando a vida do executivo

    Um dos objetivos da tecnologia é o aumento da produtividade das pessoas. Sem dúvida, a tecnologia tem ajudado muito as pessoas a simplificar suas tarefas no dia a dia. A possibilidade de configurar os equipamentos para o seu perfil de uso melhora a produtividade. Entretanto, ainda existe um grande desafio para simplificar a vida dos executivos que utilizam smartphones, tablets e notebooks corporativos. Não é raro ver executivos com dois smartphones e ter dificuldades para acessar algumas redes sociais ou sites na Internet usando seus notebooks corporativos. Além disso, precisam executar rotinas de backup de arquivos e criptografia de arquivos importantes, tirando o foco do seu trabalho. Como simplificar a vida do executivo?

    Em primeiro lugar temos que entender que os equipamentos móveis se integraram definitivamente na rotina diária das pessoas. Cada um tem suas preferencias por equipamentos e sistemas operacionais. Se a área de TI definiu o Android como padrão corporativo e o executivo prefere o iOS, certamente ele terá dois equipamentos. Inevitavelmente, em algum momento ele armazenará um arquivo corporativo no seu smartphone ou tablet pessoal e quebrará o sistema de segurança.

    Em muitas empresas o backup dos arquivos é de responsabilidade dos executivos, seja em servidores corporativos ou em mídia local. Deixar essa rotina operacional desvia o executivo do seu foco de trabalho, reduzindo sua produtividade.

    Sem falar nas horas perdidas dos executivos em manutenções de computadores e de smartphones. Acredito que cada um de nós tenha uma história chata do tempo perdido para consertar ou substituir um equipamento.

    Uma solução para esse problema é a virtualização das aplicações, conhecida como VDI, Virtualization Desktop Infrastructure. Na verdade, a tecnologia já evoluiu e não se restringe apenas a desktops, mas para todos os equipamentos móveis.

    Uma das restrições de uso dessa tecnologia era a dificuldade de conexão dos equipamentos via Internet móvel. Esse problema está sendo superado com a nova tecnologia 4G e a disponibilidade cada vez maior de WiFi em locais públicos.

    A virtualização permite compartilhar de forma inteligente os recursos computacionais dos equipamentos móveis e servidores corporativos ou da nuvem de computadores (Cloud Computing).

    Com a virtualização todos os softwares e arquivos ficam armazenados nos servidores. Isso elimina a necessidade de backups, simplifica muito a substituição de equipamentos e atualizações de software. Além de aumentar a produtividade, aumenta significativamente a segurança das informações.

    Interessante observar que já utilizamos o VDI com o MS-Office 365 e os aplicativos do Google Drive. Para quem explora as facilidades de trabalho colaborativo conhece as enormes vantagens e ganhos de produtividade.

    Permite a introdução do conceito de BYOD, Bring Your Own Device, ou seja, cada executivo pode escolher seu próprio equipamento móvel. Isso reduz os investimentos em aquisições de equipamentos pela empresa e aumenta a produtividade e satisfação no trabalho.

    Um dos equívocos nos estudos de viabilidade econômica dos projetos de VDI é não considerar o aumento de produtividade dos executivos, incluindo a redução do tempo perdido em backups, manutenções e substituições de equipamentos. Ainda se for considerado a introdução do conceito de BYOD as vantagens econômicas se ampliam.

    Nosso núcleo de pesquisa pode ajudar nos estudos de viabilidade econômica para comprovar as vantagens da virtualização das aplicações móveis.

  • O desafio da energia para os data centers e o compromisso com a sustentabilidade

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    Em abril de 2014, o Greenpeace liberou um novo relatório sobre o uso de energia renovável pelos maiores data centers globais. Esse relatório apresenta um ranking dos data centers mais comprometidos com o uso de energia renovável com o objetivo de mitigar a emissão de gases do efeito estufa. O relatório destaca a Apple, Google e Facebook com um forte compromisso de uso de energia renovável e critica a Amazon Web Services (AWS) pelo uso de energia não renovável e pouca transparência no setor.

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    As estimativas são que em 2014 cerca de 2,5 bilhões de pessoas estão conectadas a Internet no mundo. As previsões são que teremos cerca de 3,6 bilhões de pessoas conectadas em 2017. Cada vez mais as pessoas e os negócios são dependentes da Internet e isso cada vez mais poder computacional para executar os serviços online.

    As empresas de tecnologia estão criando novas soluções para aumentar o poder computacional dos equipamentos e soluções de software para maximizar o uso da infraestrutura. Essas ações de eficiência computacional reduzem o consumo de energia e necessidade de refrigeração, contribuindo para a redução do uso de água para refrigerar o ambiente dos data centers.

    Na comparação de consumo de energia de países e Cloud Computing, mostra que em 2011 a energia consumida pelos data centers é a sexta maior no mundo.

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    Essa situação coloca a necessidade de um tratamento diferenciado para os data centers das políticas públicas e regulatórias dos países.

    No Brasil, existe um forte incentivo para o uso da Internet como um fator de inclusão social e desenvolvimento da economia. Entretanto, o Brasil apresenta um dos custos mais elevados de energia e telecomunicações do mundo. Isso tira a competitividade do setor e restringe a expansão do uso da Internet, principalmente, das classes menos favorecidas que representa a grande parcela da população.

    A única política do governo que permite a redução do custo de energia é a compra de energia no mercado livre para empresas que possuem uma demanda de eletricidade acima de 500kW.

    Essa política beneficia apenas os grandes data centers e, praticamente, elimina a competitividade dos pequenos e médios data centers.

    Infelizmente, o Brasil não tem uma política forte de incentivo a minigeração de energia renovável pelas empresas. Os custos de implantação de geração de energia solar fotovoltaica, eólica, biomassa e através de pequenas hidrelétricas ainda não são atrativas para os data centers.

    Uma política de subsídios para a geração de energia de energia renovável para o setor de data centers traria um grande benefício para a sociedade e para o crescimento da economia. Garantiria preços competitivos dos serviços digitais mesmo em períodos de grandes estiagens, que exigem a geração de energia por usinas termoelétricas que além de poluidoras são mais caras.

    A proposta é criar um regime especial para o setor de data centers com três pautas: (1) permitir que todos os data centers, independente da sua demanda de energia, possam comprar eletricidade no mercado livre; (2) isentar de impostos de importação os equipamentos não produzidos no Brasil para a construção de minigeradoras de energia pelos data centers; e, (3) redução do IPTU dos data centers que reduzirem a emissão de gases do efeito estufa que contribuem para o Plano Municipal de Mudanças Climáticas.