Indústria 4.0 e IA são saídas viáveis para o crescimento do Brasil

O Brasil está fora das cadeias internacionais de suprimentos no mundo globalizado. Na reunião de fechamento do Fórum Econômico Mundial 2017 em Davos, em 62 minutos de sessão, sequer foi mencionado. Nosso PIB deve crescer 0,2% em 2017, segundo o FMI. A retomada dos empregos será tímida em 2017 e espera-se uma maior velocidade de crescimento a partir de 2018, aposta a FIESP. A política de Donald Trump para os Estados Unidos pouco afetará o Brasil, porém algumas medidas de revitalização da indústria e infraestrutura devem ser observadas. O Brexist no Reino Unido deve ser acompanhado para avaliar seus resultados no médio e curto prazo. A previsão de investimentos estrangeiros no Brasil para 2017 é de US$75 bilhões, segundo o Banco Central. Neste cenário, parece que temos que nos virar sozinhos. A revitalização da nossa indústria deve ser baseada em robotização extrema e uso de inteligência artificial (IA) para otimizar custos e encontrar novas oportunidades de negócios.

A atual conjuntura política e econômica mundial obrigou o Brasil a criar o seu próprio BRAexist. Em um cenário global de baixo crescimento e aumento do protecionismo das nações, apostar em exportações não é uma boa estratégia, tão pouco imaginar abrir novos mercados na América Latina e África. Devemos continuar apostando no agronegócio e exportação de commodities. Entretanto, isso não criará grandes oportunidades de crescimento econômico e a criação dos empregos que precisamos.

Felizmente, as novas tecnologias que possibilitam criar novos modelos de negócios estão disponíveis e acessíveis a todos. Gostaria de enfatizar a palavra “todos”. Utilizar conceitos e equipamentos da Indústria 4.0, como uma simples impressora 3D, é acessível a todos. Imagine uma impressora 3D talhando peças de madeira para restauração de prédios e móveis antigos. Ou, uma linha de produção robotizada na indústria de autopeças.

Com a entrada de US$75 bilhões previstos, se tivermos projetos viáveis não faltará dinheiro. Alguém poderia questionar sobre a mão de obra especializada para tocar esses projetos. Nós temos. As nossas Universidades estão repletas de professores e estudantes que adorariam ter um desafio para desenvolver projetos avançados de tecnologia. Lembrando que estudantes brasileiros se saem muito bem em competições internacionais de robótica. O Brasil é uma das referências internacionais em matemática.

O acesso a ferramentas de Inteligência Artificial está cada vez mais acessível para leigos em TI (uso essa antiga expressão como uma ponte para o velho). Atualmente, os grandes provedores de serviços de tecnologia disponibilizam acessos amigáveis a ferramentas de IA, criando enormes oportunidades para startups e empresas de todos os portes ampliarem suas visões sobre o mundo real. A IA não acabará com os empregos, será uma aliada na tomada de decisões, gerando mais empregos com a abertura de novos negócios.

Legal. O que precisamos fazer?

Primeiro, deixar de fofocar nas redes sociais e participar da erradicação da corrupção. Segundo, estabelecer parcerias com Universidades para desenvolver novos modelos de negócios com mão de obra altamente especializada e (infelizmente) barata. Terceiro, buscar investidores e financiamentos para implementar os novos negócios. Quarto, executar.

Utopia! Bom… temos que acreditar que dará certo.