Os sinais da economia brasileira e internacional mostram que temos um gigantesco desafio a frente, incluindo empresas, governo e nós mesmos. Nossa dívida pública associada com juros altos e crescimento negativo do PIB está levando o Brasil a bancarrota. A cada dia a situação piora, aumentando a dívida e reduzindo, drasticamente, a capacidade do governo investir em infraestrutura e deteriorando os serviços públicos e programas sociais. O número de desempregados aumenta e a inflação coroe o poder de compra de quem trabalha. Para quem lembra dos anos 80s fica ainda mais atormentado com essa situação. Bom, não podemos ficar parados esperando o pior, temos que agir imediatamente para proteger nossas empresas e o nosso patrimônio. Uma saída é desenvolvermos produtos e serviços com inovação por subtração e aumentarmos a produtividade nas empresas.
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Não matem os consumidores
Está difícil entender o cenário social, político e econômico mundial. Existem muitas previsões, mas uma decisão de um governante ou a mobilização de milhares de pessoas pode alterar um cenário prospectivo linear. Impossível analisar apenas o cenário local, pois ele está fortemente interligado com os movimentos internacionais. Por outro lado, temos que assumir o controle da situação. Isso começa com a transformação do nosso negócio para adequá-lo à nova realidade econômica e comportamento dos consumidores. Sugiro nesse artigo duas propostas: alugar ao invés de vender e promover o empreendedorismo.
A queda do crescimento da China, que hoje representa quase 20% do PIB mundial, afeta significativamente as exportações de muitos países. A redução do preço do barril do petróleo para US$32 e a decisão de governo saudita de manter a produção, coloca em colapso as economias dos produtores, incluindo Rússia, Irã, Angola e a moribunda Venezuela. Torna o programa brasileiro do Pré-Sal inviável e afetando as economias municipais e estadual pela redução dos royalties, aprofundando a crise do governo. A forte tensão nos países europeus com a chegada dos refugiados. As investidas sangrentas do Estado Islâmico. A recessão no Japão. A redução dos preços internacionais da commodities, o aumento dos juros no Brasil para frear a inflação e o aumento da taxa de desemprego, neutralizam a retomada do crescimento brasileiro. Bom, vamos parar por aqui. A lista de eventos é longa.
O cenário nacional e internacional não é favorável. A primeira reação das pessoas é reduzir o consumo e guardar dinheiro por precaução. Entretanto, a inflação corrói o poder aquisição e não sobra para poupar. Situação pior para quem perde o emprego e não tem um perfil de empreendedor para buscar novas formas de ganhar dinheiro. Nesse cenário entramos em uma espiral negativa.
Infelizmente, o Brasil perdeu o bonde do crescimento por não saber aproveitar o período de ouro de alta de preços da commodities (2004-2008). Ao invés de criarmos uma infraestrutura robusta e estabelecer acordos comerciais fortes com outros países, optamos por incentivar o consumo interno e permitimos que políticos e empresários corruptos esfoliassem nossas reservas (a operação Lava a Jato que o diga). O fato é que o Brasil se tornou irrelevante no cenário internacional, exceção de algumas iniciativas de preservação do meio ambiente.
Fora dos grandes acordos internacionais, como o Trans-Pacific que reúne países do oceano Pacífico representando cerca de 40% do comércio internacional, o Brasil ficou sem muitas opções de exportação. O Mercosul acabou. Nossa moeda foi a que mais desvalorizou no mercado internacional, tornando os produtos importados mais caros. Mesmo com o aumento das exportações do nosso supereficiente agronegócio, o valor nominal da balança comercial deve reduzir.
O lado bom ou ruim, dependente de como se enxerga, é que o Brasil ficou barato para os estrangeiros. Abriu-se grandes oportunidades para a compra de empresas brasileiras e participação em Parcerias Público-Privadas. O atual governo, outrora contra privatizações, está acelerando o processo de venda de ativos sob seu controle para fazer caixa e que, provavelmente, serão consumidos para cobrir despesas.
As empresas que pretendem sobreviver irão transformar seus negócios e aumentar sua eficiência operacional. Isso, invariavelmente, passa por redução do quadro de funcionários e redução dos salários. Mesmo porque o brasileiro tem baixa produtividade (temos 25% da produtividade dos americanos). Nesse cenário, quem não tem qualificação está fora do mercado.
Em um pensamento linear, se não temos qualificação vamos treinar. Entretanto, qualificação sem oportunidades não resolve. Em cenários de recessão de econômica existe um grande contingente de trabalhadores altamente qualificados que não encontram trabalho.
Mantendo esse cenário, em breve mataremos os consumidores. Obviamente, que não no sentindo literal, mas estarão em níveis de consumo de subsistência. Os mais qualificados buscarão oportunidades no exterior ou empreenderão.
O relatório do banco Credit Suisse de 2015 sobre a riqueza global, mostra que a concentração de renda mundial alcançou níveis tão críticos quanto o do mundo industrializado antes da Primeira Guerra Mundial. Em vários países a limitada recuperação da economia após a crise de 2008 fez com que a riqueza fluísse para os bolsos dos privilegiados, enquanto as classes médias e popular ficaram ainda mais pobres pela estagnação dos salários reais, o aumento do desemprego e o maior endividamento. Comparando em termos mundiais, a “classe média” brasileira é composta pelas camadas A2 (3,6%) e a metade superior da B1 (9,6%). A camada A1 conta com 0,5% da população.
E agora, o que fazer? Tenho duas sugestões: a primeira, é alugar ou invés de vender; a segunda, é as empresas investirem em programas sociais de empreendedorismo.
O fato de não ter dinheiro não significa que as pessoas não precisem de algo para atender suas necessidades. Muitas vezes, o uso de um produto comprado é limitado. Veja o exemplo de um carro. Quanto tempo efetivamente você usufrui do investimento de um carro? Provavelmente, fazendo as contas você concluirá que é mais barato e confortável usar o Uber e alugar um carro nos finais de semana do que gastar seu dinheiro comprando um.
Quase tudo pode ser alugado. A Microsoft agora aluga o Office. A Google aluga espaço em disco para armazenar fotos e documentos. O Uber aluga mobilidade e conforto. Resumindo, alugue o que as pessoas precisam para quem não pode comprar e para quem tem bom senso.
Na outra ponta, as empresas devem fomentar o aumento de renda dos consumidores. A Igreja Universal do Bispo Edir Macedo descobriu isso há muito tempo. Quanto mais ele motiva as pessoas a melhorarem de vida e aumentar a renda, maior é o dizimo para a Igreja e maior a adesão e manutenção dos fiéis.
Minha segunda sugestão é o apoio das empresas em programas de empreendedorismo nas comunidades em que ela está presente, incluindo seus funcionários. Isso funciona como ações de Responsabilidade Social que podem ser capitalizadas em seus relatórios de Balanço Social, aumenta a fidelização dos clientes e pode criar novas oportunidades de negócio para a própria empresa.
A saída da recessão econômica e continuidade dos nossos negócios está nas nossas mãos. A única coisa que precisamos do governo é que ele não atrapalhe.
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O Brasil está a caminho do seu melhor momento
Em menos de 70 anos, a Alemanha e o Japão, destruídos na 2ª guerra mundial, voltaram a ser potências econômicas mundiais. O Japão destruído por um Tsunami em 2011, incluindo o desastre na usina nuclear de Fukushima, conseguiu uma rápida recuperação. Os Estados Unidos foram surpreendidos duas vezes pelos soviéticos na corrida espacial, um pelo lançamento do satélite Sputnik e outra por Yuri Gagarin, o primeiro homem no espaço. A partir da visão de John Kennedy de levar e trazer americanos na lua até o final da década de 60, a economia e a indústria americana teve um crescimento espetacular. Uma coisa comum nessas três situações é que os objetivos nacionais se confundiram com os objetivos pessoais, reconstruir sua casa, seu negócio, sua família, sua empresa, sua dignidade. Isso foi tão forte nos japoneses que até hoje trabalham compulsivamente.
Quem constrói ou reconstrói o país não é o governo, e sim o seu povo. O que é necessário é um objetivo claro. A reconstrução da Alemanha e Japão e o projeto espacial americano são exemplos de objetivos claros e tangíveis.
O brasileiro tem dado respostas rápidas nas crises. Quando foi necessário reduzir o consumo de energia e água houve uma rápida mobilização para isso e a adoção de novos hábitos. A famosa criatividade do brasileiro aparece nos momentos de crise, quando ele é pressionado por algo que o faz sair da zona de conforto.
O mundo se transforma em uma velocidade exponencial e o comportamento das pessoas e as atividades econômicas devem acompanhar essas mudanças. Retarda-las, com protecionismo do Estado, atrasa o desenvolvimento econômico e social da nação.
Ao longo de 500 anos, os brasileiros mostram passividade aos fatos, com raras exceções. Não houve luta pela independência do Brasil de Portugal. A guerra dos Farrapos, ou Revolução Farroupilha, e a Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo não mobilizaram a nação por completo. A guerra do Paraguai, onde o Brasil formou um exército com 1,5% da população e gerou um déficit enorme nas contas públicas, apenas ajudou a formar o corporativismo militar, que anos mais tarde proclamou a república e influenciou outros fatos históricos.
Getúlio Vargas, apesar de ditador, só saiu do governo por pressões externas e retornou anos mais tarde para um mandato eleito por voto popular. Seu governo populista, criando benesses para a população e trabalhadores, como as leis trabalhistas, garantiram sua popularidade. No segundo mandato foi abalado pela corrupção e autoritarismo de pessoas do seu governo, que ele afirmava desconhecer.
Durante o regime militar no Brasil, vários guerrilheiros com formação em países comunistas, reclamavam que não tiveram apoio da população nos seus conflitos contra o governo e que, frequentemente, eram denunciados pela população. A situação só se alterou, mesmo com as denúncias de tortura, quando a economia naufragou com a crise do petróleo.
Mesmo com grandes manifestações populares pelas “Diretas Já”, não houve conflitos sociais quando o Congresso, com maioria do governo, não aprovou eleições diretas para presidente. Por sorte, manobras dos congressistas conseguiram eleger um civil da aposição, interrompendo um ciclo de presidentes indicados pelos seus antecessores. Infelizmente, Tancredo Neves faleceu antes de assumir a presidência e o cargo foi passado para o seu vice-presidente José Sarney.
Durante o governo militar, o país investiu pesadamente em infraestrutura: usinas hidrelétricas (Itaipu, por exemplo), telecomunicações, estradas, portos regionais, etc. Todas essas obras com dinheiro do exterior fez saltar nossa dívida externa. Nossa economia era fechada com reservas de mercado em vários setores, como o automobilístico e informática. A ideia na época era que a reserva de mercado era necessária para criar qualificação interna para depois competir no mercado externo. Infelizmente, pouco se avançou em tecnologia e em novos modelos de negócios durante esse período. A indústria, beneficiada pela falta de competição externa, não se modernizou e nossa qualificação técnica não prosperou, com algumas raras exceções. Com esse protecionismo perdemos décadas de desenvolvimento.
Com a eleição de Fernando Collor, em meio a uma das maiores taxas de inflação da história, aplicou um plano de estabilização da economia, congelando a poupança da população, que obrigou as pessoas e empresas a produzir ao invés de viverem com os rendimentos dos lucros e indexação da economia decorrentes da inflação. Com uma indústria pouco competitiva e pessoas não dispostas a produzir, somado a falta de habilidade politica dele e do seu ministério, o plano naufragou. Collor sofreu o impeachment e o seu vice-presidente assumiu.
Ainda com uma economia fragilizada e, para a alegria de muitos, com uma alta taxa de inflação, Itamar Franco assume e, por sorte, o ministro da fazenda liderou um plano que reduziu a inflação e fez crescer o PIB em 6% em 1994. Fernando Henrique se elegeu e reelegeu com taxas de crescimento da economia entre 2% e 4% durante a maior parte do seu governo, exceção em 1998 e 1999 com taxas próximas de zero.
Lula assume a presidência da republica em 2002, segue a política econômica de Fernando Henrique, assessorado por um respeitado presidente do Banco Central, com um cenário internacional favorável com altos preços das commodities, descoberta de petróleo na camada do pré-sal e ampliação do programa de distribuição de renda.
Obviamente, um cenário artificial gerado por uma economia internacional manipulada. Com a erupção da crise econômica de 2008, a fraqueza do plano de expansão da economia através do consumo foi percebida. Para manter apenas uma “marolinha” na economia interna, o governo lança mão de subsídios para a indústria e planos de investimentos em grandes obras, criando um mar de tranquilidade e confiança dos consumidores para o endividamento. Henrique Meirelles deixa a presidência do Banco Central em 2011. Muito dinheiro e pouco controle, corrupção em alta. Dilma Rousseff sucede Lula e mantém o cenário de uma economia irreal apoiada com fortes subsídios e distribuição de benefícios para a população. Se reelege, maquiando dados da economia.
Para salvar a economia americana Barack Obama interveio na economia e colocou cerca de US$80 bilhões no mercado mensalmente, usando o que se chama em economia de Quantitative Easing, ou flexibilização quantitativa, para ativar a economia. O plano deu certo e o FED começou a reduzir o apoio a economia. O Banco Central Europeu que estava adotando a estratégia de controlar os juros e injetar cerca de €13 bilhões resolveu adotar a mesma estratégia americana e passou a injetar €60 bilhões até 2016 para ativar a economia europeia.
O “Patinho Feio” da zona do euro é a Grécia, que se recusa a adotar as novas práticas de gestão públicas e econômicas. Enquanto os países da zona do euro faziam ajustes fortes na economia e nos benefícios para os cidadãos, a Grécia insistia em manter um clima artificial na sua economia. Apesar dos gregos terem uma invejável cultura milenar não querem adotar novos hábitos para garantir a solvência do país, parecendo que valorizam mais o individual que o coletivo.
Finalmente, porque acredito que o Brasil está caminhando para o seu melhor momento?
Primeiro, temos uma história que nos ensina a não cometer mais erros. Segundo, estamos em uma situação de escassez de recursos, com falta de dinheiro devido a inflação e desemprego gerando baixa confiança na economia, onde a única saída é usar nossa criatividade e começar um novo ciclo de crescimento apoiado no trabalho sem as benesses do governo.
Como o governo está sem recursos, não adianta ficar esperando socorro. Irá chegar um momento que para não morrer (sentido figurado) as pessoas terão que encontrar outras formas para viver. As empresas sem subsídios terão que investir na modernização do parque industrial, sem ajuda do governo, encontrando outras formas de financiamento, como por exemplo, abrindo o capital na bolsa de valores. O Congresso terá que rever a Constituição de 1988 que centraliza e engessa o orçamento público para atender a população de forma mais democrática e justa. Os jovens que não nunca viveram momentos de crise estão aprendendo que a vida não é um “mar de rosas” e que é preciso trabalhar duro e se qualificar continuamente para ter melhores salários. Os sindicatos devem requalificar seus associados para outras atividades dentro do seu setor de atuação e não lutar com as mudanças.
O combate dos governos à corrupção está criando um ambiente mais competitivo de negócios. Os países do G-20 colocaram o combate à corrupção no topo das prioridades globais. A China trabalha forte contra a corrupção. A Suíça e Luxemburgo colaboram com os outros países para identificar ações de lavagem de dinheiro. Os Estados Unidos abrem processos internacionais para punir pessoas que lesam investidores americanos. No Brasil, a operação Lava a Jato está punindo corruptos e corruptores da Petrobrás e empreiteiras.
Enfim, vamos arregaçar as mangas e continuar a trabalhar duro, não esquecendo a educação.
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A crise e a TI. Como reduzir 40-50% das despesas de TI?
Especialistas afirmam que nossa economia demorará a se recuperar e teremos baixo crescimento nos próximos anos. Os subsídios do governo secaram. As taxas de juros estão nas alturas e a economia dos gastos públicos está sendo transferida para quem tem títulos da dívida pública. O desemprego aumentará e a renda caíra. Nossa produtividade é quatro vezes menor que a dos americanos. A média de escolaridade dos brasileiros é de 7 anos, enquanto a média americana é 13 anos. Nossos professores, pesquisadores e cientistas enfrentam dificuldades para suas atividades no país. Nossa indústria está em dificuldades. Apenas a exportação de commodities não será suficiente para reduzir o déficit da balança comercial. Temos poucos acordos de comércio internacionais. Nossos países vizinhos estão com taxas de crescimento maiores que devem atrair os investimentos da América do Sul e estão estabelecendo vários acordos comerciais, como o Chile e Peru que aderiram ao Trans-Pacífico. O Brasil não é signatário do Acordo de Tecnologia da Informação (ATI) que elimina tarifas aduaneiras entre os 78 países que representam 90% do PIB dos 159 membros da Organização do Comércio (OMC). A queda de renda das famílias que experimentaram o pode gerar uma instabilidade social, principalmente nas periferias das grandes metrópoles. Não existe perspectiva de uma demanda autônoma que provoque a retomada do crescimento econômico brasileiro. Resumindo, a situação do país é delicada e exige fortes mudanças na vida das pessoas, empresas e governo.
Diante desse cenário, serão necessários ajustes profundos nos processos de negócios para reduzir, significativamente, o custo dos produtos para maximizar o lucro. Isso inclui os custos de produção, distribuição, vendas e custos administrativos, incluindo os custos de tecnologia da informação (TI). Isso implica em avaliar serviços no mercado internacional. Por exemplo, avaliar se é economicamente viável constituir uma empresa na ZPE (zona de processamento de exportação) no Uruguai e exportar os serviços para o Brasil.
O desafio da TI deve ser reduzir seus custos operacionais entre 40-50% mantendo soluções robustas, integradas e seguras para apoiar os novos processos. A exemplo das montadoras de automóveis, a TI deve determinar qual o valor de cada serviço a ser contratado para atingir o objetivo de custo dos produtos da empresa. Essa postura aperfeiçoará o mercado de produtos e serviços de TI no Brasil, forçando os fornecedores a buscarem soluções inovadoras para atender as expectativas de custo dos clientes. Neste contexto, os custos de TI deverão ser baseados no custeio ABC, ao invés de um simples rateio entre as unidades de negócio.
Em um pacto para a redução de custos da empresa, as áreas de negócios serão mais perneáveis em adotar processos padrões já definidos em softwares de mercado executando na nuvem, na modalidade Software as a Service (SaaS). Esses softwares já implementam práticas de excelência operacional dos processos comuns nas empresas. Aceitarão a tese que não se deve reinventar a roda. Os custos de serviços na nuvem devem ser tão atraentes que inviabilize qualquer argumento sobre falta de segurança ou politicas da empresa.
Mudanças de processos de negócios e uso intensivo de serviços na nuvem permitirão a substituição de vários sistemas legados e, consequentemente, os altos custos de manutenção de sistema. Isso deve corrigir um problema crônico nas organizações de TI de contratar mão de obra, própria ou terceirizada, para manutenção de sistemas. Esse modelo embute o pagamento pela ineficiência da metodologia de desenvolvimento de sistemas e dos programadores. Em outras palavras, um software com erro é pago duas vezes, uma quando se desenvolve e outra quando se corrige. Contratando um serviço na nuvem, paga-se uma única vez.
Confirmando-se a previsão de alguns especialistas que teremos conflitos sociais nas grandes metrópoles durante o processo de ajuste da economia, passa ser arriscado operar em data centers nas grandes cidades sob o risco de paralisação. Seja por greves gerais bloqueando a circulação de pessoas, transporte de produtos (como diesel para os geradores) ou por atos de vandalismos. Isso implica em contratar serviços de data centers principal e de backup em regiões de baixa probabilidade de conflito. Contratando serviços na nuvem facilita e reduz os custos dos planos de continuidade negócios.
Outra ação que reduz custos e aumenta a segurança das informações é a virtualização dos desktops. Com a flexibilidade de utilizar diferentes hardwares para acessar aplicações corporativas e softwares de produtividade (editores de texto, planilhas eletrônicas, etc.) mantendo todas as informações centralizadas em local seguro, reduz significativamente os custos de suporte em campo. Essa solução pode ser potencializada com a adoção do BYOD (Bring Your Own Device), ou seja, permitir que o funcionário utilize seus próprios dispositivos (notebook, tablet e smartphone) para acessar as informações corporativas.
As soluções e tecnologias estão disponíveis para todos, aproveitará esse momento, que exige transformação radical dos processos de negócios, as organizações que tiverem forte liderança para mudança e que consigam motivar seus funcionários para encarar esse desafio.
Para ajudar no planejamento e execução de projetos de transformação desenvolvi um programa de governança de inovação que pode ser aplicado na empresa ou apenas na organização de TI. Dentro desse programa aplico um workshop de apenas um dia para apresentar técnicas de criatividade e inovação e levantar as principais possibilidades de redução de custos das organizações.
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Podemos crescer na crise?
As notícias econômicas dos últimos meses podem gerar depressão e otimismo. A depressão vem daqueles que não planejaram e possuem poucas linhas de produtos ou, para os profissionais, com uma única habilidade. Os otimistas que se planejaram estão colhendo os resultados positivos e identificando novas oportunidades de negócios. A resposta para a pergunta do título, então, é: sim.
Nenhuma crise econômica acontece da noite para o dia. Nenhum evento acontece por um único fator, eles ocorrem por uma sequência de fatores que podem ser previstos com antecedência. Óbvio: a crise econômica de 2008 não era uma “marolinha” para o Brasil. Quem entendeu isso e diversificou sua linha produtos e mercados, hoje está em uma situação mais confortável em relação àqueles que não mudaram suas práticas.
O comportamento dos consumidores é influenciado pelas mudanças da economia e por expectativas, como a sua manutenção no emprego e melhoria do poder de compra. Quanto mais indicadores da economia e comportamentais conseguirmos relacionar, de preferência em grandes volumes, melhor será nossa análise. O volume de dados é importante para identificarmos as tendências, que podem ser mascaradas pela baixa quantidade de informações.
Nós, seres humanos, tendemos a sofrer de várias falhas cognitivas e vieses que distorcem nossa capacidade de fazer previsões precisas. Quando montamos uma crença ao redor de algo, tendemos a nos aferrar nela. Deixamos de lado provas que nos contradizem e focamos apenas em fatos que apoiam nossas crenças preexistentes.
Considero três pontos importantes no planejamento de crescimento empresarial e evitar falhas: montagem de cenários prospectivos; formação de uma equipe com talentos diversificados; e, uso de técnicas analíticas baseadas em Big Data.
Com técnicas analíticas e contribuições de especialistas de vários setores é possível criar cenários futuros. A partir desses cenários estudar a participação em novos mercados, criação de novos produtos e mudanças de abordagens com o atuais consumidores.
Felizmente, os recursos tecnológicos de Big Data e de sofisticados softwares analíticos estão disponíveis no ambiente de Cloud Computing com preços acessíveis para empresas de qualquer porte.
Os desafios são a formação de uma equipe talentosa e acesso a diferentes bases de dados para executar as análises. Isso pode ser contornado criatividade, colaboração e recompensa por resultados.
Espere a próxima crise econômica preparado.
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Na crise a inovação é o bote salva-vidas das empresas
Os economistas preveem que 2015 será um ano ainda mais difícil para a nossa economia e, consequentemente, para as empresas. Vários sinais mostram que essa previsão deve se realizar: aumento da inflação, alta dos juros, crise no setor automobilístico, controle artificial de preços pelo governo, entre outros.
Para os executivos mais experientes, o remédio para crises já existe: corte de pessoal, redução de margens de vendas, corte nos investimentos, renegociação dos contratos de serviços essenciais e cancelamento de outros serviços. Se a crise se prolongar, fechamento de filiais e fábricas poderá ser a saída.
Empresas com este perfil admitem enfrentar as crises econômicas com baixos crescimentos nos negócios. A justificativa, que protege os executivos, é que eles estão seguindo a cartilha da crise.
Poucos são os executivos que aceitam assumir riscos para introduzir novos produtos e serviços para explorar novos mercados.
Entretanto, não vejo outra saída para o cenário econômico do próximo ano. Notem que soluções inovadoras não significam desenvolver produtos ou serviços totalmente novos, a adoção de um novo modelo de negócios pode atender as expectativas de crescimento.
Para que as soluções inovadoras estejam no mercado em 2015, o planejamento deve começar imediatamente. Forme uma equipe com diversidade cultural e social para discutir novas soluções de negócios. Convide seus principais fornecedores e clientes para colaborar com ideias. Nas reuniões de equipe esqueça a hierarquia da organização para não inibir as pessoas de darem suas opiniões. Estruture as ideias, eleja as melhores e desenvolva um modelo de negócios rápido para cada uma delas. Aprove as melhores.
Até aqui foi fácil, pois só envolveu planejamento. A próxima fase é a mais difícil e que pode resultar no sucesso ou fracasso dos projetos: a execução.
Selecione bons líderes para comandar a implementação dos projetos. Monitore constantemente a evolução dos projetos e faça os ajustes necessários em pequenos ciclos de desenvolvimento. Implante os projetos para grupos selecionados de clientes antes da massificação do produto ou serviço.
Ainda dá tempo para crescer em 2015. Boa sorte.