efagundes.com

Tech & Energy Think Tank

Think tank independente com foco em energia, tecnologia e tendências globais. Análises para apoiar decisões estratégicas com visão de impacto.

Assine a Newsletter no Linkedin

Autor: Eduardo Fagundes

  • Porque o Yahoo e a IBM estão recomprando ações?

    O Yahoo e a IBM anunciaram na semana passada a continuidade de seus programas de recompra de ações. Normalmente, quando uma empresa recompra suas próprias ações é porque percebe que o valor está atrativo e que existem grandes oportunidades de valorização no futuro. Isso é um sinal de lançamento de novos produtos ou serviços, de introdução de tecnologias disruptivas ou mudança de cenário econômico.

    O conselho de administração do Yahoo autorizou a recompra adicional de US$2 bilhões em ações que expiram em 31 de março de 2018. Essa cifra é uma extensão do programa de recompra de US$5 bilhões iniciado em 2013. Segundo dados do S&P, o Yahoo já gastou mais de de U$4 bilhões em recompras nos últimos quatro trimestres.

    Outro fato interessante é que o Yahoo fez uma oferta para o Alibaba para vender sua participação de 15%. De acordo com o Morgan Stanley, o Yahoo ofereceu um desconto de 20% para a venda de sua participação. As ações do Yahoo estão no nível “buy” com um preço-alvo de US$55, segundo especialistas de mercado. Notem que a expectativa de crescimento do Alibaba para 2016 é de 37%, ante a um crescimento previsto de 9% neste ano. As margens de lucro do Alibaba devem se reduzidas esse ano devido a seus grandes investimentos.

    O que leva o Yahoo a sair do negócio com o Alibaba oferecendo um desconto significativo para a venda de suas ações e ao mesmo tempo aumentando as cifras de recompra de suas ações?

    Estimasse que a IBM gastou US$70 bilhões em recompra de ações nos últimos cinco anos. Nesse período a IBM retirou US$277 milhões de ações de circulação, para alegria dos investidores. Isso porque aumenta o valor das ações.

    A IBM faz planejamento de longo prazo e, com certeza, sabe os movimentos do mercado nas próximas décadas. Aproveitar para recomprar ações é uma boa estratégia para valorizar a empresa se o cenário futuro é promissor.

    Se essas pistas forem boas, teremos grandes mudanças no cenário tecnológico, comportamental e econômico nos próximos anos. A retomada do crescimento dos Estados Unidos deve impulsionar novos produtos e serviços disruptivos.

  • O que fazer com o encolhimento da economia?

    A Fiesp publicou um estudo que prevê o encolhimento de 4,5% da indústria neste ano, sendo mais pessimista que alguns economistas consultados pelo Banco Central que apontam uma queda de 0,83% em 2015. Como sabemos a economia tem um forte viés de comportamento humano. Noticias como essa fazem as pessoas ficarem mais cautelosas nas despesas e investimentos. Diante de desse cenário, o que fazer?

    É de senso comum que uma das saídas é a exportação. Quando se comenta isso a primeira reação é de desamino e fala-se no famoso Custo Brasil. Entretanto, existem soluções que pouco são utilizados pelos empresários, como o uso das ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação) e de Leis de Incentivo.

    As ZPEs, no total de 24 no Brasil, permite a isenção de vários impostos para a exportação utilizando matérias primas nacionais e mão de obra local.

    As Leis de Incentivo, algumas conhecidas como Lei do Bem, permite a renuncia fiscal de alguns tributos, permitindo compensar os aumentos de outros tributos.

    Demitir e encolher os investimentos das empresas, entrando em uma espiral negativa, dificultará a retomada do crescimento. Manter profissionais qualificados fora do mercado de trabalho reduz nossa velocidade de crescimento.

    A solução é jogar fora alguns paradigmas, pensar em alternativas de crescimento e explorar novos mercados.

    O tempo que se perde em falar sobre a crise econômica e a corrupção pode ser melhor utilizado para pensar em crescimento.

  • SAP Forum Brasil 2015

    A SAP promoveu mais uma vez o SAP Forum em São Paulo. Alem das tradicionais soluções de ERP e sistemas especialistas, o foco foi Big Data e Analytics. As soluções de integração são boas e algumas bem sofisticadas.

    Como sempre, exite um gap entre a visão dos fornecedores e as necessidades praticas das empresas. As soluções funcionam maravilhosamente com bases de dados perfeitas e consistentes. Entretanto, quando olhamos para a realidade das empresas e seus sistemas legados e poucos investimentos para mudanças (não apenas tecnológicas, mas culturais) percebemos o desafio da implementação de novos processos de negócios.

    O desafio é fazer a implementação em uma empresa líder para criar seguidores, principalmente, dos concorrentes que não querem ficar para trás.

    Sem duvida a SAP define alguns padrões de praticas de negócios. Para empresas que buscam eficiência operacional é uma ótima alternativa.

  • Custo da energia para a indústria deve aumentar 53% no próximo mês.

    Somando os subsídios sociais, pagamento das despesas do setor e os custos das termelétricas, a indústria deve pagar R$79 a mais por MW consumido. Uma indústria que consume 30MW que hoje paga R$150 por MW passará a pagar R$229 por MW. Passará a ter uma despesa de R$20,8 milhões ao longo de um ano. Alguns empresários afirmam que com esse cenário em breve não teremos mais problemas de energia, pois com a aniquilação da indústria nacional sobrará energia para outros setores.

    Acredito ser pouco provável que a indústria consiga subsídios para a energia, pois é uma importante fonte de arrecadação de impostos. Com um ICMS de 30% é uma das poucas receitas que ficam para os Estados. O PIS/COFINS é uma receita importante para atingir a meta de superávit do governo. As concessionárias de distribuição de energia precisam pagar os empréstimos do rombo no orçamento causado pela MP579, uma das trapalhadas do governo no setor elétrico.

    A carga de impostos e o desequilíbrio de preços da energia entre consumidores industriais e residenciais, faz a nossa indústria pagar um dos preços mais caros de energia do mundo. No Brasil, a energia da indústria é 20% mais barata que a residencial. Na Dinamarca é 70% e nos Estados Unidos é 44%. A justificativa é o consumo concentrado da indústria e não fortemente pulverizado como o residencial.

    As novas regras da Aneel sobre os encargos para o consumidor da PLD (preço de energia do mercado à vista) deve aumentar os encargos dos consumidores em até R$20 por MW consumido.

    No ano passado, o governo usou a CDE, Conta de Desenvolvimento Energético, para manter o custo da energia. Hoje, com o aperto fiscal a conta de cerca de R$21 bilhões será repassada para o consumidor.

    A solução para a indústria é investir em eficiência energética, incluindo estudos de autoprodução de energia e ingresso no mercado livre de energia.

    Não dá mais para “empurrar” essa questão, pois a conta será alta no final do mês, comprometendo significativamente as margens de lucro.