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Autor: Eduardo Fagundes

  • Ser apenas gestor é coisa do passado

    Lembro de um “puxão de orelha” que levei do meu gerente por estar realizando uma tarefa técnica depois de ter sido promovido a gestor. A “bronca” foi que eu não deveria mais me envolver em problemas técnicos, pois agora eu era gestor. Isso aconteceu na década de 80. Conto essa história para os mais jovens e eles acham que estou brincando. Digo que isso é da época em que se tirava 30 dias de férias.

    Muitos paradigmas foram quebrados nos últimos anos e um deles é que os gestores devem se dedicar, exclusivamente, a gestão de pessoas, planejamento e projetos. Hoje, em estruturas enxutas nas organizações, os gestores devem ter habilidades de gestão de pessoas, planejamento, atuar como gerente de projetos, membro de projeto, analista de processos, além de fazer muitas tarefas administrativas.

    No passado, quando alguém era promovido a gestor sua a carreira profissional se direcionava, quase que exclusivamente, a gerir pessoas e as questões técnicas eram relegadas a segundo plano. Os cursos de especialização eram ligados a gestão de pessoas, planejamento e liderança. Lembro que até o restaurante dos executivos era separado dos analistas. Realmente, coisa do passado.

    Com certeza os desafios e carga de trabalho dos novos gestores são muito maiores que décadas atrás. Os novos gestores devem continuar a exercer suas atividades técnicas e acumular funções de gestão. Devem buscar novas habilidade gerenciais e continuar na especialização de sua área técnica.

    Por essa razão, cursar um MBA é fundamental para os novos gestores. De preferência em uma escola que tenha convênios com escolas no exterior para a complementação dos estudos. Embora, a melhor alternativa seja cursar o MBA no exterior.

    Desaconselho fazer o MBA antes de várias especializações na sua área de atuação. Os novos gestores devem continuar a ter um forte conteúdo técnico. Quando assumirem uma função de gestão aí é o momento de fazer um MBA.

    Se você se destacar como técnico, provavelmente, a empresa que você trabalha subsidiará seu programa de MBA.

  • Inovação como estratégia de vendas

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    A competição no mercado de tecnologia é muito grande, agravando-se pelo fato que fornecedores de diferentes portes brigam pelas mesmas oportunidades de negócios. O porte do fornecedor tem impacto direto nos custos. A reputação e estrutura de um grande fornecedor traz mais segurança para o cliente, entretanto, muitas vezes o preço da solução está acima da capacidade financeira do cliente. Esse cenário traz um desafio para os fornecedores que investem em pesquisa e desenvolvimento, usam melhores práticas de gestão e mantém técnicos especializados. Esse desafio pode ser vencido levando inovação para os clientes.

    A inovação é incentivada pelo governo com isenções de impostos e subvenções da FINEP para pagamento de mestres e doutores em projetos de pesquisa, através da Lei do Bem. Acredito que essa é uma oportunidade para as grandes empresas no desenvolvimento de projetos nos clientes.

    A isenção de impostos do cliente com projetos de inovação pode compensar um maior investimento na contratação de fornecedores de tecnologia de médio e grande porte. Por sua vez, os fornecedores podem considerar como membros do projeto mestres e doutores subvencionados pela FINEP.

    Existem vários desafios nessa área. Um deles é a falta de dedicação e a ausência de amplo conhecimento do mercado de tecnologia dos clientes para o desenvolvimento de projetos de inovação. As pressões do dia a dia para lançamento de novos produtos e a operação do negócio drenam a maior parte dos recursos das empresas.

    A solução é os próprios fornecedores investirem na identificação de oportunidades de inovação nos clientes. Para isso, existe um trabalho prévio que é conquista da confiança do cliente no fornecedor. Isso só se consegue com aproximação e flexibilidade de ambas as partes.

    Como consultor de inovação, meu negócio é fazer o meio de campo entre os potenciais clientes e os fornecedores de tecnologia. Realizo workshops de inovação nas empresas para identificar oportunidades de novos projetos. Selecionados os projetos os fornecedores entram com suas soluções. Alguns seminários são subsidiados pelos fornecedores.

    Essa estratégia de vendas traz benefícios para os clientes, para os fornecedores de tecnologia e para as Universidades. Para os clientes, a oportunidade de ter fornecedores de reputação trabalhando no desenvolvimento de seus projetos e se beneficiando da Lei do Bem. Para os fornecedores novos contratos e crescimento, e para as Universidades a oportunidade de contribuição e interação com o mercado.

  • Plataforma para Gestão de Decisões

    Assisti o documentário Particle Fever sobre a construção do Large Hadron Collider – LHC, o maior acelerado de partículas de maior potência do mundo, incialmente utilizado pelos físicos experimentalista para provar a existência do Bóson de Higgs. Depois de milhares de colisões de partículas conseguiram detectar uma partícula com massa de ± 125.3 ± 0.6 GeV/c2 com uma precisão menor de 5-sigma, o provável Bóson de Higgs.

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    A construção do LHC consumiu 7 bilhões de Euros, um consórcio que envolveu mais de 100 países. Em uma apresentação um economista perguntou qual o retorno do investimento. O líder do projeto disse que não fazia a menor ideia. Comentou que quando o Maxwell imaginou e Hertz demonstrou a existência da radiação eletromagnética, eles não faziam a melhor ideia do rádio. Ou seja, existem algumas coisas que o retorno financeiro é intangível.

    Trazendo isso para o mundo dos negócios, hoje com Big Data e ferramentas avançadas de análise conseguimos prever acontecimentos baseado no colossal volume de dados que conseguimos manipular das redes sociais ou de sensores remotos, ou ainda a combinação de ambos.

    Tomadas de decisão baseadas na intuição começam a cair em desuso quando trabalhamos com produtos e serviços para massa de consumidores globais. Nossa limitação de enxergar tendências em grandes volumes de dados e bloqueios mentais por questões culturais e experiências passadas, não permitem uma tomada de decisão correta e eficaz, reduzindo, dramaticamente, a probabilidade de erro. Diferente de decisões tomadas por intuição ou por consenso.

    O mercado financeiro já descobriu isso há muito tempo. Existem muito robôs que fazem a compra e venda de ações nas bolsas de valores baseados na coleta de milhares de análises em tempo real. O desafio das corretas é ter robôs com algoritmos rápidos o suficiente para detectar tendências e, eletronicamente, fazer os lances sem a interferência humana antes dos concorrentes.

    Atualmente, existem plataformas avançadas de análise de dados com várias ferramentas de análise que podem ser combinadas para criar insights para a tomada de decisão. Melhor ainda, essas plataformas estão disponíveis em Cloud Computing, sendo possível pagar por demanda sem grandes investimentos iniciais.

    Então, tecnologia não mais o problema. O desafio está em fazer a aquisição de dados e ter pessoas habilitadas para desenvolver algoritmos e fazer as análises.

    Lembrando que uma longa caminhada começa com o primeiro passo.

  • Segurança da Informação nas Pequenas e Médias Empresa é disruptiva

    As práticas que as pequenas e médias (PME) adotam para suas informações podem ser disruptivas para as grandes empresas. A tendência é que as PME adotem cada vez mais soluções SaaS (Software as a Services) para gerenciar suas informações. Não tem o menor sentido investirem em soluções locais e dedicadas de gestão da informação quando estão disponíveis no mercado soluções robustas operadas por grandes fornecedores de sistemas de informação, tais como SAP, Microsoft, Totovs, Google ente outras. Essas soluções em ambiente Cloud Computing trazem muito mais segurança que as soluções locais, pelo simples fato que esse é o negócio dos fornecedores de software.

    O que vemos nas grandes empresas são investimentos cada vez maiores em segurança da informação e processos de governança de TI. Quando mais processos, mais burocracia interna. Cada vez que uma auditoria interna ou externa detecta uma falha nos processos, novos controles internos são implantados. Isso torna a operação do negócio complexa e cara. No tempo, podemos comparar os procedimentos internos das grandes empresas ao conjunto de leis de países ineficientes.

    A questão é se concentrar no que é mais importante. No final do dia, o que as empresas precisam controlar é o acesso às informações por pessoas autorizadas, dentro do conceito “Need to Know”. Cada funcionário deve ter acesso aquelas informações que são necessárias para a execução de suas atividades dentro da empresa. Quando mudam de posição seus acessos devem ser reconfigurados.

    Resumindo, as práticas adotadas pelas PMEs de gestão da informação em ambientes Cloud Computing são disruptivas para as grandes empresas. Para as grandes empresas soluções SaaS são fatores de eficiência, redução da burocracia e aumento da margem de lucro. O maior desafio é mudança de paradigma dos executivos das grandes empresas. Para empresas familiares é uma opção. Para as empresas de capital aberto uma questão de respeito com dinheiro dos acionistas.