Quando sua fábrica mudará para o Paraguai?

Mantendo as condições atuais do custo de energia, qualificação profissional e estrutura de impostos, a que pergunta é quando sua empresa mudará para o Paraguai? O Paraguai é o país de maior crescimento econômico da América Latina nos últimos 40 anos, com média de 7,2% anual entre 1972-2011. Tem a menor carga tributaria das Américas desde 1970 (8% do PIB) legislação trabalhista favorável e flexível, onde 70% da população têm menos de 35 anos de idade. A moeda mais estável do continente, o Guarani, tem 70 anos de existência. Sem hiperinflação, com mercado totalmente aberto, cambio livre desde 1989, baixa divida externa (8% do PIB) e baixo endividamento público (6% do PIB) e com reservas internacionais suficientes para cobrirem 105% da divida externa total. O custo da energia é 63% mais barata que o Brasil. A exemplo que ocorreu com o México e os Estados Unidos, onde as empresas americanas se instalaram em território mexicano para produzir para o mercado americano, o mesmo fenômeno deve ocorrer por aqui.

O Paraguai faz divisa com os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, do tamanho deste último. A porcentagem da população urbana é de 56,7%. Os habitantes concentram-se nas principais cidades do país, como Assunção, Ciudad del Este, San Lorenzo e Fernando de La Mora. A taxa de natalidade é elevada — cada mulher tem em média 3,8 filhos. A taxa de mortalidade infantil é moderada e gira em torno de 26 por mil. A expectativa de vida é de 68,5 anos para homens e de 73 anos para mulheres.

A desindustrialização brasileira é um fato. Em 2012 nossa produção foi inferior à de 2008. A indústria no Brasil perdeu seu poder de eixo dinâmico da economia. A indústria automobilística brasileira, motor da economia, tem comprado cada vez mais autopeças de fábricas instaladas no Paraguai. O IBGE mostra que nunca foram tão elevados os investimentos de brasileiros no Paraguai.

Os locais preferidos pelos brasileiros são os arredores da capital Assunção e, principalmente, a fronteira com o Paraná no “triângulo” formado por Hernandarias, Presidente Franco e Ciudad del Este. Os setores mais visados são autopeças, confecções, calçados e plásticos. Na maior parte dos casos, a estratégia é a mesma: os insumos são importados da China, a manufatura é feita no Paraguai e o produto é vendido no Brasil. Está se tornando cada vez mais comum marcas conhecidas como Buddemeyer, Penalty, Adidas e Fila serem vendidas por aqui com etiquetas “made in Paraguai”.

Esse cenário cria boas oportunidades para a instalação de data center. Custo de energia baixo, mão de obra barata para as operações básicas de manutenção e operação local e monitoramento remota a partir dos atuais centros de controle e monitoração.

Obvio que como brasileiros, temos que reverter essa situação. Para isso temos que investir em inovação, geração independente de energia, produtividade e qualificação profissional. Por outro lado, temos que manter nossas empresas vivas para cumprir o seu papel social. Sucumbir em um ambiente desfavorável não é inteligente.