A vulnerabilidade dos sistemas legados está nas pessoas

foto-desenvolvedor-v81

Desenvolver sistemas corporativos não é fácil e nem barato. Mais complexo fica quando migramos um sistema legado desenvolvido há muitos anos e com manutenções corretivas e evolutivas pouco documentadas. Devido a isso, muitas empresas assumem o risco de manter os sistemas legados, alegando que em time que esta ganhando não se mexe e, talvez o mais importante, economizando um bom dinheiro.

Entretanto, um fator que pouco se avalia é necessidade de manter pessoal especializado em tecnologias ultrapassadas, tanto de hardware como de software, para dar suporte aos sistemas legados. A questão não é apenas de treinamento, mas ter experiência nas tecnologias utilizadas no passado. Isso não se adquire após uma sessão de treinamento, mas sim pelos acertos e erros ao longo de anos.

Muitas tecnologias são cinquentenárias, como é o caso dos mainframes da IBM, e obviamente, uma grande parcela de profissionais que trabalharam no passado desenvolvendo e operando esses sistemas já estão aposentados ou morreram.

Podemos até tornar essas tecnologias atraentes para os jovens por oferecer salários compensadores, porém temos que ter paciência e assumir alguns erros por falta de experiência.

Com isso, a vulnerabilidade dos sistemas aumenta de forma exponencial, tanto pela falta de suporte de sistemas operacionais e hardware antigo como pela inexperiência dos jovens programadores. Essa escala de riscos atinge um ponto que pode parar a operação da empresa por uma falha irrecuperável.

Essa situação se agrava em localidades onde a mão de obra especializada é escassa e existe uma forte dependência de pequenos fornecedores.

A melhor estratégia é monitorar a capacidade de manutenção dos sistemas legados usando os seguintes parâmetros:

  • Existência de suporte do fornecedor da tecnologia
  • Número de profissionais capacitados na tecnologia
  • Evolução dos salários dos profissionais que dominam essa tecnologia
  • Número de falhas do sistema legado
  • Tempo de indisponibilidade dos processos de negócios por falha nos sistema legados
  • Necessidade de novas funcionalidades dos processos de negócio e esforço de implantação nos sistemas legados
  • Custo de treinamento para capacitar novos profissionais nas tecnologias dos sistemas legados
  • Custo de implantação de sistemas para substituir os sistemas legados.

Uma migração de sistemas não se faz de um dia para o outro, requer planejamento e recursos financeiros e humanos e, parceiros confiáveis. Se não existir planejamento a empresa terá pelo menos dois custos altos, um pela paralisação dos processos de negócios e outro pela urgência de implantação do novo sistema. Com certeza, devido à pressão e prazo curto o novo sistema não será bem implantado e gerará muitos problemas.

Concluindo, a melhor alternativa é manter um cronograma de atualização tecnológica e monitoração dos fatores que influenciam o desempenho dos sistemas.