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Tech & Energy Think Tank

Think tank independente com foco em energia, tecnologia e tendências globais. Análises para apoiar decisões estratégicas com visão de impacto.

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Autor: Eduardo Fagundes

  • A guerra dos sistemas operacionais para IoT

    Sempre quando começa uma nova onda de tecnologia inicia uma guerra entre fabricantes para tornar sua tecnologia o padrão de fato no mercado. A disputa agora é dos sistemas operacionais para dispositivos de Internet of Things (IoT, Internet das Coisas).

    Isso aconteceu com os navegadores anos atrás com a briga entre a Netscape e a Microsoft. A Microsoft venceu. Entretanto, hoje o domínio dos navegadores é da Google com o Chrome e o Mozilla Firefox. Outra batalha no mercado é entre o iOS da Apple e o Android da Google entre os smartphones. A Microsoft procura entrar na briga com o Windows 10.

    A Huawei anunciou seu sistema operacional para IoT no dia 20 de maio, o LiteOS consume apenas 10kB. Segundo a Huawei, gigante chinesa de equipamentos de telecomunicações, ela não pretende fabricar dispositivos de hardware para IoT, entretanto, quer participar ativamente no mercado que prevê a existência de 100 bilhões de dispositivos IoT em 2025.

    A Google está desenvolvendo o seu sistema operacional de codinome “Brillo”, desenhado para operar com baixo consumo de energia e poucos recursos dos dispositivos de IoT. O sistema operacional deverá consumir entre 32MB e 64MB de RAM.

    A Microsoft deverá ter uma versão do Windows 10 para IoT, conhecida como IoT Core. A Samsung comprou uma startup de IoT em agosto de 2014 por US$200 milhões um mês depois de firmar uma parceria com a Intel para criar um consórcio de IoT.

    A ARM tem sua própria solução para IoT, o mbed OS, anunciada no ano passado que tem como base sua plataforma desenvolvida em 2006.

    Vamos acompanhar e ver quem será o vencedor. Embora essa fragmentação preocupe quem estiver desenvolvendo projetos de IoT nesse momento. Mas, como em outras guerras vencerá quem melhor atender as expectativas do mercado.

  • DCIM e a integração das equipes de data centers e facilities

    A gestão dos serviços de TI e telecomunicações está bem resolvida com frameworks internacionais como Cobit, ITIL, ISO 20.000 e outros. A gestão das facilities é apoiada por boas práticas de manutenção e frameworks ISO 9001, ISO 50.001 e outras. Entretanto, raramente, encontramos na operação dos data centers uma sinergia e práticas integradas e automatizadas dos processos de TI e facilities.

    Essa falta de integração e automação de processos leva a erros humanos e redução da disponibilidade dos serviços.

    O desafio é grande, pois essas áreas são gerenciadas por equipes e linhas de comando diferentes. Cada uma buscando resultados distintos, e alguns casos conflitantes. Por exemplo, o pessoal do data center precisa atender os SLAs com o menor custo possível para manter a competitividade no mercado. Por outro lado, o pessoal de facilities reluta em mudar de tecnologia ou de fornecedor para não correr riscos de falhas, justificando aumento de custos decorrentes do fornecedor ou da conjuntura econômica do país.

    Entretanto, o receio da mudança também paralisa algumas ações de redução de custos do data center, como por exemplo não trocar o roteador de um fornecedor tradicional por um mais barato de um fabricante inovador.

    Como sabemos a virtualização e a automação acabou com a necessidade de hardwares poderosos por commodity. O software resolve os problemas de falhas da infraestrutura. Isso é necessário, pois grandes estruturas de data centers com milhares de servidores e outros equipamentos apresentam falhas diárias de um ou outro componente.

    Uma ação para melhorar a eficiencia dos data centers é integrar as áreas de infraestrutura e facilities usando o  DCIM, Data Center Infrastructure Management para integrar e automatizar os processos.

    Mas do que isso, as equipes devem trabalhar juntas sob o mesmo comando e com objetivos comuns, além de salários e recompensas compatíveis.

    Resumindo, só atingiremos melhores SLAs com redução de custos se unificarmos equipes e tivermos  processos integrados e automatizados.

    Mapa de fornecedores de DCIM

    DCIM Suppliers 451 Research

  • Você está pronto para o CAM3S? Cloud, Analytics, Mobile, Social, Security, Sustainability

    Atualmente, é impossível desassociar essas seis temas. Falar sobre computação na nuvem sem falar sobre aplicações móveis, redes sociais e Internet of Things e, por consequência, associar com Big Data para análises complexas de grandes volumes de dados e segurança não faz sentido. Quaisquer combinações de temas sempre estarão associadas. Misturando tudo isso, temos que avaliar os impactos na sociedade e no meio ambiente. Os computadores de todos os tipos consumem 1,5% da energia do planeta e emitem 2% dos gases do efeito estufa que agride o meio ambiente.

    Como considerar as outras tecnologias como Big Data e Analytics sem considerar Cloud Computing, mesmo que a estrutura de TI da empresa seja grande? Como implantar soluções envolvendo mídias sociais sem considerar a adoção de dispositivos remotos usando Internet of Things? Como proteger as informações dos clientes, fornecedores e da empresa sem a adoção de ferramentas e novos modelos de segurança da informação? Como gerenciar todo isso e atingir os objetivos de redução de CO2 da empresa? Como avaliar os impactos de custos dos serviços de TI nos produtos e processos nas empresas sem utilizar o custeio ABC? Como ajudar a desenvolver novos atributos de produtos sem considerar o CAM3S?

    Parece que não têm saída, as decisões empresariais devem considerar essas seis temas e suas tecnologias para garantir a sua competitividade no mercado. Essa responsabilidade não é apenas do CIO (se é que no futuro teremos um CIO como o perfil atual), as responsabilidades deverão ser compartilhadas.

    Talvez, a área de produto venha ser a responsável pelas aplicações móveis e dispositivos remotos e a atual TI seja responsável apenas pelos gateways de conexão com os sistemas corporativos e infraestrutura de Big Data e Analytics.

    Todos os grandes fornecedores de software estão migrando suas soluções para a nuvem. Chegará um momento que não será mais competitivo manter soluções on-premise (processamento local) e sistemas legados. Os custos de manter essas infraestruturas impactarão, diretamente, nos preços dos produtos e serviços e na margem de lucro, pressionando os gestores a adotarem soluções em nuvem.

    Monitorar e neutralizar novos entrantes no mercado só com novas ferramentas e modelos analíticos baseados em Big Data a partir de avaliações do comportamento dos consumidores através de aplicações móveis e acompanhamento das redes sociais.

    Não existirão mais produtos off-grid, todos os produtos estarão conectados na Internet para coletar informações do ambiente através de sensores remotos para uso em aplicativos móveis, como smartphones e relógios inteligentes, passando por ferramentas analíticas em tempo real.

    Não enxergar esse movimento é colocar em risco a própria continuidade de negócios da empresa. Por maior que seja a empresa e sucesso que esteja fazendo no momento isso não assegurará seu sucesso no futuro se não se reinventar constantemente. A Kodak que o diga.

  • Nuvem híbrida a arma da Microsoft e IBM contra a Amazon e Google

    A Amazon Web Services (AWS) e a Google utilizam suas próprias infraestruturas de data centers para vender serviços para Cloud Computing para o mercado. Com preços extremamente atrativos e pioneiros no mercado obtiveram vantagens competitivas sobre os tradicionais fornecedores de ambientes de processamento on-premise, como a Microsoft e IBM.

    Tanto a Microsoft com o Azure e a IBM com as aquisições da Softlayer e a liberação de serviços do seu supercomputador Watson estão correndo atrás da AWS e Google. Entretanto, tanto IBM como Microsoft têm uma vantagem nessa briga. Ambas, conseguem oferecer serviços de nuvem híbrida. Essa facilidade pode ser a chave para a migração das grandes empresas para a nuvem.

    A Microsoft anunciou o Azure Stack que permite que os clientes possam ter as facilidades da nuvem em suas próprias instalações, facilitando a migração para um ambiente externo de computação em nuvem.

    A IBM há anos oferece serviços de outsourcing de TI, incluindo a hospedagem dos sistemas de seus clientes em seus data centers. Ou seja, conhece muito bem as características e necessidades dos seus clientes. Isso oferece uma grande vantagem competitiva para a migração para a nuvem. Alias, a IBM tem muito mais conhecimento para isso que seus próprios clientes.

    A SAP e Oracle também estão indo na mesma linha da Microsoft e IBM, entretanto, muitas soluções SAP e Oracle usam a plataforma da Microsoft e IBM. A Amazon Web Services (AWS) e a SAP estão trabalhando juntas para oferecer às empresas diversas soluções para migrar e implantar aplicações empresariais na nuvem AWS. Ou seja, a SAP e a Oracle jogam nos dois lados.

    Nesse cenário, parece que as empresas tradicionais que desejam migrar para a nuvem têm bons parceiros e tradicionais parceiros de tecnologia. Para as empresas que já nasceram no mundo Cloud Computing, a AWS e Google são os parceiros naturais.

    E as outras empresas de serviços de data centers? Essas terão que se diferenciar pelos serviços, especialização, flexibilidade e empatia com os clientes. No final do dia, existe existe mercado para todos, a questão é identificar os nichos de mercados e se antecipar na identificação das oportunidades.