Avaliação de risco protege investimentos

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Será que os investidores do mercado de ações sabiam dos riscos da mineradora Samarco? Quem investe na Vale sabia qual o impacto no valor das ações se acontecesse um problema grave na Samarco?

A questão é poucas empresas possuem um processo estruturado de análise de risco. Quanto tem, muitas vezes restrições financeiras impedem que a implantação de medidas de mitigação de risco. A Samarco tinha um projeto de instalação de sirenes de alerta a população de Mariana (MG) que estava na gaveta para ser implantado, provavelmente, quanto tivesse recursos financeiros.

O mais interessante é que as empresas que não possuem uma gestão de risco estruturada pagam mais pelo seguro de seus ativos. Obvio, se a seguradora identifica que existem riscos potenciais e não são tratados o prêmio do seguro deve ser maior. Algumas vezes o investimento em gestão de risco pode ser neutralizado com o valor a menor do seguro.

A gestão de risco permite o engajamento dos funcionários e a identificação de novos formas de fazer as coisas, abrindo oportunidades para a inovação. Ou seja, gestão de risco não é despesa é investimento.

As técnicas de gestão de risco são, relativamente, simples e permitem priorizar os investimento com base no fator de risco.

Ao longo de anos que trabalho em gestão de risco e como professor de pós-graduação na Universidade Mackenzie (SP), cheguei a conclusão que a melhor forma de fazer uma análise de risco (e mais barata) é treinar os funcionários e engajá-los no processo. Em empresas de manufatura essa estratégia funciona através das células de produção, onde os próprios funcionários identificam os riscos e planejam ações de mitigação.