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Autor: Eduardo Fagundes

  • A inovação é o principal motivo para a transformação de RH

    A área de recursos humanos deve criar contextos organizacionais para fomentar a criatividade e inovação dos funcionários, contratar certo e aperfeiçoar as pessoas para o crescimento e transformação dos negócios em linha com a estratégia da empresa.  Estamos vivendo uma época entusiasmante, marcada pela luta entre a sociedade executiva que morre e a sociedade criativa que se afirma, segundo Domenico de Masi.

    As barreiras organizacionais desencorajam o esforço de desafiar o obvio, criam resistência às mudanças, cultiva o medo do risco, alimentam as picuinhas burocráticas, provocam a falta de gratificação aos inovadores, inibem os gerentes capazes de desencavar e implementar ideias novas. Segundo Peter Ducker, a criatividade não anda escassa, o que acontece é que a maioria das organizações se esforça para acabar com ela.

    Dentro desse contexto, acredito que a principal motivação para a transformação das áreas de recursos humanos é a busca da criatividade e inovação nas empresas.

    David Ulrich, um dos mais renomados gurus de recursos humanos e liderança, expõe em seu livro “HR Transformation” que existem quatro fases para executar um plano de transformação: O motivo; o que esperar; como fazer; e, quem irá fazer. Segundo Ulrich, o processo de transformação deve ser integrado e amplo. Implementar apenas algumas “boas práticas” de negócios não é o suficiente para garantir a transformação. (veja o vídeo de David Ulrich sobre seu livro).

    Em minha opinião, o principal motivo para a transformação é a inovação para garantir que a empresa tenha entropia suficiente para criar novos cenários de negócios e a capacidade de executar a estratégia para atingir os objetivos empresariais no curto, médio e longo prazo.

    O resultado esperado são produtos e serviços inovadores de larga aceitação para os atuais clientes e capazes de atrair novos clientes de outros mercados, dentro de um clima organizacional propicio para a criatividade e inovação. Isso envolve atrair e reter os melhores talentos do mercado, ajudar a criar condições para escutar seus anseios e ideias e com critério e transparência executar as melhores propostas.

    A execução da estratégia de transformação é o maior desafio. Planejamento, disciplina, liderança e autoridade para remover os obstáculos culturais são os fatores críticos de sucesso. A alta direção da empresa deve oferecer apoio incondicional ao líder do processo. O esforço será recompensado com o surgimento de uma organização de alta performance.

    A pessoa que for indicada para executar o plano deve, em primeiro lugar, estar no mesmo nível hierárquico dos principais executivos da empresa. Isso irá evitará que outras prioridades prejudiquem o projeto. A pessoa escolhida deve ter forte liderança e influência na organização. Deve ter foco e capacidade acima da média para executar projetos desafiadores.

    A inovação é a chave para a sustentabilidade organizacional.

  • A crescente influência do Social-commerce

    Social-commerce envolve o uso de mídias sociais através da Internet para ajudar na compra e venda de produtos e serviços. É fato que a recomendação de amigos tem grande influência na decisão de compras. Através de ferramentas de colaboração, como fóruns de discussão, os usuários de redes sociais publicam comentários e pedem conselhos de pessoas de confiança para orientá-los nas compras. Algumas ferramentas permite fazer ranking de produtos onde os melhores classificados ganham poder sobre outros.

    Atualmente, as empresas não podem deixar de monitorar as redes sociais para acompanhar os comentários publicados sobre sua marca e reagir, imediatamente, em caso de comentários negativos.

    Uma manifestação de social-commerce é uma mania de adolescentes americanas que depois de um dia de compras fazem comentários dos produtos e serviços adquiridos e seus preços, conhecido como haul video ou video hauling. Raramente, esses vídeos fazem comentários negativos sobre as marcas. No final de 2010, quase 250 mil vídeos desse gênero tinha sido publicados no YouTube. Alguns vídeos atingem dezenas de milhões de visitas. Muitos adolescentes e adultos (principalmente mulheres) narram compras de cosméticos, acessórios e sapatos. Elizabeth “Blair” Fowler, através do seu canal no YouTube recebeu mais de 140 milhões de visitas até 2010.
    [ http://bit.ly/GVMRw1 ]

    A Heineken produziu uma divertida série de vídeos para o YouTube que recebeu milhares de visitas, mesmo daqueles que não apreciam cerveja participaram.
    [ http://bit.ly/HenIBY ]

    Uma iniciativa inédita na área de social-commerce foi o serviço da KLM, empresa área holandesa, que reúne amigos do Facebook e contatos no Linkedin em seus voos – KLM Meet & Seat [ http://bit.ly/Hes4cn ]. Outra iniciativa da KLM foi descobrir as preferências de alguns passageiros e oferecer um presente relacionado antes do embarque.

    As empresas estão descobrindo que podem se aproximar de seus consumidores através de ações de social-commerce e ganhar, gradativamente, vantagem competitiva. Um cuidado necessário é definir novas métricas para avaliar o resultado dessas campanhas de marketing. Não podemos utilizar as métricas “antigas” para negócios inovadores, pois corremos o risco de acabar com o negócio antes de conseguir os primeiros resultados positivos.

    Tamanho é o impacto do Facebook nas redes sociais que existem algumas referências de f-commerce, facebook-commerce, porém é mais serviço que oferece ferramentas de social-commerce. Entretanto, devido ao grande número de usuários passa a ter forte influência no mercado.

    Segue um vídeo resumido o Web Expo Fórum de 2012 com alguns depoimentos sobre social-commerce, incluindo minha participação.

  • Como executar um projeto de inovação

    Costumo dizer que existe um abismo entre uma boa ideia e sua comercialização. O sucesso de um produto inovador está na capacidade das pessoas de executar o projeto. O Prof. Vijay Govindarajan define criatividade como a ação de criar algo novo e inovação a capacidade de colocar em ação a ideia. Thomas Edison, dizia que em um processo de inovação é 1% inspiração e 99% transpiração. Para executar um projeto de inovação é necessário processo, disciplina e uma cultura organizacional que aceite a inovação.

    O Prof. Vijay recomenda a criação de uma organização separada do resto da empresa e a definição de novos critérios de desempenho para cada projeto de inovação. A inovação é no final do dia um experimento. Neste caso, os resultados não podem ser previstos com exatidão. Se colocarmos pessoas da organização antiga na nova corre-se o risco deles não aceitarem ou não entenderem os resultados de desempenho da nova operação e, simplesmente, abortarem o projeto. Isso traz um grande desafio para as empresas combinar os talentos e processos da velha e nova organização.

    Para a nova organização vencer é necessário contratar novos talentos do mercado com o objetivo de esquecer o passado. Entretanto, temos que considerar o empréstimo de certas expertises da antiga organização para criar sinergia. Para saber quais as expertises emprestar da antiga organização temos que testar as premissas do novo negócio ou produto. Um desafio adicional é gerenciar essa nova organização. Não devemos coloca-la subordinada a pessoas que gerenciam pessoas e processos da antiga organização. Isso sufocará a nova organização, pois ela terá que seguir os princípios da velha organização em que muitas vezes não se adaptam ao novo modelo proposto.

    Um exemplo interessante foi quando a uma grande montadora de automóveis nos Estados Unidos decidiu criar uma operação para desenvolver software em pleno auge de lançamento de empresas inovadoras. Os antigos recrutadores estavam tentando contratar jovens programadores que deveriam se transferir da região do Vale do Silício para a região industrial de Detroit. E ainda, trocar as condições de receber como pagamento ações das novas empresas por salários controlados por fortes estruturas organizacionais. O projeto não conseguiu atrair talentosos programadores. Interessante para que os recrutadores esse processo era totalmente normal, pois acreditavam que todas as pessoas tinham interesse em trabalhar na sua empresa. Isso mostra a importância de criar uma nova organização para atender as condições de um novo negócio.

    Outra questão é como minimizar os riscos de um projeto de inovação. Uma nova ideia não acontece do dia para a noite. Começam a existir sinais que apontam para o futuro. O que devemos fazer é amplificar esses sinais para testar seu poder de transformação. Para fazer isso temos que focar nas premissas dos produtos. Por exemplo, o quesito mobilidade do produto. Será que os consumidores ainda estão dispostos a adquirir computadores grandes e pesados sem conexão Internet de difícil transporte?

    Sugiro assistir a entrevista do Prof. Vijay Govindarajan que mostra algumas estratégias para uma perfeita execução.

  • Precisamos abandonar o modelo educacional do século passado

    Quantas pessoas você conhece que tem formação universitária em uma área e trabalham em outra? Quantas pessoas você conhece que não possuem graduação universitária e têm uma qualidade de vida melhor que as pessoas formadas? A questão é que não seguimos nossos desejos e não buscamos entender nossos talentos, deixando nos levar pela tirania do senso comum que cria uma linearidade de pensamento. Infelizmente, a sociedade desperdiça vários talentos criando a falsa ideia que para vencer na vida é necessário ter uma educação sequencial e mecânica. O crescimento da sociedade se faz com diversidade e com pessoas que buscam realizar seus sonhos. Essas pessoas trabalham com paixão e sentimento. Não trabalham olhando para o relógio para ver quanto tempo falta para irem embora. Temos que criar um novo modelo de identificar talentos eliminando os paradigmas do século passado. Ainda existem recrutadores que eliminam candidatos por não terem curso universitário ou MBA. Entretanto, para iniciar o processo de mudança temos que fazer uma revolução no ensino, transformando a ideia de formação linear em orgânica. Afinal, o mundo é orgânico.

    Recomendo assistir os vídeos de Sir Ken Robinson.