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Think tank independente com foco em energia, tecnologia e tendências globais. Análises para apoiar decisões estratégicas com visão de impacto.

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Autor: Eduardo Fagundes

  • Cenário Prospectivo de uma cidade de São Paulo melhor em 2040

    Hoje participei do Seminário Internacional SP 2040 que teve o objetivo de compartilhar os trabalhos preliminares sobre o cenário proposto para a cidade de São Paulo em 2040. Essa iniciativa pretende definir a estratégia e as iniciativas para os próximos 30 anos para tornar a cidade de São Paulo um lugar melhor para se viver. O título do projeto é SP 2040 a Cidade que queremos.

    O seminário contou com personalidades importantes, como o Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e o vice-governador de São Paulo Afif Domingos. A iniciativa do projeto é do Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Luiz Bucalem. O projeto é liderado pela Universidade de São Paulo representada pelo Prof. James Wright, que apesar do nome é paulistano. O projeto conta com especialistas internacionais que desenvolvem projetos similares em outras metrópoles. Participaram no seminário: Michael Enright, consultor dos planos estratégicos de Hong Kong e Shanghai; Alfonso Vegara, presidente da Fundación Metrópoli de Madrid; Robert Yaro, presidente da Regional Plan Association of New York e Greg Clark, consultor em estratégicas de cidades do Banco Mundial.

    Preliminarmente, foram consultados 250 especialistas para definir as principais características do cenário da cidade em 2040. Entre as características citadas estão: desenvolver a cidade para ser empreendedora; ter pessoas capacitadas para atuar nos negócios; ter habitação digna próxima do trabalho; ter mobilidade para chegar ao trabalho em até 30 minutos; ter parques próximos as casas com acesso em até 15 minutos caminhando; a cidade deve lazer e cultura de qualidade; entre outros. A população da cidade de São Paulo será de aproximadamente 12,5 milhões em 2040.

    Esse seminário abre a consulta pública sobre as características listadas pelos especialistas para que os cidadãos possam contribuir com o cenário da cidade em 2040. A interação com a população pode ser realizada através do site www.sp2040.net.br.

    As apresentações dos especialistas internacionais reforçaram a necessidade do planejamento de longo prazo e os benefícios que traz para a comunidade.

    O método Delphi foi adotado para capturar as impressões dos especialistas através de sua versão na web, WebDelphi. Esse método procura a efetiva utilização do julgamento intuitivo, com base nas opiniões de especialistas, que são refinadas em um processo interativo e repetitivo algumas vezes até se alcançar o consenso interdisciplinar e correspondente à redução da opinião individual, idiossincrasias e respostas não qualificadas. A primeira rodada é não-estruturada, onde os especialistas tem relativa liberdade para elaborar as questões relevantes do tema discutido. O questionário é consolidado pelo facilitador, de modo a associar escalas qualitativas ou quantitativas às questões, e então submetê-lo a uma sequência de rodadas.

    A cada rodada, os facilitadores contabilizam as respostas, apresentam os resultados parciais, sob o formato de descritores estatísticos simples: média, mediana, variância ou desvio padrão. Depois é solicitado a cada especialista que reveja sua opinião com base no relatório estatístico.  Esse ciclo se completa quando o processo se torna estável.

    As opiniões discordantes apresentadas por alguns dos participantes também são relevantes, pois podem trazer informações importantes.

    Essa iniciativa da prefeitura de São Paulo reforça a necessidade de planejamento de longo prazo e evidencia a importância das ferramentas de desenvolvimento de cenários prospectivos.

  • Outdoor opera com energia eólica e solar

    Um painel da empresa japonesa Ricoh Company de três metros de altura e doze de largura foi instalado em Londres utilizando energia eólica e solar. São 96 painéis solares e cinco turbinas eólicas individuais gerando energia.  A iluminação do painel depende da energia que foi armazenada ou gerada. A Ricoh já instalou um painel de energia solar na Times Square, em Nova York (EUA). Em 2011 instalou mais duas placas, uma solar em Sidney, na Austrália e esta com as duas fontes de energia.

    A iniciativa faz parte do projeto da empresa em gerar energias alternativas. Ao longo dos anos, várias ações foram introduzidas para que o Grupo Ricoh alcance sua meta de reduzir seu impacto ambiental em 87,5%, em relação aos níveis de 2000, até 2050.

    Se por um lado a empresa adota uma política correta de conservação de energia na divulgação de sua marca, por outro lado avança na poluição visual do meio ambiente. Felizmente, a cidade de São Paulo adotou uma política de restrição a poluição visual e devemos, se a regulamentação continuar, ficar sem essa inovação tecnológica.

  • A Apple aprendeu com Steve Jobs?

    A grande dúvida é o que acontecerá com a Apple com o afastamento de Steve Jobs do dia-a-dia da empresa. Com o retorno de Jobs para a Apple, empresa que fundou e se afastou por pressão dos acionistas, a empresa se tornou a mais valiosa do mundo. A Apple não vende produtos, a Apple vende desejo, satisfação, sonho. A partir dessa conquista, a concorrência ficou neutralizada. Existem produtos melhores que o iPad, o iPhone e os Macs. Mas os consumidores continuam comprando Apple, que está acima de produtos.

    A dúvida é como será o futuro da Apple sem a genialidade de Jobs. Genialidade quando a NexT comprou a Apple e fez parecer que a Apple é que tinha comprado. Genialidade quando a Pixar comprou a Disney e fez parecer que tinha sido comprada. Em ambos os casos, Jobs substituiu os diretores chaves das empresas que “compraram” a Pixar e a NexT por pessoas de sua confiança. Os diretores dos parques temáticos da Disney são da Pixar, por exemplo.

    A dúvida é quem terá o insight de vender músicas por US$0,99 quando todos baixavam música de graça e o negócio se tornou bilionário. Quem brigará com Adobe e tomar a decisão de não suportar o Adobe Flash nos iPads, apostando as fichas no HTML 5.0.

    A dúvida é se a Apple absorveu o DNA de Steve Jobs em sua cultura organizacional. Será que os funcionários da Apple pensam, raciocinam, agem como Steve Jobs, incluindo suas características abobinavéis.  A questão é se a Apple se tornou Steve Jobs como organização. Só o futuro dirá.

    Acho que ninguém sente falta de Bill Gates, mas tenho certeza que sentiremos falta de Steve Jobs.

  • Novo data center da GE é LEED-Platinum.

    A General Electric inaugurou um novo data center de US$48 milhões para executar suas aplicações globais com todos os requisitos de uma instalação verde. A instalação recebeu o certificado LEED Platinum. Existem apenas 10 instalações LEED Platinum no mundo. A GE utiliza computadores desde 1954 quando adquiriu seu primeiro sistema comercial utilizando um UNIVAC. Os data centers consumem muita energia e é um desafio para as empresas buscarem mecanismos para reduzir o consumo dentro da visão de sustentabilidade ambiental.

    O novo data Center será utilizado por 27.000 funcionários em 100 países. Ele foi construído utilizando o conceito de computação de alta densidade e virtualização. Foi construído para suportar as operações da empresa nos próximos 25 anos. A construção iniciou em 2009 e utilizou 98% das paredes e piso de uma antiga fábrica. A instalação foi projetada para reduzir em 42% o consumo de água, eliminando inclusive o uso de água para paisagismo. Milhares de servidores estão acondicionados em 128 racks do tamanho de uma geladeira. Foram instalados mais de 100 quilômetros de cabos de energia e rede. O ambiente é refrigerado por dois chillers redundantes de 500 toneladas com dois tanques de 27.000 litros de água. Existem dois geradores que podem fornecer energia ininterrupta por 72 horas. O novo data center tem a metade do tamanho do anterior.