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Autor: Eduardo Fagundes

  • Marissa Mayer, a mulher da Google.

    Essa reportagem sobre Marissa Mayer, Vice-presidente da Google, traz alguns pontos interessantes.

    Ela comenta que a tecnologia dos motores de busca para recuperação de informações ainda está na fase inicial, assim como a física em 1600 ou a biologia em 1800. A quantidade de informações cresce dramaticamente, em 1991 existiam 10 website, hoje existem 582 milhões. A formas de informação estão se multiplicando e a capacidade de pesquisa deve acompanhar as novas formas de mídia.

    O vídeo é a forma que mais cresce na Internet e os motores de pesquisa devem acompanhar esse tendência. A busca por voz, que não existia há alguns anos, agora representa quase 25%  em dispositivos Android. A partir de junho do ano passado, a Google recebe mais tráfego do Google Maps no celular do que no desktop.

    Um dos mais novos produtos da Google, lançado em novembro, traz a tecnologia de mapeamento para dentro de grandes varejistas e edifícios, incluindo o layout interno.

    Marissa comenta que gosta de trabalhar com pessoas inteligentes porque elas fazem você pensar em coisas mais difíceis. Seu desafio é trabalhar em assuntos que não está totalmente preparada, pois isso a motiva  e quando consegue finalizar e uma evidência que teve um grande avanço. Importante também, é trabalhar com pessoas que acreditam em você. Atualmente, Marissa Mayer é considerada uma das mulheres de negócios mais influentes do mundo.

    Assista a entrevista.

  • Inovação na Procter & Gamble

    Segundo A.G. Lafley, CEO da Procter & Gamble até 2010, implantar uma cultura de inovação é uma jornada. Ele e Ram Charan escreveram o livro “The Game-changer”. Um dos pontos que me chama a atenção no livro é a visão do líder de inovação. Os líderes precisam estar engajados no processo de inovação. Segundo ele, os líderes devem ser formados, ninguém nasce líder. Liderança em inovação é fazer escolhas. O CEO deve ter a capacidade de integrar as inovações em toda a empresa. O papel de um líder de inovação é inspirar as pessoas a desencadear sua criatividade e produtividade. Esse tipo de inspiração requer uma mescla de QI (Coeficiente de Inteligência) e o EQ (Coeficiente de Empatia). A empatia , ele escreve, tem extrema importância em uma comunidade de negócios. É necessário desenvolver a intuição para entender e apreciar as intenções das pessoas, seus sentimentos e suas motivações. As inovações devem ser moldadas por experiências diferentes das nossas. Por isso o feedback dos clientes sobre os produtos são vitais para a definição de novos e melhorias nos atuais. Nas sessões de feedback é importante os clientes manipularem, sentirem e experimentarem os produtos.

    Além da empatia, os líderes de inovação devem ser curiosos e céticos. Eles não podem ser ameaçados por excelência, mas devem ser reconhecidos e compensados pela busca da inovação. Um ponto importante é desenvolver métricas de avaliação qualitativas e não apenas quantitativas. Ou seja, as avaliações de desempenho devem considerar as iniciativas de inovação, porque o sucesso dessas iniciativas só poderão ser avaliadas em horizontes diferentes de tempo.

    Lafley comenta na entrevista para a Harvard Business Review que o processo de inovação deve ser simples, ter todas as pessoas engajadas, existir colaboração, estar aberto para o novo e existir conexões entre as pessoas. Para ele a definição de inovação hoje é diferente de 10 anos atrás. Antes a definição era centrada em tecnologia e produto. Hoje a definição é mais abrangente, envolvendo a experiência e a visão do consumidor. Mais ainda, inclui a marca do produto, suas funcionalidades, seu design, seus benefícios, seu modelo de negócio, sua cadeia de distribuição e seu custo.

    Veja a entrevista de A.G. Lafley para a Harvard Business Review.

  • Buscando o significado dos dados

    Mais de 80% dos dados de uma empresa não são estruturados. Isso engloba conversas telefônicas, mensagens de voz, e-mails, documentos eletrônicos, documentos em papel, imagens, páginas web, vídeo e centenas de outros formatos. Investem-se milhões de reais em sistemas para estruturar 20% dos dados e, muitas vezes, as decisões empresariais são tomadas apenas analisando os dados estruturados.

    Felizmente, as coisas estão mudando. As novas tecnologias de big data estão conseguindo capturar e converter os dados estruturados e não estruturados em informações úteis para as empresas. Baseado na análise de pentabytes de dados é possível identificar padrões e melhorar as tomadas de decisão.

    Dentro deste contexto, qual o perfil dos novos profissionais das empresas, incluindo os profissionais de TI. No modelo tradicional, os analistas de sistemas transformavam o mundo real em dados estruturados. No novo modelo, os analistas devem interpretar e buscar o significado dos dados para produzir informação útil para as empresas. O novo perfil de profissional deve ser criativo e flexível para perceber e entender o significado dos dados.

    A tecnologia de Big Data trará uma grande vantagem competitiva para as empresas que conseguirem dispor de grandes quantidades de dados para analisar, tecnologia e pessoal capacitado para entender o significado e padrões de dados. Essa tecnologia permite que os executivos vejam os fatos no para-brisa do carro e não mais pelo retrovisor.

    Big data é uma tecnologia revolucionária. Permitirá que as empresas criem novos produtos e aperfeiçoem os produtos atuais nos mercados que atuam. Por ser uma tecnologia nova e requerer grande poder computacional, gigantescos sistemas de armazenamento de dados e complexidade de uso, ela só está disponível para grandes empresas.

    As empresas que dominarem mais rapidamente essa tecnologia e enxergando a Internet como um grande repositório de dados, incluindo blogs e redes sociais, terá a oportunidade de descobrir padrões de comportamento em mercados onde não atuam. Com isso poderão desenvolver produtos e serviços para outros mercados desbancando as empresas já estabelecidas.

    Acredito que com o tempo essa tecnologia esteja acessível para outras empresas de menor porte com custos mais vantajosos. Entretanto, o grande desafio será preparar as pessoas para entender o significado dos dados, fazer as perguntas certas e tomar as decisões adequadas.

    Veja a entrevista com o Dr. Mike Lynch da Autonomy, empresa adquirida pela HP, que tem uma poderosa ferramenta de análise de dados estruturados e não estruturados.

  • Inovação disruptiva

    Aprenda mais sobre inovação: [ vídeos ]

    As empresas devem ter estratégias para a inovação em diferentes níveis: produto; segmento que atua; novos mercados; e, da própria empresa. Existem dois tipos de inovação: sustentação (evolutivo e revolucionário); e, a disruptiva. Algumas pessoas associam a inovação com a tecnologia, porém muitas vezes a tecnologia é apenas um meio para a inovação. As inovações evolutivas e revolucionárias não afetam os mercados existentes. A inovação disruptiva cria um novo mercado, aplicando um conjunto diferente de valores que de alguma forma afetará os mercados existentes. O desafio é prever quando uma inovação disruptiva irá afetar o seu mercado consumidor.

    A inovação disruptiva (melhor do que o termo tecnologia disruptiva) gera uma perturbação no mercado. As inovações de sustentação são tipicamente baseadas em tecnologia, enquanto as disruptiva são baseadas na comercialização. Por exemplo, o automóvel era uma tecnologia revolucionária, mas não era uma inovação disruptiva, pois não afetou o mercado dos veículos puxados a cavalo, pois eram caros demais e de produção limitada. A inovação disruptiva foi o modelo de produção em massa de automóveis idealizada por Henry Ford  tornou os automóveis baratos e acessíveis às pessoas que tinham veículos puxados a cavalo.

    A inovação disruptiva, termo cunhado por Clayton Christensen, descreve um processo pelo qual um produto ou serviço começa por aplicações simples, na parte inferior de um mercado e, progressivamente, se move para “acima do mercado”, acabando por deslocar ou eliminar concorrentes estabelecidos.

    Uma inovação disruptiva permite que uma população totalmente nova de consumidores tenha acesso a um produto ou serviço que foi historicamente apenas acessível aos consumidores de alto poder aquisitivo e com muita habilidade para usá-los.

    As características das empresas disruptivas, pelo menos em seus estágios iniciais, podem incluir: reduzir as margens brutas; mercado alvo menor; e, produtos e serviços mais simples que podem não parecer tão atraente como as soluções existentes, quando comparados com indicadores de desempenho tradicionais. Porém, com o tempo os produtos ou serviços são aperfeiçoados e ganham novos mercados.

    As empresas já estabelecidas em determinados mercados tendem a inovar mais rápido do que a mudança de comportamento de seus clientes, produzindo produtos ou serviços caros demais e até inconvenientes para muitos clientes. Isso ocorre porque essas empresas estão apenas perseguindo a “inovação de sustentação”, tentando perpetuar o sucesso histórico de seus produtos. Entretanto, acabam deixando a porta aberta para novas empresas disruptiva.

    A ideia corrente é uma empresa é boa quando seus produtos superam, tecnologicamente, seus concorrentes. Christensen e seus colegas mostraram que essa ideia está errada. Eles mostraram que as boas empresas estão, geralmente, cientes das inovações, mas o seu ambiente de negócios não permite implantá-las, porque não são suficientemente rentáveis no início e o seu desenvolvimento perde recursos para as inovações sustentáveis.

    Christensen define uma inovação disruptiva como soluções tecnologicamente simples, usando componentes de prateleira em uma arquitetura de produto mais simples que os existentes. Os produtos têm menos recursos que os oferecidos aos clientes de mercados estabelecidos, embora muitos deles fossem raramente utilizados.  As inovações disruptivas oferecem um pacote diferente de atributos validos para mercados emergentes e sem importância nos mercados estabelecidos.

    A indústria de computadores sofreu várias ondas de inovação disruptiva. A primeira foi a substituição dos mainframes por minicomputadores. A segunda onda, a substituição dos minicomputadores por computadores pessoais. A terceira onda está começando com os tablets. Os sistemas operacionais também estão provocando novas perturbações no mercado. As tecnologias de virtualização e computação em nuvem (Cloud Computing) estão provocando mudanças no mercado, permitindo que várias aplicações somente disponíveis para grandes empresas possam ser utilizadas por pequenas e médias empresas.

    Assista a entrevista com Clayton Christensen para a Harvard Business.