Eduardo M Fagundes

Tech & Energy Insights

Análises independentes sobre energia, tecnologias emergentes e modelos de negócios

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Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis

Desenvolver produtos sustentáveis é um objeto de desafio, um fator de competitividade das empresas no cenário globalizado e no desejo dos consumidores por produtos ecologicamente corretos. A essencialidade de um produto sustentável não é ser considerado um bem de consumo, mas ser reconhecido do ponto de vista do serviço que ele produz. Isso propõe o conceito de “desmaterialização”, como base do critério de desenvolvimento sustentável.

Baseado nesse critério os produtos devem ser desenvolvidos dentro do conceito de ecodesign, associando ecologia e design. Entende-se ecodesign como a aptidão projetual que concebe os aspectos do projeto levando em conta o impacto ambiental. As questões ambientais tratam desde o tratamento da poluição, à interferência nos processos produtivos que geram a poluição e ao redesenho dos produtos.

As discussões sobre sustentabilidade levam a uma reorientação dos comportamentos sociais, onde os consumidores passam a buscar produtos e serviços baseados no consumo limpo. O alinhamento dos produtos com os desejos dos consumidores leva ao desenvolvimento de produtos baseados em design para sustentabilidade (Design for sustainability, em inglês), que deve promover a capacidade do sistema produtivo de responder as expectativas sociais de bem-estar utilizando uma quantidade de recursos ambientais drasticamente inferiores aos níveis utilizados atualmente. O desenvolvimento dos produtos deve seguir uma metodologia que defina seu ciclo de vida – Life Cycle Design.

Dentro dessa linha, os produtos devem ser desenvolvidos baseados nos seguintes critérios:

  • Utilização, preferencialmente, de recursos renováveis;
  • Otimização dos recursos não-renováveis;
  • Não geração de resíduos que o ecossistema não consiga neutralizar.

O controle do impacto ambiental têm três variáveis fundamentais: a população, a procura do bem-estar humano e a ecoeficiência das tecnologias aplicadas. Considerando os crescimentos demográficos previstos e partindo da hipótese que a população dos países em desenvolvimento deve procurar o aumento do seu bem-estar, a questão da ecoeficiência passa a ser fundamental no desenvolvimento de produtos sustentáveis.

Como se considera sustentáveis somente aqueles sistemas produtivos e de consumo cujo emprego de recursos ambientais por unidade de serviço prestado seja, pelo menos, 90% inferior ao atualmente aplicado nas sociedades industrialmente mais avançadas, o desafio de desenvolver produtos sustentáveis é enorme.

Para que as atividades humanas possam continuar indefinidamente, sem perda da qualidade ambiental é necessário que a pegada ecológica tenda a zero. Isso significa que cada atividade de extração que leve o empobrecimento ambiental e que as atividades de descarte (reintrodução) que tendem a acumular substâncias com características e concentrações diversas das iniciais devam ser neutralizadas.

A recomendação é buscar a máxima integração entre os processos biocompatíveis – os biociclos – e os processos de não-interferência (processos fechados em si) – tecnociclos.

Concluindo, devemos desenvolver produtos eficazes com propostas de equilíbrio entre a dimensão técnica e a dimensão cultural da inovação. Propostas que discutam sobre “o que” poderia ser produzido e consumido? Nessa área prevalece à reflexão sobre o conceito de eficácia. O que é melhor fazer para aumentar o bem-estar enquanto reduzindo o consumo de recursos naturais?

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