Imagine sua casa ser monitorada 24 horas por dia pela sua empresa de seguro e voce ser avisado se um eletrodoméstico começar a apresentar defeito e com potencial de colocar sua casa em risco. Ainda, se a empresa de seguro monitorar como você está dirigindo e avisa-lo se continuar a dirigir fora do padrão do contrato você poderá perder pontos e tornar o seguro mais caro. Pois é, 78% dos entrevistados em uma pesquisa divulgada pela Accenture aceitariam ser monitorados para reduzir o preço do seguro.
A previsão é que em 2018 existam cerca de 9 bilhões de dispositivos IoT conectados no mundo fazendo os mais variados controles. Um mercado de trilhões de dólares nos próximos anos.
Na área médica, os planos de saúde poderão monitorar os segurados para avaliar constantemente seu estado de saúde e avaliar sua atividade física e alimentação. Se os seus hábitos forem prejudiciais a saúde você recebe alertas para corrigi-los e recomendar outros comportamentos. Essa opção é muito interessante para pessoas com doenças crônicas que devem ser monitoradas para prevenir e emitir alertas em casos de emergência.
Voltando a pesquisa, o elevado percentual de aceitação pela monitoração de seus ativos e comportamento pessoal mostra que as pessoas estão cada vez mais dispostas a compartilhar sua vida com outras pessoas e empresas quando existem benefícios, ficando a privacidade em segundo plano.
Essa tendência mostra que podemos desenvolver outros negócios com IoT, transformando o comportamento das pessoas.
As tecnologias de Big Data e Internet of Things (IoT) transformarão o chão de fábrica e a operação das empresas. O Big Data é capaz de integrar sistemas proprietários SCADA, software de monitoração e supervisão de controladores remotos, e permitir análises e correção de erros em tempo real (self-healing). Os sistemas proprietários serão substituídos por dispositivos IoT que enviarão dados em intervalos de milissegundos para análise em tempo real usando Big Data. Essas tecnologias, associadas às tecnologias de comunicação de dados, permitirão o controle total das operações de uma empresa.
Não existem dúvidas que os sistemas corporativos (ERP) irão migrar para ambientes de computação em nuvem (Cloud Computing). Os próprios fornecedores de software para ERP estão migrando seus ambientes para Cloud Computing e criando novos serviços para assegurar sua robustez e alta disponibilidade, o MCaaS, Managed Cloud as a Services. A SAP está certificando vários parceiros para operar os sistemas em Cloud Computing para seus clientes. Esses sistemas poderão ser executados em qualquer data center, com segurança, utilizando as melhores práticas de gestão, incluindo planos de contingência (DRP).
Entretanto, operar em tempo real processos complexos de manufatura do chão de fábrica requer proximidade do processamento e uma rede local confiável, redundante e sem latência. Por maior que tenham sido os avanços na área de telecomunicações, ainda existem pontos de vulnerabilidade importantes quando analisamos uma WAN (Wide Area Network), uma rede de longa distância. Como, por exemplo, o rompimento de uma fibra ou falha em um equipamento crítico de rede.
Neste contexto, os data center industriais localizados dentro das plantas de manufatura ou de centros de distribuição são componentes chaves para a eficiência e operação dos processos. Arisco dizer que a complexidade da sua arquitetura e de seus sistemas são maiores que dos ambientes de sistemas corporativos.
Em sistemas de missão-crítica, como os sistemas de chão de fábrica (shop-floor), não existe margem para erros. Uma transação com defeito pode danificar os produtos ou colocar a vida de trabalhadores em risco. Se o dispositivo de controle de pressão de uma caldeira não for acionado corretamente existe o risco de explosão.
A complexidade das plantas de manufatura e a necessidade de operação ininterrupta (24×7) exigem processos altamente automatizados, sem interferência humana. Esse ambiente de processamento requer profissionais com profundos conhecimentos de processos de manufatura, engenharia de produto, robótica, automação, arquitetura de sistemas de missão-crítica e data centers industriais. O que difere da formação tradicional de programadores e analistas de sistemas, normalmente, orientados a processos corporativos.
Essa necessidade acabou criando outra organização de TI dentro da empresa, conhecida como OT (Operational Technology), muitas vezes não reconhecida pela TI Corporativa e vista como uma organização paralela e não oficial. Entretanto, acordos de convivência entre IT e OT sempre funcionaram, pois a OT era quase que apartada da TI corporativa.
Entretanto, o cenário agora mudou. A OT precisa adotar práticas de segurança cibernéticas mais sofisticas devido a alta automação dos processos e tem que adotar tecnologias de Big Data, IoT e ferramentas analíticas sofisticadas para análise de dados em tempo real. Por outro lado, as informações do chão de fábrica em tempo real são essencial para a TI Corporativa no relacionamento com clientes e processos de logística.
Esse é o momento da integração da IT/OT nas organizações. Essa integração construíra sistemas de monitoração e controle sofisticados como o apresentado na figura abaixo, com a integração de sistemas SCADA e de dispositivos IoT em Big Data para análise em tempo real. A metodologia de melhoria contínua Six-Sigma assume um novo patamar, sendo possível o uso de grandes quantidades de dados para suas análises e definição de novos processos.
A convergência de IT/OT trás novas e amplas possibilidades de inovação, eficiência organizacional, redução de custos e satisfação dos clientes.
Um componente novo nesse ambiente é a autoprodução de energia a partir de fontes renováveis. Os custos e a escassez de energia para atender as demandas das fábricas e, ao mesmo, tempo reduzir as emissões de gases do efeito estufa está viabilizando a construção de plantas de geração exclusivas para atender as fábricas e outros prédios das empresas. Como fez o grupo Honda que criou a Honda Energy do Brasil, investindo R$100 milhões em um parque eólico de 27MW em Xangri-Lá (RS) para abastecer sua fábrica no Sumaré e reduzindo a emissão de 2,2 mil toneladas de CO2 por ano (veja a foto abaixo). A energia é gerada no Rio Grande do Sul e através das linhas de transmissão do sistema integrado brasileiro chega até São Paulo.
Trabalhei durante 20 anos na indústria automobilística na área de TI e nos últimos 10 anos dedicados à indústria de energia. Sou professor de Big Data, Engenharia de Software e Gestão de Risco na pós-graduação da Universidade Mackenzie (SP) e professor de Projetos de Socioambientais do MBA da FIAP (SP). Como consultor, trabalho em projetos de IT/TO usando os conceitos e tecnologias apresentadas neste artigo.
Em 2025, as empresas deixarão de definir seus próprios processos e delegarão isso para freelancers ou empresas contratadas, é o que prevê Joseph Bradley, vice-presidente da Cisco, em uma entrevista no Cisco Live em San Diego (USA), em junho de 2015. Segundo ele, o mundo e os processos serão extremamente dinâmicos, graças a Internet e suas novas tecnologias, como a Internet of Things (IoT), permitindo o controle das tarefas executadas por terceiros.
Essa ideia não é nova e já coexiste entre nós nos contratos de serviços na modalidade de BPO (Business Process Outsourcing), onde quem define os processos são as empresas contratadas com a comprovação que estão em conformidade com a legislação local e dentro das politicas da contratante. A novidade é que as atividades das empresas serão executadas por freelancers contratados de forma pontual. Algo semelhante ao Amazon Mechnical Turk (www.mturk.com) que permite contratações de tarefas por demanda.
Como descrito no livro O Mundo é Plano de Thomas Friedman, podemos contratar tarefas em qualquer localidade do planeta. Isso cria uma enorme reserva técnica de profissionais qualificados, onde um trabalhador trabalha por demanda para muitas empresas. Atualmente, nos Estados Unidos os freelancers representam 34% da força de trabalho, com previsão de chegarem a 50% em 2025.
Essa disponibilidade de mão de obra qualificada e disponível em diferentes horários devido ao fuso horário está revolucionando a forma de trabalho das empresas. Hoje é comum uma organização de TI levantar requisitos de um software durante o dia e despachar para a Índia programar durante a noite (dia na Índia) e receber os programas logo pela manhã. Ou seja, uma linha de produção de software 24 horas.
O importante é a realização de uma tarefa com qualidade, não ferindo a legislação e dentro das políticas da empresa contratante. Como a tarefa será executada não importa, o importante é o resultado no menor tempo possível.
Tecnicamente, isso é possível. Entretanto, o risco de precarização do trabalhador é enorme. Sempre haverá alguém que faça o trabalho mais barato. Isso levará o valor do trabalho no chão e aumentará a desigualdade econômica e social na sociedade global. Por isso, os governos devem estar atentos nesse processo para proteger trabalhadores e suas famílias.
Parece que a boa noticia é que a automação da produção está atraindo mais trabalhadores qualificados. Segundo, Joe Kann, vice-presidente da Rockwell Automation, em 1980 a força de trabalho na manufatura representava 25% e a previsão é que esse percentual suba para 54% em 2025. Entretanto, é fato que essa mão de obra deverá ser qualificada para operar linhas de produção automatizadas.
Esse cenário é ideal para startups altamente especializadas que podem prestar serviços para o mundo inteiro sob demanda. As grandes empresas deverão ao longo do tempo se adequar a esse modelo de trabalho, sob o risco de perderem competitividade.
Sempre quando começa uma nova onda de tecnologia inicia uma guerra entre fabricantes para tornar sua tecnologia o padrão de fato no mercado. A disputa agora é dos sistemas operacionais para dispositivos de Internet of Things (IoT, Internet das Coisas).
Isso aconteceu com os navegadores anos atrás com a briga entre a Netscape e a Microsoft. A Microsoft venceu. Entretanto, hoje o domínio dos navegadores é da Google com o Chrome e o Mozilla Firefox. Outra batalha no mercado é entre o iOS da Apple e o Android da Google entre os smartphones. A Microsoft procura entrar na briga com o Windows 10.
A Huawei anunciou seu sistema operacional para IoT no dia 20 de maio, o LiteOS consume apenas 10kB. Segundo a Huawei, gigante chinesa de equipamentos de telecomunicações, ela não pretende fabricar dispositivos de hardware para IoT, entretanto, quer participar ativamente no mercado que prevê a existência de 100 bilhões de dispositivos IoT em 2025.
A Google está desenvolvendo o seu sistema operacional de codinome “Brillo”, desenhado para operar com baixo consumo de energia e poucos recursos dos dispositivos de IoT. O sistema operacional deverá consumir entre 32MB e 64MB de RAM.
A Microsoft deverá ter uma versão do Windows 10 para IoT, conhecida como IoT Core. A Samsung comprou uma startup de IoT em agosto de 2014 por US$200 milhões um mês depois de firmar uma parceria com a Intel para criar um consórcio de IoT.
A ARM tem sua própria solução para IoT, o mbed OS, anunciada no ano passado que tem como base sua plataforma desenvolvida em 2006.
Vamos acompanhar e ver quem será o vencedor. Embora essa fragmentação preocupe quem estiver desenvolvendo projetos de IoT nesse momento. Mas, como em outras guerras vencerá quem melhor atender as expectativas do mercado.
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