Eduardo M Fagundes

Artigos

Coletânea de artigos técnicos e reflexões de Eduardo M. Fagundes publicados entre 2011 e 2017

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Tag: inovação

  • Reinvente o seu negócio antes que outros o façam

    A globalização selecionará o mais eficiente. Se você dirige uma empresa e vê o negócio indo para trás, trate de reinventar sua empresa. Não é fácil. Exigirá muito esforço, coragem e habilidade para convencer seus sócios, acionistas, funcionários, fornecedores e clientes. Entretanto, se você não fizer alguém fará no seu lugar ou sua empresa está com os dias contados. Em alguns casos, o mais impressionante é que as pessoas sabem o que é preciso fazer e, simplesmente, não o fazem. Falta coragem e determinação.

    Em meados da década de 1980, a Intel estava perdendo mercado de chips de memória para os fabricantes japoneses. Os orientais fabricavam em massa e alta qualidade com uma excelente relação custo-benefício. Por mais esforço que fizessem a Intel não conseguia competir.

    Em uma reunião, Andy Grove e Gordon Moore, fundadores da empresa, debatendo sobre a situação fizeram a seguinte pergunta: Se contratássemos alguém de fora para dirigir a empresa, o que ele faria? A resposta foi: fecharia a produção de chips de memória porque não é lucrativa e os nossos competidores são mais eficientes. Se sabemos disso porque nós não o fazemos?

    Fizeram. Abandonaram o negócio de chips e se concentraram no segmento de microprocessadores. O resultado nós conhecemos. Hoje a Intel é líder no setor e a maioria de nós usa um “Intel Inside”.

    Competir em uma área em que, claramente, não somos competitivos não é uma coisa muito inteligente. A saída é encontrar uma nova forma de abordar o mercado com seus produtos ou se associar aos líderes.

    Um dos nossos grandes desafios é aumentar a competitividade das empresas. Vários estudos mostram que estamos caminhando para trás. Estamos nas últimas posições no ranking mundial de competitividade. De 2010 para 2014, o país caiu do 38º lugar para o 54º entre as 60 economias analisadas pelo International Institute for Management Development (IMD) e pela Fundação Dom Cabral.

    Tenho certeza que a maioria dos executivos e empresários sabem que é preciso inovar para conseguir sobreviver no mercado. Será que falta coragem e determinação?

  • Startups como estratégia de crescimento das empresas

    O conceito de startup está muito associado a novas e pequenas empresas criadas por jovens empreendedores na área de tecnologia e Internet, apoiadas por investidores e com potencial de crescimento rápido. Entretanto, o conceito pode ser expandido para qualquer iniciativa que reúna pessoas que buscam um modelo de negócios inovador e escalável em um ambiente de incertezas. Esse grupo pode ser de funcionários de uma empresa já atuante no mercado que busca novos mercados e novos produtos.

    Em mercados altamente competitivos as empresas precisam inovar constantemente em um ritmo cada vez maior. As questões operacionais e culturais de uma empresa já estabelecida podem ser obstáculos para o desenvolvimento de novos produtos e atuação em outros mercados. Nessa situação, a melhor alternativa é criar uma equipe de inovação fora do contexto da empresa e, preferencialmente, em outro ambiente físico para evitar a influência da cultura tradicional da empresa.

    Essas startups devem ter orçamento próprio, equipes com pelo menos 75% de novos funcionários recrutados dentro do perfil da nova operação, utilizar seletivamente os sistemas de TI e os processos já implantados, ter um contabilidade independente e ter seu desempenho medido por indicadores diferentes dos utilizados pela empresa.

    O número de startups que a empresa deve investir depende das projeções iniciais de receita no médio e longo prazo de cada uma, a probabilidade que essas receitas venham a se efetivar e a expectativa de crescimento de longo prazo da empresa.

    Para uma empresa operar dentro do conceito de startups internas é necessário mudar a cultura organizacional e se desapegar de alguns conceitos empresariais atuais, como poder, hierarquia e punição pelo erro.

    Como diz o sábio ditado, uma longa caminhada começa com o primeiro passo. A sugestão é iniciar com um projeto piloto que reúna os quesitos de uma startup com um modelo de negócios repetível e escalável. Ser repetível significa entregar um produto em escala ilimitada e ser escalável significa crescer sem alterar o modelo de negócios.

    Vamos dar o primeiro passo?

  • Na crise a inovação é o bote salva-vidas das empresas

    Os economistas preveem que 2015 será um ano ainda mais difícil para a nossa economia e, consequentemente, para as empresas. Vários sinais mostram que essa previsão deve se realizar: aumento da inflação, alta dos juros, crise no setor automobilístico, controle artificial de preços pelo governo, entre outros.

    Para os executivos mais experientes, o remédio para crises já existe: corte de pessoal, redução de margens de vendas, corte nos investimentos, renegociação dos contratos de serviços essenciais e cancelamento de outros serviços. Se a crise se prolongar, fechamento de filiais e fábricas poderá ser a saída.

    Empresas com este perfil admitem enfrentar as crises econômicas com baixos crescimentos nos negócios. A justificativa, que protege os executivos, é que eles estão seguindo a cartilha da crise.

    Poucos são os executivos que aceitam assumir riscos para introduzir novos produtos e serviços para explorar novos mercados.

    Entretanto, não vejo outra saída para o cenário econômico do próximo ano. Notem que soluções inovadoras não significam desenvolver produtos ou serviços totalmente novos, a adoção de um novo modelo de negócios pode atender as expectativas de crescimento.

    Para que as soluções inovadoras estejam no mercado em 2015, o planejamento deve começar imediatamente. Forme uma equipe com diversidade cultural e social para discutir novas soluções de negócios. Convide seus principais fornecedores e clientes para colaborar com ideias. Nas reuniões de equipe esqueça a hierarquia da organização para não inibir as pessoas de darem suas opiniões. Estruture as ideias, eleja as melhores e desenvolva um modelo de negócios rápido para cada uma delas. Aprove as melhores.

    Até aqui foi fácil, pois só envolveu planejamento. A próxima fase é a mais difícil e que pode resultar no sucesso ou fracasso dos projetos: a execução.

    Selecione bons líderes para comandar a implementação dos projetos. Monitore constantemente a evolução dos projetos e faça os ajustes necessários em pequenos ciclos de desenvolvimento. Implante os projetos para grupos selecionados de clientes antes da massificação do produto ou serviço.

    Ainda dá tempo para crescer em 2015. Boa sorte.

  • A zona de conforto atrapalha o empreendedorismo

    Muitas pessoas criativas e bem sucedidas no emprego sonham em empreender. Conhecem o negócio que atuam e possuem uma boa rede de relacionamento que poderia alavancar um negócio. Alguns elaboram planos de negócios e avaliam oportunidades. Muitos negócios se mostram atrativos. Então por que não empreender? A resposta está na maldita zona de conforto.

    Às vezes converso com executivos altamente capacitados que se mostram frustrados por verem empresários menos capacitados ganhando mais dinheiro e tendo melhor qualidade de vida do que eles. Em alguns casos, são contratados por eles para a execução de um projeto ou de um serviço terceirizado.

    Muitos executivos alegam que trabalham tanto que falta tempo para pensar no futuro da carreira e de novas atividades mais rentáveis e que compatibilizem mais tempo para a família e lazer.

    Pessoalmente, acredito que existam dois fatores fundamentais que impedem o empreendedorismo: garantia do salário no final do mês e o status quo da posição que ocupa na empresa, principalmente se for uma grande empresa de boa reputação nacional e internacional.

    Esses fatores criam uma zona de conforto que impede o empreendedorismo.

    Muitos se assuntam com a complicada burocracia e os altos tributos pagos no Brasil que tanto atormentam a vida do empresário. Os períodos de instabilidade econômica do mercado também criam insegurança.

    Por outro lado, esses problemas também são enfrentados pelas grandes empresas e em alguns casos a saída é a redução do quadro de funcionários.

    Quem fica na zona de conforto e não está ativamente observando o mercado terá enormes dificuldades para reposicionar em situações de crise.

    Por sua vez, o empreendedor desenvolve habilidades para prospectar novos negócios e se adaptar a novas situações rapidamente.

    Minha sugestão é a prática constante do empreendedorismo, mesmo dentro da empresa. Tornando isso uma rotina você terá vários benefícios: maior motivação para o trabalho; novas oportunidades de trabalho na empresa; aumento do nível de empregabilidade, menos estresse pela manutenção do emprego; e, se desejar, começar uma carreira solo como continuidade natural da sua carreira.

    Empreenda!

  • Quer inovar? Acabe com a seleção de pessoal através de currículos

    Para inovar, você deve colocar desafios para pessoas que tenham visão holística, multicultural e intuição para capturar o novo. A equipe deve ter diversidade e, principalmente, sintonia com o novo negócio. Infelizmente, essas condições não se encontram analisando currículos. O empreendedor deve ir a campo para identificar essas pessoas.

    Empresas já estabelecidas há muito tempo e com baixo índice de inovação apenas repõe pessoas que tem em seu histórico profissional experiência nas atividades que irão executar. Ou seja, apenas fazem a reposição de uma peça na sua engrenagem organizacional.

    Essas empresas, normalmente, terceirizam o processo de seleção e recrutamento para empresas especializadas. Neste processo é definido o perfil técnico e de gestão do candidato e a partir de uma pesquisa nos currículos busca-se exatamente o perfil solicitado. Após a identificação dos candidatos é realizado alguns testes para avaliar os aspectos comportamentais e a seleção final fica por conta do gestor contratante.

    Esse processo funciona bem e a máquina organizacional continua operando. No início é necessário um tempo de ajuste da nova peça e depois de adaptada passa a funcionar como o previsto. Caso haja um problema de ajuste nos três primeiros meses a peça é novamente substituída. Os recrutadores funcionam como mecânicos e compradores. Selecionam a peça de melhor qualidade pelo menor preço.

    O problema, como em toda as máquinas, é quando ela se torna obsoleta não existe mais peças de reposição. Se insistir em continuar com a mesma máquina ela perderá a eficiência e deixará de funcionar.

    O ideal é fazer, continuamente, upgrades na máquina organizacional. Os processos devem ser constantemente atualizados e melhorados. Os processos devem ser inovados.

    Para isso, é necessário repensar o processo de seleção e recrutamento. A experiência deixa de ser relevante e deve ser priorizada a capacidade de inovação.

    Dentro desse contexto, o processo de seleção e recrutamento deve ser feito pelos executivos da empresa. Eles devem ir a campo para buscar os melhores talentos.

    A melhor maneira para encontrar as pessoas certas é através das redes de relacionamento. Uma indicação vale muito.

    Vejo as empresas que possuem programas de trainee investirem tempo e dinheiro no processo de seleção e recrutamento. Seria muito mais fácil, menos oneroso e mais assertivo se pedissem indicações dos professores. Por experiência própria como professor e gestor, os trainees se comportam da mesma forma no trabalho e na escola.

    Se quiser inovar, acabe com os currículos. Busque indicações na sua rede de contatos e com os professores das faculdades. É mais eficaz e mais barato.

  • A inovação na TI

    Fazer mais com menos na TI é uma inovacao? Seria uma inovação se a organização de TI reduzisse pela metade seus investimentos e gastos operacionais mantendo ou aumentando a capacidade computacional. Essa ação de tecnologia deveria ser tão disruptiva que mudaria os padrões de mercado. Do contrário, qualquer ação nessa linha de redução de custos não é a inovação.

    A inovação na TI passa pela mudança do modelo de negócio em outras areas da empresa com o uso de tecnologias da informação e motivadas pela TI. Ou seja a inovação está no negócio com a liderança da TI.

    Por isso defendo uma mudança na postura nas organizações de TI.

    Os analistas de processos de negócios devem se tornar agentes de inovação em modelos de negócios. Devem buscar exemplos de implementações de tecnologias em outros mercados e avaliar o impacto de seu uso no negócio atual.

    Os agentes de inovação devem desenvolver novos planos de negócios com diferentes métricas para aprovação dos projetos. O uso do retorno de investimento (ROI) pode restringir a inovação por olhar apenas a perspectiva financeira.

    Segundo se sabe, Steve Jobs tinha pouco domínio da tecnologia. Sua maior qualidade era saber como aplicar uma nova tecnologia para facilitar e transformar o dia a dia das pessoas. Essa deve ser a principal atribuição dos agentes de inovação.

    Uma organização movida pela inovação motiva as pessoas a contribuírem para o crescimento da empresa. Transforma um empregado em colaborador.

     

  • Melhoria não é inovação

    É comum confundir melhoria com inovação. O processo de melhoria contínua faz parte do aperfeiçoamento do produto ou serviço, e a introdução de uma nova tecnologia pode ser simplesmente uma melhoria.

    Já uma inovação significa criar algo que mude um processo industrial ou hábitos dos consumidores, como um novo material que pode alterar significativamente as características de um produto, entregando mais funcionalidades com menores preços.

    A melhoria contínua busca a excelência operacional; a inovação busca a ruptura de um modelo de negócios ou de uma tecnologia. Existem ferramentas de gestão para contribuir em ambas as esferas.

    O processo de melhoria contínua Six-Sigma tem o objetivo de eliminar as falhas de um processo e, consequentemente, reduzir custos e obter mais lucratividade. O processo utiliza a metodologia DMAIC (Definir-Medir-Analisar-Melhorar-Controle), e as técnicas utilizadas são fortemente baseadas em análises estatísticas para determinar a causa raiz do problema. O Six-Sigma é largamente utilizado na indústria de manufatura, com excelentes resultados na área de serviços.

    Um exemplo na área de serviços é utilizar a prática para analisar e aperfeiçoar os processos de um Call Center, quando a empresa está perdendo os clientes que a contatam por este canal para resolver um problema. Isso é um sintoma de que existem falhas no atendimento. O Six-Sigma ajuda a entender o problema, definir a causa na raiz, planejar ações de melhoria e medir seus resultados depois da implantação.

    O processo de inovação usa ferramentas que estimulam por meio de intensidade a criatividade. O método de pensamento produtivo, estratégia do Oceano Azul, CANVAS e Design Thinking, é uma das ferramentas que definem um novo modelo de negócios.

    Inovação tecnológica é entendida a partir de produtos que representem uma invenção ou descoberta de um novo material, como o grafeno, que revolucionará a indústria de energia e computação.

    Para melhorar os resultados e garantir maior eficiência, é importante que no desenvolvimento do produto sejam previstos mecanismos de coleta de dados para serem usados no processo de melhoria contínua.

  • Quer inovar? Aprenda as principais etapas

    A inovação é um processo em que a criatividade é apenas uma das etapas, sendo que as demais requerem essencialmente processo e disciplina. Um programa de inovação deve incluir no mínimo cinco fases: educação; criatividade e engajamento do pessoal; planejamento; execução e avaliação dos resultados.

    Inovação é a palavra da moda. A maioria das empresas a tem como parte de sua missão e metas organizacionais e desafiam os funcionários a inovar. Mas inovar “o que”? A inovação pode ser fazer mais com menos; desenvolver produtos ou serviços; atuar em um novo mercado com produtos totalmente diferentes dos atuais; introduzir tecnologias disruptivas ou acertar novas estratégia de marketing.

    Para tirar essas dúvidas, o primeiro passo na implantação de um programa de inovação é o treinamento. Todos devem entender o significado da inovação e aprender a identificar oportunidades para novos projetos. O treinamento deve incluir técnicas para explorar a criatividade das pessoas, técnicas analíticas e modelos de gestão de processos e negócios.

    A segunda etapa é criar um ambiente organizacional que permita explorar a criatividade das pessoas, incluindo funcionários, fornecedores e clientes. Deve ser implantado um sistema colaborativo para as pessoas enviarem sugestões de melhorias e ideias. O objetivo, nessa etapa, é criar um ambiente onde as pessoas não sejam penalizadas pelo erro na tentativa de inovar. Isso motiva o engajamento e fomenta a inovação.

    A terceira etapa é o processo de inovação em si, a hora de transpirar para desenvolver novos modelos de negócios, produtos ou serviços inovadores a partir das ideias e objetivos traçados. Nesta fase, são usadas técnicas e modelos de gestão para redefinir atributos de produtos e transformar tecnologia em algo útil e simples de ser usado pelas pessoas.

    A quarta etapa, talvez a mais importante, é a execução. Aqui devem ser empregadas técnicas de gestão de portfólio de projetos para garantir o controle e a disponibilidade de recursos para executar as atividades dos projetos. Minha experiência mostra que a execução perfeita dependente de uma forte liderança.

    Por último, a avaliação geral para discutir os resultados e aprender com os erros. Um equívoco comum nas avaliações de projetos inovadores é usar as mesmas métricas de desempenho de outros negócios da empresa. É preciso ter em mente que inovar implica em novos critérios de negócios, logo, o sucesso do projeto depende de outros parâmetros.

    Ah, e não se esqueça: o espírito inovador parte de boas ideias geradas por pessoas que estão felizes em seus empregos.