As empresas conseguem reter pessoas capazes de executar transformações disruptivas?

Por sorte, tenho contato com centenas de jovens todos os anos, trabalhando como professor de cursos de pós-graduação em tecnologia e em um programa de MBA além de milhares de estudantes online como produtor e tutor de cursos a distância. Isto me permite acompanhar as expectativas e desafios de jovens qualificados, que trabalham em empresas de todos os portes e setores, além de muitos empreendedores. Nos estudos de casos que aplico é nítida a diferença entre alunos que trabalham em organizações já estruturadas e de quem tem ou aspira ter seu próprio negócio, a partir das soluções propostas para os desafios apresentados. Embora não seja unânime, os empregados em corporações têm pensamentos mais lineares e estruturados e os empreendedores menos estruturados. A maioria estuda para dar saltos na carreira, buscando melhores cargos e salários, ou para desenvolver o seu próprio negócio (o MBA da FIAP tem foco no empreendedorismo). Isto coloca um desafio para as grandes e estruturadas empresas que seguem rígidos modelos de governança corporativa: como reter os talentos que possam fazer as transformações disruptivas que o mercado exige? Uma das solução é criar startups para produzir produtos e serviços que serão adotados pela empresa no futuro.

O maior desafio das empresas é garantir que a liderança não obstrua o pensamento dos jovens, com a justificava que devem “enquadra-los” nas regras e cultura da companhia. Isto é o mesmo que limitar a criatividade das crianças quando as obrigamos a pensar como os adultos e as doutrinando com crenças que acreditamos. Neste círculo vicioso buscar soluções disruptivas é mais difícil.

A solução de criar startups é interessante, pois desatrela os “startupers” das regras da empresa já estabelecida e cria um ambiente mais criativo e dinâmico. Uma regra de ouro é não colocar a startup sob debaixo de um departamento que precisa entregar resultados tangíveis periodicamente usando métricas tradicionais. Isto irá matar a startup em pouco tempo.

Também, não procure sinergias entre departamentos da empresa, principalmente, contabilidade, recursos humanos e TI. As startups, normalmente, são sufocadas pelos altos custos, normas e cultura das áreas corporativas tradicionais.

Várias empresas já adotaram está estratégica com bons resultados, incluindo algumas aqui no Brasil. O que precisamos é expandir esta prática para transformar o mercado é criar novas oportunidades de negócios e empregos de qualidade, valorizando os jovens talentos.