Inovação na Procter & Gamble

Segundo A.G. Lafley, CEO da Procter & Gamble até 2010, implantar uma cultura de inovação é uma jornada. Ele e Ram Charan escreveram o livro “The Game-changer”. Um dos pontos que me chama a atenção no livro é a visão do líder de inovação. Os líderes precisam estar engajados no processo de inovação. Segundo ele, os líderes devem ser formados, ninguém nasce líder. Liderança em inovação é fazer escolhas. O CEO deve ter a capacidade de integrar as inovações em toda a empresa. O papel de um líder de inovação é inspirar as pessoas a desencadear sua criatividade e produtividade. Esse tipo de inspiração requer uma mescla de QI (Coeficiente de Inteligência) e o EQ (Coeficiente de Empatia). A empatia , ele escreve, tem extrema importância em uma comunidade de negócios. É necessário desenvolver a intuição para entender e apreciar as intenções das pessoas, seus sentimentos e suas motivações. As inovações devem ser moldadas por experiências diferentes das nossas. Por isso o feedback dos clientes sobre os produtos são vitais para a definição de novos e melhorias nos atuais. Nas sessões de feedback é importante os clientes manipularem, sentirem e experimentarem os produtos.

Além da empatia, os líderes de inovação devem ser curiosos e céticos. Eles não podem ser ameaçados por excelência, mas devem ser reconhecidos e compensados pela busca da inovação. Um ponto importante é desenvolver métricas de avaliação qualitativas e não apenas quantitativas. Ou seja, as avaliações de desempenho devem considerar as iniciativas de inovação, porque o sucesso dessas iniciativas só poderão ser avaliadas em horizontes diferentes de tempo.

Lafley comenta na entrevista para a Harvard Business Review que o processo de inovação deve ser simples, ter todas as pessoas engajadas, existir colaboração, estar aberto para o novo e existir conexões entre as pessoas. Para ele a definição de inovação hoje é diferente de 10 anos atrás. Antes a definição era centrada em tecnologia e produto. Hoje a definição é mais abrangente, envolvendo a experiência e a visão do consumidor. Mais ainda, inclui a marca do produto, suas funcionalidades, seu design, seus benefícios, seu modelo de negócio, sua cadeia de distribuição e seu custo.

Veja a entrevista de A.G. Lafley para a Harvard Business Review.