O Planejamento Socioambiental

O velho jargão que definia a empresa como uma entidade que compra barato e vende caro não funciona mais. A nova abordagem define a empresa como uma organização que adiciona valor e cria riqueza. O planejamento estratégico deve prever as mudanças que ocorrem no comportamento dos consumidores e da sociedade de uma forma geral. Ignorar tendências tem custado muito caro para algumas empresas e embaraços em sua imagem institucional. Com essa nova abordagem a responsabilidade socioambiental deve ser contemplada no planejamento estratégico das empresas.

A origem do conceito de responsabilidade socioambiental é resultado da insurgência de movimentos sociais (pacifistas, raciais, de direitos humanos e ambientalistas) que teve inicio no final da década de 60. A conscientização dos consumidores a partir desses movimentos sociais obrigou as empresas a adotarem novas práticas de produção e venda de seus produtos pautando-os dentro dos paradigmas de sustentabilidade e ética social.

Se partirmos da premissa que não existe desenvolvimento sem prejudicar a natureza, devemos utilizar os recursos de forma responsável com uma boa gestão das mudanças que ocorrem na sociedade e abordar como o desenvolvimento econômico trará benefícios para as pessoas.

Desta forma, a sustentabilidade pode ser definida como uma forma de criar valor para os acionistas a longo prazo gerenciando os riscos sociais, ambientais e econômicos. Ou seja, a sustentabilidade passa a ser um pré-requisito para o sucesso do negócio.

As questões de sustentabilidade são tratadas por organizações em três setores: governo, empresas lucrativas e organizações sem fins lucrativos. O governo é responsável por, pelo menos, quatro áreas públicas: educação, segurança, saúde e infraestrutura. As empresas são responsáveis pela produção e processos de gestão empresarial. Entretanto, seu desempenho pode ser afetado pela ineficiência das áreas de responsabilidade do Estado, gerando custos externos insustentáveis que as tornam não-competitivas. As organizações sem fins lucrativos surgem com a missão de suprir as necessidades da população, principalmente, a de menor renda onde o Estado não atende plenamente as necessidades básicas. As ações realizadas pelo Estado, empresas e organizações sem fins lucrativos devem ser de longo prazo e com efetividade, ou seja, que os resultados sejam permanentes.

Dentro do contexto de responsabilidade socioambiental, as empresas devem incluir no seu planejamento estratégico compromissos que envolvam desde a utilização de materiais que não agridam o meio ambiente até a preocupação com o ser humano, incluindo: valores e transparência; público interno; meio ambiente; fornecedores; consumidores; comunidade; e governo e sociedade.